quarta-feira, 26 de junho de 2013

PROTESTO

De Sérgio Braga
Vou protestar porque tenho saudades da inflação de dois dígitos, de uma taxa de juros a 45%, de uma taxa de inadimplência de 30%, do pais recorrendo 3x ao FMI em 8 anos pedindo dinheiro, do MP que engavetava todos os inquéritos, de quando nem ao menos sabíamos o que acontecia na câmara, de quando um senador assassinava outro no plenário, de como estatais foram sucateadas para serem vendidas à preço de banana... Vou protestar porque antes poucos comiam carne, porque no Maracanã podíamos entrar armados, nadar em xixi no banheiro, ser roubados na torcida.. Vou protestar porque antes tínhamos 22% de taxa de desemprego, o salário mínimo era de 45 dólares, passagem de avião era para poucos, pobre passava longe da faculdade, quilos de feijão e arroz eram distribuídos aos famintos, 100% dos nossos melhores craques jogavam na Europa, das obras faraônicas sem propósito, dos bancos que quebravam e dragavam consigo todo o dinheiro dos clientes. Sim, vou as ruas porque o Brasil não tinha a menor importância no cenário internacional, não havia essa história de BRICs, porque 70% das nossas relações internacionais eram com os EUA, que a nossa capital era Buenos Aires... Com certeza vou às ruas porque não estamos evoluindo - Sou ansioso e a minha referência atual não é o passado, mas sim a Suíça. Quero mudar 513 anos de uma cultura já! (Só não vou para a Europa porque lá tá uma merda mesmo...
Nada contra as manifestações, mas só vou acrescentar mais um pouco ao descontentamento de Sérgio Braga.
Também estou de "saco cheio" dos supermercados cheios de pobres que estão comprando tudo, dos aviões superlotados, dos restaurantes cheios, da taxa Selic abaixo de dois dígitos...fui!


ESTRATÉGIA



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Agência Dinheiro Vivo <dinheiro.vivo@esend.com.br>
Data: 26 de junho de 2013 07:00
Assunto: A estratégia para enfrentar a crise
Para: Nelson Marcondes <brasildesnudo@gmail.com>




A estratégia para enfrentar a crise


Coluna Econômica - 26/06/2013

A decisão de Dilma Rousseff, de convocar governadores, prefeitos e a Nação para um pacto político mostrou que não está inerte ante a crise.
Traz um alento especial quando se analisa o que poderia estar acontecendo caso José Serra tivesse sido eleito. Em todos os episódios traumáticos que atravessaram sua vida política, Serra ficou paralisado e escondeu-se até que a tormenta passasse. Enquanto governador de São Paulo, foi assim no episódio das enchentes, nos conflitos com a Policia Civil, nas demandas de empresários e trabalhadores em 2008, nos conflitos da polícia na USP.
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Se Dilma mostrou iniciativa, falta definir a estratégia correta de atuação.
A crise política explodiu com algumas nuvens apenas no horizonte econômico. Terá que ser enfrentada com cumulus-limbus se espalhando pela atmosfera, com a crise econômica contratada assim que o FED (banco central dos EUA) aumentar os juros.
A bola estará com Dilma. Terá que dar sinais robustos de que mudará sua forma de governar e ainda, recuperar a credibilidade da política econômica para o que vier pela frente.
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Uma estratégia eficaz pensaria no primeiro passo, o de colocar água na fervura da insatisfação popular. Dilma já se mostrou sensível às manifestações, o que é um bom começo. Levantou a tese da reforma política – outra unanimidade nacional. Mas se equivocou ao propor o plebiscito e a Constituinte exclusiva.
A Constituição de 1988 é um ativo nacional, um documento de  reconhecimento dos direitos sociais, individuais, da separação entre os poderes, que não deve ser colocada em risco. Pode-se chegar à reforma política de outras maneiras.
Além disso suscitará uma discussão infindável, dispersando mais ainda as energias públicas e tirando o foco da tempestade que se arma.
Para tirar o bode da sala, a saída será nomear um conselho de juristas para pensar o melhor caminho para a reforma política. Eles propõem, a presidente acata sem parecer recuo.
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Depois, é tratar de pensar o segundo tempo do jogo. E não haverá como passar por algumas etapas indispensáveis:
1.    Mudar o estilo de governo. Para se colocar a salvo de pressões, Dilma isolou-se. Essa postura acabou se irradiando por todo a máquina, resultando em uma imagem de arrogância. Tem que mudar a forma de gerenciar e criar outras instâncias que impeçam a entropia dos sistemas excessivamente centralizados.
2.    É imprescindível uma reforma ministerial, começando pela área econômica. Nem Fazenda, nem Banco Central nem Tesouro têm estoque de credibilidade para enfrentar a tormenta que se avizinha. O desafio será substituí-los por figuras pragmáticas – e fortes – que não se curvem às pressões de mercado.
3.    Interlocução política e social. Há um problema visível na articulação política e na Casa Civil.

