quarta-feira, 26 de outubro de 2011

AUDÁCIA

Na reunião de ontem no Congresso, em que o Ministro do Esporte Orlando Silva foi falar sobre a Copa do Mundo, foi admoestado pelo Deputado Federal Antonio Carlos Magalhães Neto (neto do "toninho malvadeza"), que disse "o Brasil não quer o senhor...".
Mas quem é Antonio Carlos Magalhães Neto para dizer que fala em nome do Brasil? Parece o Merval Pereira quando enche a boca para expressar seu pensamento e diz que é a "opinião publica" que pensa assim.
O Brasil todo realmente quer a queda de qualquer um que cometa ilícito, que seja corrupto mas, principalmente, não deseja que se cometa injustiça contra quem quer que seja.
Se o Ministro do Esporte for julgado culpado pelo STF com certeza a Presidente Dilma o afastará do cargo, mas não pode ouvir só a oposição que, não tendo outra opção para permanecer nos holofotes, nas manchetes dos grandes jornais, fica alimentando o noticiário com indignações falsas. Parece que o DEM não aprendeu, assim como a oposição, que só criticar não ganha eleição, até porque em matéria de cassações a oposição ganha "de lavada", esta na frente do ranking com 141, o DEM ponteando com 69, os partidos da base 99 e os divididos entre oposição e base 67.

A ERA DA SELVAGERIA

Do blog de Zeno Otto
A era da selvageria
Autor: Luis Nassif
O vale-tudo da informação chegou a um ponto sem retorno.
Historicamente, as jovens gerações de jornalistas entram com todo gás, querendo fazer carreira e, para tanto, seguindo os critérios de avaliação das direções. Se os critérios são tortos, forma-se uma geração torta. Foi assim com o rescaldo da campanha do impeachment, que consagrou os profissionais que mais atentaram contra os princípios jornalísticos, os que mais inventaram notícias, que se apossaram de matérias de terceiros.
Imagem Activa
O momento atual é o mais escabroso da moderna história da imprensa brasileira.
Na transição de gerações, existem os jornalistas experientes, servindo de referência e de moderação para os mais apressados. Cabe a essas figuras referenciais ensinar os limites entre jornalismo e ficção, o respeito aos fatos e as técnicas que permitam tornar as matérias atraentes sem apelar para a ficção ou para os ataques difamadores. Principalmente, cabe a eles mostrar os valores universais da civilização, o respeito ao direito sagrado da reputação, o pressuposto de que as acusações precisam vir acompanhadas de provas ou indícios relevantes, o direito de se ouvir, sem viés, a defesa do acusado, o uso restrito do jornalismo declaratório.
A questão é que esse meio campo está com lacunas.
O episódio Orlando Dias mostrou jornalistas consagrados, que deveriam fazer o contraponto, ajudando a criar o clima de expectativa em cima das capas de Veja. São jornalistas que estão fartos de saber que a revista não segue princípios jornalísticos, que mente, difama, blefa, que promete provas que nunca aparecem. Mas não se pejaram de aproveitar o embalo para atacar adversários históricos.
 Imagem Activa 
Isso pode ser chamado de jornalismo? Ou é um folhetinho mequetrefe?
Outros jornalistas, com história e credibilidade, preferiram recolher-se ao seu próprio trabalho, pela notória impossibilidade de remar contra uma tendência irreversível de consolidação do jornalismo de esgoto.
Fazem bem em se poupar e não tentar remediar o irremediável.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

OCUPEMOS WALL STREET...

Contra o espírito do capitalismo:: Denis Lerrer Rosenfield

As manifestações contra Wall Street, como símbolo do capitalismo contemporâneo em seu aspecto financeiro, expõem ações que permitem lançar uma luz particular sobre a natureza, digamos, "moral" (ou imoral) de determinadas práticas capitalistas atuais. Práticas capitalistas que, convém ressaltar, se voltam contra o próprio espírito do capitalismo.

