segunda-feira, 30 de julho de 2012

ORDEM DO DIA : MENSALÃO


DESMASCARANDO A GRANDE MÍDIA


O autor da denúncia do apelidado "mensalão" , ex-procurador Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, em matéria assinada em "O Globo" por Carolina Brígido e Francisco Leali, declara, entre outras coisas:
"A expressão "mensalão" não retrata. É o símbolo que a imprensa ( e aí entra o PIG com toda a fôrça) usou mas não retrata, do ponto de vista jurídico, o que esta no processo. A palavra "mensalão" dá a impressão de uma fila de pessoas que, ao fim do mês vai receber alguma coisa. Nada a ver com isto. Ali tem peculato, corrupção ativa, passiva, formação de quadrilha e  os crimes fiscal e financeiro. Então, não tem nada a ver com receber dinheiro no final do mês. 
Não existe o crime "mensalão", existe corrupção ativa, passiva, peculato...Com relação a esses (crimes) os elementos são fortes o suficiente para uma denúncia, que foi feita, e depois as provas reforçam isso. A palavra "mensalão" gera isso. Um dos réus alegou que  não iria receber dinheiro para votar a favor de seu próprio partido. E, em determinados partidos, não há nada indicando que tenham recebido (dinheiro) em razão disso (apoio no Congresso)."
Perguntado se "a propina não estava necessariamente atrelada as votações no Congresso, respondeu "não, ficou essa ideia na imprensa e na CPI. Em função disso se identificou a realização de crimes que têm uma relação entre todos eles. A denúncia foi mais abrangente especialmente para fazer este tecido que formava um contexto único."        
Estamos acompanhando nos dias que antecedem ao julgamento do chamado "mensalão", uma grande pressão da grande mídia para que os acusados sejam condenados.
Não falam que é importante o julgamento para que as denúncias sejam esclarecidas mas, simplesmente, que todos sejam condenados.
Em "O Globo" de hoje, Renato Onofre, escreve uma matéria intitulada "Antes do veredito, cariocas pedem o fim da impunidade", esta a manchete. Quantos cariocas participam de passeata no Leblon? Diz a matéria mais de 60 pessoas e aparecem em uma foto quatro participantes, vejam, só quatro, segurando uma faixa que dizia "chega de roubalheira". 
Mas de onde vem este interesse?
Vem do interesse que a grande mídia teve em apoiar a "ditadura das elites", da tentativa da Rede Globo, junto com a Proconsult, em roubar a eleição de Leonel Brizola contra Moreira Franco, do apoio à eleição de Fernando Collor de Melo do mesmo jeito que o derrubaram, do apoio para a eleição e reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
Depois disto o PIG vem amargando o insucesso nas tentativas de fazer valer o seu pensamento conservador e retrógrado, derrotado que foi com José Serra, com Alkmin, na campanha do desarmamento com as denúncias do interesse financeiro da Globo, na derrota de José Serra novamente, agora na eleição da Presidente Dilma Roussef, com os eleitores demonstrando que se movem pelos próprios pés, fazendo com que a pirâmide se mova sem obedecer aos apelos da cúpula, que sempre defende os interesses dos poderosos, do capitalismo neoliberal.      
Os insucessos da grande mídia, de jornalistas como Merval Pereira, Boehme, Constantino de se tornarem porta-vozes da opinião pública veem destas tentativas de enganar a população de  mostrar as versões em vez dos fatos.
Não há problema em que os réus sejam condenados por qualquer acusação que seja, mas jamais por "mensalão".