4.    Comunicação: tem que se montar uma estrutura interministerial, coordenada pelo Planalto, para monitorar as redes sociais e responder com presteza o festival de factoides que tomou conta do país. Como os programas de mobilidade dependem dos governadores, tem que se montar um painel de controle para monitorá-los e permitir à opinião pública identificar os pontos de estrangulamento – e pressionar.



segunda-feira, 24 de junho de 2013

CORRUPÇÃO E PEC 37

Iniciados com a intenção de diminuir os preços dos transportes em quase todo o Brasil, os protestos se deslocaram para o combate à corrupção e contra a PEC 37.
A corrupção em nosso País é uma questão que revolta, principalmente porque quando descoberta são objeto de acordos espúrios, onde os acusados se ameaçam e os assuntos são resolvidos sem a dimensão que deveriam ser alcançados.
Na CPI para investigar as acusações que envolviam o contraventor Carlinhos Cachoeira, o ex-senador cassado Demóstenes Torres (DEM-GO), o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB-GO), e a Delta Construções, presidida por Cavendish, flagrado em comemoração em Paris com o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), o contraventor foi preso e aguarda julgamento em liberdade, Demóstenes foi cassado e até afastado do Ministério Publico de Goiás.
Na CPI aberta constavam os nomes de Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres e do governador Marconi Pirillo.
Porque o governador Marconi Pirillo foi afastado das investigações? 
A acusação que surgiu na época foi de que o PSDB exigia a inclusão do Governador Sérgio Cabral no inquérito, pelas ligações com Cavendish e porque a Delta mantinha vários contratos com o Estado do Rio de Janeiro.
Para excluir Marconi Pirillo (PSDB) e Sérgio Cabral (PMDB) teria havido um acordo entre os dois partidos.
Provavelmente, e isto é o que o povo deseja, quando os contratos da Delta com muitos estados de nosso Brasil forem investigados, todos terão que responder, inclusive os governadores de Goiás e do Rio de Janeiro.
Hoje surge na imprensa o que foi falso lançado no Facebook, entre os quais um que convoca para uma greve geral em São Paulo se a tarifa não baixar e outro que pede o impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
No caso da Presidente Dilma Rousseff nada justifica tal pedido, uma vez que ela não deixou de tomar as atitudes cabíveis em todos os casos em que foram colocados sob suspeita funcionários do governo, todos afastados, o pedido de impeachment faz parte da estratégia de radicais da oposição, em nenhum momento líderes importantes do PSDB, DEM e PPS(MD) participaram desta irresponsabilidade.
A PEC 37 é um equívoco, talvez provocado pelo entendimento de acusados do 
mensalão de que o Ministério Publico, se não tivesse  esta prerrogativa, os favoreceria.
Quem já acompanhou um júri, já presenciou a atuação do promotor, que usa de todos os argumentos no sentido de julgar procedente a ação e condenar o réu.
No caso do mensalão o Ministério Publico usou dos seus poderes acusatórios, o que deveria ser objeto das considerações do relator, no caso o Ministro Joaquim Barbosa que, equivocadamente, não relatou o conteúdo das acusações mas corroborou, ratificou e colocou mais rigor no conteúdo daquilo que era o objetivo do MP, o que obrigou o Ministro Lewandovski, revisor, quase que tornar-se um defensor dos acusados, já que o Ministro relator fez o papel do promotor.
A PEC 37 não vai passar porque o povo brasileiro não quer, principalmente neste momento em que todos desejam o fim da corrupção, diminuir o poder de investigação.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