Na crise de 2008-2009, o que chamou moralmente a atenção foi o fato de os executivos das grandes corporações financeiras e bancárias usufruírem grandes dividendos sob a forma de salários, bônus e vantagens dos mais diferentes tipos. Note-se que não se trata de um argumento contra dividendos e bônus, sempre e quando estejam assentados na responsabilidade. Se um executivo tem mérito, tanto melhor para ele, pois está colhendo os frutos do seu trabalho. O lucro é a recompensa pelo trabalho, não cabendo nenhum argumento ressentido dos que simplesmente invejam os bem-sucedidos. O problema é de outra ordem. Os executivos que levaram seus bancos à falência por operações extremamente arriscadas, utilizando os modernos meios digitais, não têm mérito. Cobraram por aquilo que não entregaram. Ou melhor, entregaram a poucos que lhes pagaram os polpudos rendimentos graças a ações de caráter imediato, porém a longo prazo criando para suas empresas situações pré-falimentares.

A crise econômica atual, de perfil financeiro, tem um forte componente moral. O mecanismo financeiro que levou à insolvência dos créditos, particularmente na bolha imobiliária, estava baseado em concessões várias vezes repetidas de créditos, assentados em avaliações que se tornaram fictícias dos imóveis postos em hipoteca. Enquanto o mecanismo funcionava, empurrando o problema com a barriga, numa ciranda que mais se assemelhava a uma jogatina, certos analistas de mercado e economistas cantavam loas a esse novo mercado.

Acontece, contudo, que esse mercado estava alicerçado num pressuposto, o de que o pagamento dos créditos se faria por novos créditos, criando a ilusão de que os créditos não seriam, na verdade, pagos. Dívidas se pagariam com novas dívidas, num acordo, na verdade, fictício, entre financiadores e os que contraíram empréstimos, numa relação contratual aparentemente correta. O problema está na aparente correção desse tipo de contrato, porque o componente moral é dele evacuado, como se não existisse ou não contasse.

Vejamos. Se um empréstimo é contraído para não ser pago, é porque tanto o credor como o tomador assumem a irresponsabilidade de suas ações. O agente bancário torna-se irresponsável por seu crédito e o tomador, por seu empréstimo, embora o contrato seja perfeitamente legal. Empréstimos são ações que pressupõem, como qualquer forma de ação, responsabilidade. Mas esse tipo de operação financeira está baseado na irresponsabilidade, do credor e do tomador.

No momento, porém, em que sua falha moral irrompe, ambos os contratantes procuram transferir suas respectivas irresponsabilidades ao governo, como se este devesse ser o responsável pelas irresponsabilidades alheias. Do ponto de vista dos bancos, surgem os supostos argumentos de que estes não podem quebrar, ou seja, traduzindo essa formulação em termos morais, os bancos têm todo o direito de ser irresponsáveis. Segundo o princípio da irresponsabilidade, o conjunto dos contribuintes deve se responsabilizar pelos bancos cujos dirigentes e acionistas usufruem os maiores dividendos e bônus.

Os tomadores de empréstimos também pedem socorro ao governo, exigindo, em troca do seu voto, refinanciamento de suas dívidas, ajuda para situações de insolvência, seguro-desemprego, e assim por diante. Políticas sociais são demandadas. Politicamente, ameaçam por uma solução, culpando os bancos por seus infortúnios, enquanto estes culpam aqueles pelas dívidas não pagas. Temos, então, uma situação assaz estranha, pois a irresponsabilidade moral se traduz em exigências políticas dos desfavorecidos, devendo o governo atendê-las.

Ato contínuo, os governos salvam seus bancos e procuram atenuar os efeitos da insolvência, via estímulo da economia, para que o mecanismo financeiro volte a funcionar. O instrumento utilizado é o aumento da dívida pública. Ou seja, para assumir a irresponsabilidade alheia, os governos tornam-se ainda mais irresponsáveis, transferindo uma dívida impagável para as próximas gerações, como se estas, aliás inexistentes nesse momento, devessem ser responsáveis pelo que não fizeram. Nesse contexto, a máxima de Keynes de que "a longo prazo estaremos todos mortos" é um elogio à irresponsabilidade, uma ode à imoralidade. E essa ode à imoralidade é citada por vários economistas como uma forma de sapiência - a sapiência dos irresponsáveis que auferem lucros por sua própria irresponsabilidade.

