MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA LEONEL BRIZOLA

NACIONALISMO – ANTIIMPERIALISMO –DIREITOS HUMANOS – DEFESA DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – EDUCAÇÃO – TRABALHISMO – SOCIALISMO - SOBERANIA– COMBATE ÀS PRIVATIZAÇÕES – DEMOCRACIA - DEFESA DAS RIQUEZAS NACIONAIS

Quem hoje defende essas bandeiras?

Em 17 de junho de 1979, em Lisboa, fruto do Encontro dos trabalhistas no Brasil com os trabalhistas no Exílio, liderados por Leonel Brizola, surgiu um partido propondo-se a defender esses princípios, o que realmente fez, enquanto Leonel Brizola viveu. Lavrou na Carta de Lisboa o seguinte:"....Defende a intervenção do Estado na economia, mas como poder normativo, uma proposta sindical baseada na liberdade e na autonomia sindicais e uma sociedade socialista e democrática”.

Morto Brizola e quase todos os grandes patriotas que com ele se reuniram em Lisboa, assume a direção do PDT um grupo que esqueceu esses princípios e jogou o partido no mais escrachado clientelismo e fisiologismo. O grupo de pedetistas autênticos que, desde 2007, resistia às mudanças retrógradas, resolveu, em 2009 fundar o Movimento de Resistência Leonel Brizola para reconduzir o partido às suas origens.

Foi uma árdua luta, durante CINCO ANOS, realizando eventos internos, formando chapas para concorrer a eleições internas, atos de rua e até ações judiciais. Tudo em vão. O grupo dominante, capitaneado pelo presidente do partido, controla o aparelho partidário com mão de ferro, ao estilo das máfias, sem qualquer escrúpulo, chegando a cometer violências. Controla os Diretórios, através de expedientes escusos.

Nós, do MRLB, além das atividades acima citadas, realizamos vários eventos de estudo e reflexão. Seminários, debates, conferências. Em 19 de março de 2011, em participativo e vibrante seminário, o Movimento foi proclamado, consensualmente, SUPRAPARTIDÁRIO, isto é, não mais seria apenas uma dissidência interna do PDT, pois abrigava, como abriga, companheiros de vários outros partidos e muitos sem qualquer filiação partidária, mas que lutam pelos ideais de Brizola.

Nestes tempos de ditadura econômica em condomínio com a grande mídia, de neoliberalismo que tudo privatiza e diminui o Estado, da ideologia do mercado que privilegia o capital e o lucro com a marginalização de milhões de brasileiros, vemos o imperialismo retomando o tempo da colonização, da exploração de nossas riquezas pelos descobridores, do aculturamento do nosso povo. E nenhum Partido reage.

É hora de relembrarmos os heróis da nossa pátria, como Frei Caneca, Zumbi, Tiradentes, Anita Garibaldi, José Bonifácio, Getulio Vargas, João Cândido e muitos outros. Bem assim, os mais recentes lutadores pela democracia e em favor do povo e da nação: Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes, Gregório Bezerra, Barbosa Lima Sobrinho, Alceu Amoroso Lima, Dom Helder Câmara e muitos outros. Basta um olhar para a história do PDT, para descobrir um montão de companheiros e companheiras cujos exemplos devemos reverenciar.

Também devemos lembrar os nomes da traição, das ditaduras, das torturas, da desfaçatez: José Sarney, Carlos Lacerda, Castelo Branco, Maluf, Collor etc. E mais os que por comportamento oportunista e de traições, estão entrando para esse time.

Temos que recuperar e unificar o que restou das esquerdas, reuni-las para as necessárias lutas em defesa dos princípios que encabeçam este artigo. Garimpar líderes operários autênticos, mobilizar intelectuais, artistas, jornalistas e os poucos políticos que não aderiram ao oportunismo. Os ex-partidos de esquerda, PSB, PDT, PT e PC doB, não mais participam das lutas do povo, traíram a classe trabalhadora.

Entretanto, até nesses partidos, vamos encontrar algumas pessoas honestas, bem intencionadas e que, equivocadamente, acham que podem recuperar uma fruta podre. Outros, que dizem permanecer nessas agremiações para resgatá-las; mas na verdade omitem seus interesses pessoais e escusos, igualam-se aos dirigentes desses partidos; oportunistas, fisiológicos. Dirijo-me aos primeiros, os bem intencionados, conclamando-os a uma séria reflexão. Nessas agremiações não é possível qualquer luta de resistência. Entendo como luta de resistência, a do povo brasileiro pelos princípios acima citados. Dizer que resistir é ficar em qualquer desses partidos para recuperá-los, é pura ilusão. Os pedetistas, se pensam que uma provável cassação dos direitos políticos do Lupi devolverá o P. às suas origens, estão muito iludidos. Se não desistiram de buscar a libertação da pátria, o bem-estar do povo, e permanecem fieis aos valores e princípios, não podem continuar em uma organização que pratica o contrário, sob pena de conivência.

Enfim, se queremos lutar coerentemente, temos que buscar unir os que permanecem imunes ao canto da sereia, os que continuam fieis e combatem a opressão do capitalismo neoliberal, orquestrada pelo imperialismo. Vamos nos unir para crescimento do organismo que possa retomar os valores perenes da nossa tradição histórica, cultural, política, construídos com muita luta por nossos antepassados, mas que estão sendo substituídos por valores medíocres, descartáveis, alienígenas, com a omissão ou colaboração dos ex-partidos de esquerda. Um organismo que uma todos os grupos de esquerda que persistem, que deve ser o MRLB. A política de qualidade acabou, os políticos éticos e combativos são raros, a cultura, a arte popular, os costumes, os valores que sempre contribuíram para o engrandecimento de nosso povo estão desaparecendo. As riquezas do nosso solo, subsolo e aquáticas, estão sendo dilapidadas. É preciso resistir a tudo isso. Essa é a verdadeira RESISTÊNCIA.

Venham os honestos, os que não se corromperam! Ajudem os poucos combatentes que resistem, a duras penas, para salvar a soberania e a memória do nosso país, as culturas, as nossas riquezas e a dignidade do nosso povo. Tudo isso é infinitamente mais importante que os aparelhos corrompidos e que caminham, irreversivelmente, para a lixeira da história.

Em 6 de junho de 2012

RONALD SANTOS BARATA

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