sexta-feira, 27 de julho de 2012

OLIMPÍADAS


OLIMPÍADAS E CAMPEONATO MUNDIAL DE FUTEBOL

Temos visto no facebook comentários do tipo "não precisamos de olimpíadas, queremos mais verba para a educação e saúde".
Nada contra este desejo que é de todos os brasileiros, inclusive em uma de minhas matérias falei que para a Presidente Dilma se caracterizar como de centro esquerda teria que melhorar, prioritariamente, sensivelmente, os problemas da educação e saúde publicas.
Mas não podemos deixar de analisar os retornos que nos trazem um evento como as olimpíadas, inclusive na ocasião em que conseguimos trazer para o Brasil o Campeonato Mundial de Futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016 precisávamos de uma visibilidade que ainda não tínhamos.
Nos dias de hoje, pela crise mundial que nos assola, com os Estados Unidos, Europa e África principalmente com um endividamento e desemprego nunca vistos, que afeta também o Brasil mas não com a intensidade que comprometa o nosso crescimento, pelas questões econômico-financeiras somos conhecidos e muito bem avaliados pelos países ditos de primeiro mundo.
Além disto temos perto de quatrocentos bilhões de dólares de reservas para diminuir nossas preocupações.
Pegamos uma carona na matéria de Renato Maurício Prado em "O Globo" de hoje, que diz: "Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, condenou as críticas às Olimpíadas, dizendo que deveria ser motivo de orgulho receber o maior evento esportivo do mundo. Admite, porém, que só em dez anos ficará claro se os investimentos valeram a pena.
A presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos, me conta que o orçamento original dos Jogos de Londres era de 2,4 bilhões de libras esterlinas (R$ 7,6 bilhões). O atual já esta em 9,3 bilhões(R$ 29,3 bilhões): "É deste último total que eles devolverão 500 bilhões de libras", comenta ela, com uma ponta de ironia.
O orçamento da Rio-2016 é parecido. Anda em US$ 12 bilhões (R$ 24,4 bilhões). Mas Maria Silvia garante que desta vez haverá sim um legado:
- A expansão do metrô e os 150 kms de BRT (ônibus rápidos, que circulam por corredores exclusivos) e 30 kms. de VLT (veículos leves sobre trilhos), cortando a cidade em todas as direções, permitirão que a utilização do transporte público que hoje anda em torno de 20% salte para 60%. E a rede hoteleira praticamente dobrará, saltando dos pouco mais de 20 mil quartos existentes para mais de 37 mil em 2016. Não há como não se empolgar com a grande oportunidade de crescimento e evolução que os jogos nos dão."
Portanto, as verbas para nossas necessidades essenciais precisam ser encontradas e deverão, mas não podemos parar. 

domingo, 15 de julho de 2012

O CLAMOR DO POVO BRASILEIRO


Depois que surgiram as filmagens do ex-governador Arruda (DEM-DF) recebendo e distribuindo propina, o escândalo do ex-senador Arthur Virgilio (PSDB-AM) que mantinha um funcionário de seu gabinete no exterior recebendo salário da Câmara dos Deputados, o caso da CPI dos Cartões Corporativos aberta contra o governo Lula e logo arquivada pela oposição (PSDB/DEM/PPS) quando decidiu-se investigar o que acontecia no governo FHC, o "Caixa 2" do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo que tinha a seus serviços Marcos Valério, que depois foi o mentor do "Caixa 2" do PT, quando surgiram as acusações que culminaram com a prisão de Carlinhos Cachoeira e perda dos direitos políticos do ex-senador Demóstenes Torres (DEM-GO), com a suspeita do envolvimento do governador Perillo (PSDB-GO) a opinião pública teve as provas de que não é só na esquerda que existem corruptos, como quis  fazer crer, sempre, a grande mídia, o PIG.
Nossas matérias sempre pautaram no sentido de se fazer entender que não existem corruptos só na esquerda nem só na direita, ninguém esta livre de conviver com aqueles que só defendem interesses inconfessáveis, mas esperamos que o Ministério Publico, a Polícia Federal e o STF continuem a investigar e julgar com todo o rigor, sejam quem forem aqueles que enriquecem as custas de verbas que poderiam ser melhor destinadas para a saúde, educação e fim  da miséria de um povo que sofre as consequências maiores desta vergonhosa situação.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