Ressalte-se que banqueiros e altos executivos, após a crise, continuaram usufruindo os mesmos privilégios e apresentaram como argumento que se trata de uma prática privada de mercado. O argumento é hilário. Quando confrontados com uma situação de quebra virtual, o argumento de mercado, no caso, a falência por maus negócios, não valeu. É o Estado, isto é, os contribuintes, que deveria arcar com seus maus negócios. Impostos deveriam ser destinados a eles para se salvarem. O privado, aí, tornou-se público. Nem o que ganharam individualmente foi devolvido. Passada a tormenta, voltam aos mesmos supostos argumentos - surrados, aos olhos da opinião pública - de que o mercado estipula esses valores de bônus e dividendos. O argumento é especialmente vicioso, mostrando, na verdade, o "vício" dos que assim agem. Pervertem o espírito do capitalismo em proveito próprio. Não deveriam, pois, causar estranheza as manifestações contra Wall Street.

Denis Lerrer Rosenfield, professor de Filosofia na UFRGS.

FONTE: O GLOBO

sábado, 22 de outubro de 2011

A QUEDA DE UM OUTRO MURO

A queda de um outro muro
Cacá Diegues    -   NY, 20 outubro 2011

Eu não podia vir a Nova York sem visitar os ativistas do movimento “Ocupem Wall Street”. Desde 17 de setembro (e até o momento em que escrevo esse texto), eles estão acampados numa praça perto do famoso centro financeiro da cidade, do país e do mundo. Dali atraem a atenção de todos e provocam a solidariedade de muitos, mesmo que não se entenda direito do que se trata.
A confusão começa por inesperada mistura de classes, idades e profissões, instalada não em Wall Street (ruazinha estreita demais para abrigar acampamentos), mas a umas quadras acima, no Zuccotti Park, a poucos passos de onde estavam as torres gêmeas do World Trade Center. Uma multidão de turistas passeia por ali, a fotografar os ativistas cercados por policiais tensos e atentos, numa excitada marcha triangular entre o venerando beco das finanças mundiais, o espaço que restou da tragédia americana e a festa de esperança na praça.
Manifestantes de classe média, trabalhadores e desempregados, sem liderança aparente, estão instalados no chão da praça, sobre colchões, poltronas velhas, colchonetes, camas de papelão. Mas não se trata de piquenique político com gritarias,  correrias e discursos inflamados. A festa é discreta e calma, quase silenciosa, com uma certa ordem na aparente e passiva anarquia, só rompida quando a polícia pratica alguma violência.
Um grupo fornece material para a confecção dos numerosos cartazes, meio hegemônico de manifestação do movimento, erguidos em silenciosas caminhadas individuais pelo acampamento. Como a de um homem alto, magro e informalmente bem vestido, que carregava pela calçada da praça um cartaz onde se lia: "Os sionistas controlam a economia americana". A persegui-lo, uma moça baixinha tentava acompanhar seus passos largos,  contrapondo ao dele o seu próprio cartaz: "Não concordo com ele".
Na tarde em que estive lá, jovem e numerosa banda multirracial, formada por uma infinidade de instrumentos de percussão e apenas um trompete como solista, tocava “Mas que nada”, de nosso Jorge Ben Jor, de um jeito meio atravessado, a repetir exageradamente aquele trecho que diz: “obá, obá, obá”. Não vi ninguém cantar a letra, mas todo mundo dançava alegremente ao som desencontrado do clássico de Ben Jor.
Um cartaz anunciava: "Dê um alô para o mundo". Os interessados deviam se colocar diante de pequena câmera digital, se ver reproduzidos numa tela de computador portátil e falar para o mundo o que bem entendessem. Em geral, protestos e denúncias, acusações ao sistema financeiro e aos bancos pela crise econômica, pela falta de emprego, pelo abismo social entre as classes. “Nós somos os 99% da América”, dizia um rapaz negro se referindo, por exclusão, ao 1% de ricos que garantia controlar o país. Uma senhora de cabelos brancos, carregando sacola de supermercado quase vazia, não entendeu muito bem o espírito da coisa – concentrada, ela reclamava do tratamento que o marido lhe prestava no lar.  
Os raros discursos coletivos são quase sempre sobre assuntos práticos, relativos à sobrevivência na praça. Só mais recentemente começaram a pensar em uma lista de reivindicações políticas e sociais. Na segunda feira anterior à minha visita, depois de longo debate, conseguiram chegar às duas primeiras: emprego para todos e defesa dos direitos civis. Todo mundo sabe porque foi parar no Zuccotti Park, mas parece que quase ninguém tem uma ideia precisa de para que serve o movimento, o que deve acontecer em seguida. É como se um mal estar estrutural estivesse substituindo os programas ideológicos. 
Apesar dos três anos de atraso, é evidente que o movimento é uma reação à crise iniciada em 2008, o anúncio de um confronto com os responsáveis por ela, o sistema financeiro e os bancos. Parte de seus ativistas pretende seguir buscando reivindicações próprias que atendam aos interesses de todos os manifestantes, antes que chegue o inverno, o movimento se disperse e os desempregados virem candidatos a mendigos. Mas outros preferem evitar essa objetivação do movimento, mantendo sua imagem original, difusa e descontínua.  “The process is the message”, como apareceu no facebook desses.
Potencialmente, "Ocupem Wall Street" tem a cara dos movimentos libertários dos anos 1960, aqueles dos direitos humanos, dos estudantes que não queriam ir para o Vietnam, do movimento negro, dos hippies – uma feira de esperança, um desejo de justiça, uma experiência de convivência humana distendida, um sonho que a humanidade vive sonhando de tempos em tempos. Mas também é um espaço onde as idéias parecem sufocadas pelo malestar que tomou o lugar da luta política.
A melhor resposta sobre seu futuro foi dada por Hendrik Hertzberg, na revista New Yorker. Ele lembrou que, quando Richard Nixon perguntou a Chou En Lai qual tinha sido o impacto da Revolução Francesa no mundo, o então primeiro ministro chinês, parceiro de Mao Tsé Tung, respondeu que ainda era cedo demais para se avaliar. Só precisamos ficar atentos para que não avaliemos o “Ocupem Wall Street” um pouco tarde demais.