UM NOVO BRASIL




A moçada condenou todos os símbolos de poder


Coluna Econômica - 19/06/2013

Um a um, os principais agentes políticos do velho modelo curvaram-se à voz das ruas, da moçada do Movimento Passe Livre (MPL).
Primeiro, os grandes órgãos de mídia. De “baderneiros”, “guerrilheiros urbanos”, tornaram-se, não mais que de repente, jovens idealistas, a voz da classe média etc.
Depois, os governantes. Das declarações taxativas contra o que reputavam “baderna” para declarações afáveis e a garantia de que os protestos poderiam continuar.
Do meio do alarido desconexo, surgiram duas vozes referenciais do velho modelo – os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula – avalizando os protestos.  Seguiram-se as declarações da presidente Dilma Rousseff, de consideração pelo movimento.
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Há um corre-corre febril de interpretação das manifestações, cada qual pretendendo puxar a brasa para a sua sardinha.
Mas, inegavelmente, o movimento foi contra toda a estrutura de poder existente – do Executivo aos grandes grupos de mídia, do Congresso aos grandes partidos políticos e também aos pequenos (manifestantes queimaram bandeiras do PSTU e PSOL). Sobrou até para a UNE (União Nacional dos Estudantes), que desapareceu.
Na última manifestação, na segunda-feira passada, os jovens não estavam mais sozinhos. Muitos pais, profissionais liberais, funcionários públicos, trabalhadores, pessoas há décadas enferrujadas das manifestações de rua, aderiram ao movimento.
Afinal, contra o quê é o movimento? É contra tudo. E não se considere que esse “tudo” signifique um anarquismo inconsequente. Significa que a moldura institucional do país não cabe mais no organismo social brasileiro.
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É algo cíclico, agora turbinado pelo fenômeno das redes sociais.
Logo após Franco Montoro eleito governador de São Paulo, houve explosões populares no centro e na frente do próprio Palácio dos Bandeirantes. Democrata exemplar, Montoro levou balas perdidas resultado da impaciência de quem não aguentava mais o quadro institucional anterior.
Algum tempo depois, aquela impaciência resultou na campanha das “diretas, já”.
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O segundo movimento foi na campanha dos “caras pintadas”, que resultou na queda de Fernando Collor. A explosão ocorreria de qualquer maneira. Havia uma nova geração em campo, uma rapaziada que não participara das lutas contra a ditadura, mas sedenta por participação.
Embora até o último momento Collor mantivesse respeito pela Constituição, seu porte arrogante calou fundo na jovem classe média que se formava.
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Agora, vê-se o terceiro movimento.
Nos últimos anos, a disputa PT x PSDB esgotou a paciência do último cristão. Do lado do PT, um pragmatismo excessivo, de compor com setores retrógrados, com fisiologistas da pior espécie. Do lado do PSDB, a terceirização da oposição a uma mídia sem limites, beirando o golpismo. Do lado da mídia, essa manipulação de ressuscitar fantasmas da guerra fria.
Nas redes sociais, de ambos os lados uma virulência sem limites, com ataques pessoais, assassinatos de reputação, ações orquestradas.

E a rapaziada apartidária – mas não apolítica – observando tudo, trocando impressões entre si e gradativamente formando a sua própria opinião. E sua opinião explodiu na forma de condenação geral ao modelo de poder.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O MOMENTO BRASILEIRO

Sou aposentado e se fosse analisar os governos pela situação dos aposentados só faria criticar, pois desde Fernando Henrique Cardoso somos considerados culpados e penalizados pelo déficit da Previdência, quando na realidade o que aconteceu foram desvios de todas as maneiras, aposentadorias fraudulentas, tratamentos inexistentes em pacientes já falecidos e outros.
Não faço críticas por ódio a ninguém, procuro analisar a situação do País friamente, pelo que vem sendo feito de uma maneira geral em benefício do povo brasileiro e não pelo que acontece comigo, aposentado.
Quando vencemos a disputa com diversos países interessados e trouxemos a Copa do Mundo e as Olimpíadas para o Brasil o povo brasileiro ficou eufórico, bateu palmas, porque ficou evidenciado o respeito que nosso País conquistou, por atitudes responsáveis, enfrentando de maneira mais competente a crise que assola países considerados até pouco tempo mais poderosos que o nosso.
Quando o Brasil investiu em Cuba e perdoou a dívida na África a atitude foi considerada equivocada, quando se sabe que ninguém esta dando nada, é uma situação que tem contrapartida, promoverá a abertura de negócios que trarão vantagens para nosso País.
Quando os Estados Unidos nos emprestavam bilhões de dólares por acaso estavam nos dando alguma coisa? Pelo contrário, nos cobravam juros altíssimos e visavam lucros.
O Brasil hoje tem mais de 300 bilhões de dólares de reserva para ficar de "prontidão" para enfrentar a crise global, verba esta que poderá ser utilizada para qualquer eventualidade.
Portanto, acusar o governo brasileiro de estar deixando de lado o atendimento à saúde e educação publicas faz parte apenas de "discurso" da oposição, que não soube melhorar a situação do País nestas áreas, veja-se só o caso da mortalidade infantil, que diminuiu muito nos governos Lula/Dilma.
Não estamos dizendo que a Presidente Dilma não tem que "achar a porta" e resolver esta situação, mas não é por culpa da Copa do Mundo, não é por culpa das Olimpíadas, é uma questão que se arrasta a 50 anos e não é, também, por falta de dinheiro.
A falta de solução nos dias de hoje é a mesma que foi enfrentada por Fernando Henrique Cardoso e os partidos que o apoiaram e não resolveram, era pior.
A democracia permite a critica que quando busca pressionar legitimamente para uma solução deve ser respeitada.
Pela mobilização popular contra os aumentos de passagens de ônibus o povo, exercendo o seu direito, foi para as ruas expressar o seu descontentamento, mas a oposição, procurando "surfar na onda", busca atingir o governo federal, que esta longe de poder ser responsabilizado, esta muito mais para os estados e municípios.