AS LENDAS QUE CAIRAM SOBRE O BOLSA FAMÍLIA

A vitória do Bolsa Família
Coluna Econômica - 02/07/2012
 
Se houve um vitorioso na Conferência Rio+20 foram as políticas de transferência de rendas do país e, entre elas, especificamente o Bolsa Família.
A agenda da pobreza acabou indo para o centro do documento final da conferência. E em todo lugar em que se discutia o tema, a experiência brasileira era apontada como a mais bem sucedida, em vários aspectos: efetividade (não gera dependência), os beneficiários trabalham, há o emponderamento das mulheres, melhor frequência escolar e desempenho das crianças.
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Hoje em dia, há pelos menos duas delegações internacionais por semana visitando o MDS (Ministério do Desenvolvimento Social), segundo informa a Ministra Tereza Canepllo, para saber mais detalhes da experiência.
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Com 9 anos de vida e 13,5 milhões de famílias atendidas, com riqueza de séries históricas, estatísticas e avaliações, o BF conseguiu desmentir várias lendas urbanas:.
Lenda 1 – o BF criará preguiçosos acomodados.
Os levantamentos comprovam que maioria absoluta dos adultos beneficiados trabalha na formalidade e na informalidade.
Lenda 2 – as beneficiárias tratarão de ter mais filhos para receber mais auxílio.
O último censo comprovou redução geral da natalidade no país, mais ainda no nordeste, mais ainda entre os beneficiários do BF.
Lenda 3 – um mero assistencialismo sem desdobramentos.
Nos estudos com gestantes, as que recebem BF frequentam em 50% a mais o pré-natal; as crianças nascem com mais peso e altura; houve redução da mortalidade materna e infantil. Há maior frequência das crianças às escolas.
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Agora, através do programa Brasil Carinhoso, se entra no foco do foco, as famílias mais miseráveis com crianças de 0 a 6 anos. No total, 2,7 milhões de crianças.
Em 9 anos, atendendo 13,5 milhões de família, o BF consegue uma avaliação refinada e de segurança para todos os parceiros.
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Com Brasil Carinhoso pretende-se chegar a 2,7 milhões de crianças, em famílias pobres com filhos entre 0 e 6 anos de idade.
A grande preocupação da presidente, explica Tereza Campello, é que essas crianças não podem esperar: qualquer impacto da pobreza sobre sua formação, qualquer problema nutricional as afetará por toda a vida
Essas famílias representam 40% dos extremamente pobres do país. Primeiro, se levantará sua renda atual. O Brasil Carinhoso complementará até atingir R$ 70,00 per capita por mês.
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Hoje em dia, não há um técnico de renome que tenha ressalvas maiores ao Bolsa Família. As críticas estão concentradas em colunistas sem conhecimento maior de metodologia de políticas sociais, de estatísticas.
No início do governo Lula, havia duas vertentes de discussão sobre políticas sociais. Uma, a do universalismo inconsequente, a do distributivismo sem metodologia – cujo representante maior era Frei Betto e seu Fome Zero. A outra, um modelo metodologicamente sofisticado,, tem como figura central (na parte de focalização) o economista Ricardo Paes de Barros.
Prevaleceu um misto do modelo, com as estatísticas sendo utilizadas para focalizar melhor os benefícios. Foi esse modelo que acabou consagrando universalmente o BF.
As críticas desinformadas - 1
Conhecido por sua militância conservadora, o colunista Merval Pereira (o Globo e CBN) apresentou como contraponto ao Bolsa Familia o que ele considerou uma proposta alternativa de esquerda. “O Fome Zero/Bolsa-Família, do jeito que estava montado pela turma do Frei Betto, era um projeto de reforma estrutural, da estrutura do Estado. Frei Betto queria fazer comissões regionais sem políticos, para distribuição do Bolsa-Família, e a partir daí fazer educação popular”.
As críticas desinformadas - 2
Continua o revolucionário Merval: “ Era um projeto muito mais de esquerda, muito mais voltado para mudanças estruturais da sociedade. O Bolsa-Família hoje é um programa para manter a dominação do governo sobre esse povo necessitado. Patrus transformou-o num instrumento político espetacular, que foi o começo da força do lulismo”. O conceito de educação popular significa fora da rede oficial, levando mensagens populares aos alunos.
As críticas desinformadas – 3
O que Merval descreve, em seu discurso, é modelo similar ao do MST e sua universidade popular. A troco de quê um comentarista claramente conservador de repente se põe a defender modelos revolucionários que levem a “mudanças estruturais na sociedade”? Primeiro, a necessidade de ser negativo em relação a tudo. Segundo, o despreparo para tratar com temas técnicos. Empunha o primeiro argumento que lhe vem à mão, mesmo sendo contra tudo o que defende.
As críticas desinformadas – 4
Quando foi lançado, o Fome Zero nem podia ser tratado como programa. Era um amontoado de iniciativas caóticas cerca de slogans vazios. O objetivo seria mobilizar a sociedade para receber ajuda, sem nenhuma preocupação com logística de distribuição, com levantamentos estatísticos. Não havia a preocupação mínima de integrar o auxílio com educação, meio social. Não gerou sequer um documento expondo qualquer filosofia.
As críticas desinformadas – 5
Todo defeito que Merval vê na BF era constitutivo do tal Fome Zero. E as principais críticas ao Fome Zero vinham justamente dos economistas “focalistas”, aqueles que em geral são mais acatados nos círculos políticos que Merval frequenta. Na época, defendia-se a focalização como maneira de focar os gastos nos mais necessitados, evitando desperdícios. A crítica contrária era a dos universalistas – que queriam políticas sociais para todos.
As críticas desinformadas – 6
O que o BF fez foi incorporar toda a ciência dos indicadores dos focalistas, montar sistemas exemplares de acompanhamento e avaliação, e universalizar o atendimento a todos os miseráveis. É essa visão, amarrada a metodologias de primeiro nível, que a transformou em modelo universal de políticas sociais, perseguido por países africanos, asiáticos, por ONGs europeias e norte-americanas.