carlosdiegues@uol.com.br

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

BOLSA FAMÍLIA PARA RICOS

Sob o titulo "Os doidos sábios e os sábios doidos" Elio Gaspari faz um comentário sobre a crise global que ainda não nos atingiu, mas vem aí, entre outras coisas diz "todos os indicadores do andar de cima vão bem, mas querem mandar a conta para o andar de baixo, cortando políticas sociais, tanto nos Estados Unidos como na Europa".
Podemos afirmar que no Brasil nada existe de diferente nesta questão, se dependesse da oposição, PSDB/DEM/PPS e setores conservadores que estão abrigados em outras siglas por interesses locais.
Diz Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores do governo FHC que "desde o estrepitoso fim da União Soviética em 1991, muitos esperam que o imenso poder dos Estados Unidos também desmorone. Acredita-se que a crise americana e  européia terminarão por levar o sistema capitalista a naufragar." 
Diz Arminio Fraga que "os grandes blocos econômicos vivem dias dificílimos, há um risco no ar". Mas as previsões catástróficas estão  destinadas a falhar.
O número de pobres aumentou significativamente nos Estados Unidos, engrossado por aqueles que perderam suas casas com a crise do mercado subprime  de hipotecas, hoje moram em campings ou em seus próprios carros.
O movimento "Ocupem Wall Street" cresceu acima do esperado pelas autoridades americanas.
Agora o que os neo-liberais esperam é o "Bolsa Família para Ricos", mas os alemães vão deixar Merkel e o governo alemão acudirem aos desmandos da Grécia?
A ganância dos bancos europeus, aliados ao despreparados que compraram papéis de países falidos agora pedem socorro.
As regras projetadas pelo FMI, que obriga os países a seguir regras que não podem cumprir veem seus modelos de vida serem varridos com o cortejo do desemprego e empobrecimento.   
Diz Lampreia que não crê que haja base para o fim do capitalismo e que "os rumores sobre a morte do capitalismo são muito exagerados" e que "não vê alternativa que se sustente".
Em primeiro lugar é claro que o capitalismo não vai morrer com crises como esta que enfrentamos pela incompetência fraudulenta daqueles que mantêm as maiores fortunas, os países envolvidos os socorrerão sem que percam nada, quem vai perder são aqueles que pagam os impostos, os lucros ficam nos bolsos dos poderosos, como sempre, e os prejuízos são divididos, nas mãos dos governos e menos afortunados.
Alguém já ouviu falar que o pro-labore de algum destes  grandes executivos que provocam as crises diminuiu?
O comunismo acabou e transformou-se no socialismo que ocupa um espaço com preocupações sociais e o capitalismo neo-liberal que cria pobreza teima em não dirigir-se para o centro, deixando a extrema direita radical, causando de quando em vez crises como estas que são repassadas para os governos.
Os capitalistas neo-liberais brasileiros criticam todos os dias o "Bolsa Família" que já tirou mais de trinta milhões de famílias da extrema pobreza mas querem o "BOLSA FAMÍLIA PARA OS RICOS" que é muito mais caro.
  

