Iniciados com a intenção de diminuir os preços dos transportes em quase todo o Brasil, os protestos se deslocaram para o combate à corrupção e contra a PEC 37.
A corrupção em nosso País é uma questão que revolta, principalmente porque quando descoberta são objeto de acordos espúrios, onde os acusados se ameaçam e os assuntos são resolvidos sem a dimensão que deveriam ser alcançados.
Na CPI para investigar as acusações que envolviam o contraventor Carlinhos Cachoeira, o ex-senador cassado Demóstenes Torres (DEM-GO), o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB-GO), e a Delta Construções, presidida por Cavendish, flagrado em comemoração em Paris com o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), o contraventor foi preso e aguarda julgamento em liberdade, Demóstenes foi cassado e até afastado do Ministério Publico de Goiás.
Na CPI aberta constavam os nomes de Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres e do governador Marconi Pirillo.
Porque o governador Marconi Pirillo foi afastado das investigações?
A acusação que surgiu na época foi de que o PSDB exigia a inclusão do Governador Sérgio Cabral no inquérito, pelas ligações com Cavendish e porque a Delta mantinha vários contratos com o Estado do Rio de Janeiro.
Para excluir Marconi Pirillo (PSDB) e Sérgio Cabral (PMDB) teria havido um acordo entre os dois partidos.
Provavelmente, e isto é o que o povo deseja, quando os contratos da Delta com muitos estados de nosso Brasil forem investigados, todos terão que responder, inclusive os governadores de Goiás e do Rio de Janeiro.
Hoje surge na imprensa o que foi falso lançado no Facebook, entre os quais um que convoca para uma greve geral em São Paulo se a tarifa não baixar e outro que pede o impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
No caso da Presidente Dilma Rousseff nada justifica tal pedido, uma vez que ela não deixou de tomar as atitudes cabíveis em todos os casos em que foram colocados sob suspeita funcionários do governo, todos afastados, o pedido de impeachment faz parte da estratégia de radicais da oposição, em nenhum momento líderes importantes do PSDB, DEM e PPS(MD) participaram desta irresponsabilidade.
A PEC 37 é um equívoco, talvez provocado pelo entendimento de acusados do
mensalão de que o Ministério Publico, se não tivesse esta prerrogativa, os favoreceria.
Quem já acompanhou um júri, já presenciou a atuação do promotor, que usa de todos os argumentos no sentido de julgar procedente a ação e condenar o réu.
No caso do mensalão o Ministério Publico usou dos seus poderes acusatórios, o que deveria ser objeto das considerações do relator, no caso o Ministro Joaquim Barbosa que, equivocadamente, não relatou o conteúdo das acusações mas corroborou, ratificou e colocou mais rigor no conteúdo daquilo que era o objetivo do MP, o que obrigou o Ministro Lewandovski, revisor, quase que tornar-se um defensor dos acusados, já que o Ministro relator fez o papel do promotor.
A PEC 37 não vai passar porque o povo brasileiro não quer, principalmente neste momento em que todos desejam o fim da corrupção, diminuir o poder de investigação.