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

GLOBO CONTRA BRIZOLA, AINDA...

Em sua despedida de "O Globo", entrou de férias e só volta dia 03 de novembro, mais uma vez Merval Pereira conta em sua coluna uma meia verdade, omitindo fato importante da queda de Jânio Quadros e a tentativa de impedimento da posse do Vice-Presidente João Goulart.
Descreve Merval a tranquilidade com que Tancredo Neves enfrentava os maiores problemas vividos pela nação, tendo sido encarregado pelas elites brasileiras para se deslocar ao Uruguai, levando as condições impostas para que pudesse assumir a Presidência, cargo para o qual foi eleito democraticamente.
Mas omite o jornalista Merval Pereira, sempre dentro do espírito (de porco) das Organizações Globo, o fato de que Tancredo Neves só foi enviado ao Uruguai pela pressão exercida pela "LEGALIDADE", deflagrada por Leonel de Moura Brizola, então Governador do Rio Grande do Sul, com o apoio do 3º exército, que marchou até a fronteira do Paraná com São Paulo, demonstrando que o Sul do País não aceitava o golpe que estariam tentando contra o Vice-Presidente João Goulart.
Por este tipo de jornalismo faccioso barato é que a história do Brasil de 1964 para cá esconde do povo grande parte dos fatos que foram sumariamente omitidos propositadamente para defender traidores da pátria, que tentaram acabar com a democracia em 1961 o que conseguiram em 1964 com o falso argumento de que o comunismo estaria tomando conta do Brasil, e atrasaram o País em 50 anos.
 

sábado, 15 de outubro de 2011

A INCLUSÃO DAS FAMÍLIAS SEM ESTADO

Assunto: A inclusão das famílias sem Estado


A inclusão das famílias sem Estado
Coluna Econômica - 14/10/2011
O livro ainda não tem editora, faltam acertos finais, mas caminha para ser um clássico das ciências sociais brasileiras e um documento imperdível sobre a grande batalha iniciada anos atrás, que ajudou a tirar da miséria milhões de brasileiros.
Trata-se do trabalho da socióloga e professora da Unicamp Walquíria Domingues Leão Rego sobre esse momento histórico.
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O trabalho de Walquíria não possui estatísticas complexas, não recorreu a pesquisas com questionários fechados. Durante cinco anos ela foi ouvir mulheres em regiões tradicionalmente não assistidas pelo Estado – como o Vale do Jequitinhonha e o sertão alagoano, entre outras. Sua intenção foi avaliar os impactos sobre as pessoas da renda em dinheiro – tanto do Bolsa Família quanto do aumento do salário mínimo. Quis saber os efeitos sobre a vida pessoal, a cidadania, a maneira como as pessoas passaram a se ver.
Ontem, no seminário “Regionalização do Desenvolvimento” – do projeto Brasilianas – o relato de Walquíria provocou emoções fortes tanto em pesquisadores quanto em executivos.
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Em geral, os pobres são vistos como massa homogênea. Como tal, sujeitos a toda espécie de visão preconceituosa. Seriam pobres por serem preguiçosos; não poderia receber em dinheiro por não saberem fazer cálculo prudencial (calcular o dinheiro até o final do mês); gastariam em supérfluos e bebidas; as mulheres (que são as titulares do Bolsa Família) acabariam cedendo as senhas aos maridos. E assim por diante.
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Com forte formação de esquerda, Walquíria se surpreendeu ao perceber a extraordinária função social do dinheiro – especialmente para quem sai da zona da extrema pobreza.
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O primeiro mito a cair foi o dos cálculos para manuseio do dinheiro. Nos depoimentos colhidos, mulheres confessavam que na primeira vez que receberam do Bolsa Família, gastaram o dinheiro na primeira semana. Na segunda vez, já sabiam calcular para o dinheiro durar até o final do mês.
Do mesmo modo, não encontrou mulheres que tenham cedido às pressões do marido para outras destinações aos recursos. Primeiro, porque tinham contrapartidas a apresentar: pesar as crianças no posto de saúde, apresentar atestados de frequência escolar dos filhos. Depois – como disse uma delas, em um relato que espalhou emoções no seminário: “Isso tudo não é mais para mim. São para meus filhos. Meu tempo já passou”.
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Em uma das melhores entrevistas da pesquisa, com uma senhora de Demerval Lobão, interior do Piauí, foi-lhe descrito o sentimento que se apossou dela quando descobriu que tinha “crédito” no comércio. Isto é, os comerciantes acreditavam nela. “Antes eu não era nada. Ninguém me vendia nem uma caixa de fósforos”.
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A renda monetária conferiu-lhes dignificação da vida, confiabilidade. A possibilidade de escolha – entre comer feijão ou macarrão, por exemplo – mudou sua percepção sobre a vida, a cidadania, os direitos, constatou Walquíria.
Meta da inflação não está garantida para 2011, diz CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que a taxa de inflação de 2011 será 6,5%, o que deve manter a taxa de inflação no limite superior da meta, segundo o Informe Conjuntural divulgado pela entidade. Porém, qualquer ajuste pontual e não previsto pode afetar esse cumprimento. "Essa situação também não esconde o desafio estabelecido para 2012: inflação em alto patamar, com reajustes programados sobre os índices de 2011 e aumento do salário mínimo em torno de 14%”, alerta o documento.
Inflação para terceira idade cai no terceiro trimestre
O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) chegou a 0,91% durante o terceiro trimestre deste ano, abaixo do total de 1,30% visto no trimestre anterior. Com o resultado, a variação acumulada no ano chega a 4,45%, enquanto a taxa acumulada nos últimos 12 meses chega a 7,01%. Destaque para o decréscimo de grupos como saúde e cuidados pessoais (de 2,37% para 1,19%), e habitação (de 1,71% para 1,25%). O único grupo que avançou foi alimentação (de 0,15% para 0,82%).
Crise reduziu número e volume de IPOs no terceiro trimestre
A atividade global de aberturas de capital caiu acentuadamente no terceiro trimestre de 2011, segundo relatório global elaborado pela consultoria Ernst & Young. No período, um total de 284 transações movimentou US$ 28,5 bilhões, comparados com os 383 IPOs que somaram US$ 65,6 bilhões no trimestre anterior. Os números representam uma contração de 26% no número de aberturas de capital e 57% nos valores movimentados.
Indústria paulista fecha 6 mil empregos em setembro
O setor produtivo paulista fechou seis mil postos de trabalho em setembro, uma queda de 0,23% sobre agosto, segundo dados sazonalmente ajustados e divulgados pela Fiesp e Ciesp (Federação e Centro da Indústria do Estado de São Paulo). A queda na indústria de transformação foi de 0,62% na leitura mensal, com ajuste sazonal. No acumulado do ano foram geradas 100 mil vagas, o que representa um crescimento de 3,87% de janeiro a setembro.
Comércio tem menor ritmo de queda no terceiro trimestre
A Sondagem Conjuntural do Comércio elaborada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria do Banco Central (BC) indica que o Índice de Confiança do Comércio (Icom) está em nível inferior este ano em relação ao observado em 2010, mas houve ligeira melhora no trimestre de julho a setembro. Segundo o levantamento, o Icom apurado ao longo dos últimos três meses foi 1,6% inferior ao de igual período de 2010.
Fluxo cambial tem saldo de US$ 3,458 bilhões
O fluxo cambial (movimentação de dólares no país) apresentou um saldo de US$ 3,458 bilhões durante os primeiros cinco dias úteis de outubro, segundo o Banco Central.  Ao longo do período, a movimentação comercial registrou saldo de US$ 1,833 bilhão, ao passo que o fluxo financeiro foi superavitário em US$ 1,625 bilhão. Com esse resultado, o acumulado do saldo cambial no ano sobe para US$ 71,756 bilhões, bem acima dos US$ 19,584 bilhões vistos em igual período de 2010.
 

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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O CAPITALISMO EXPLORATIVO

Redação Conversa Afiada

RedaçãoConversa Afiada

Santayana em Wall Street: Para que serve o capitalismo ?

    Publicado em 12/10/2011
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Quando vão bater na porta dos Murdoch e Paulson do Brasil ?

O Conversa Afiada reproduz texto de Mauro Santayana, extraído do JB:

As razões do movimento


por Mauro Santayana


O movimento de protesto nos Estados Unidos teve ontem um dia diferente em Nova Iorque: piquetes de centenas de pessoas se manifestaram às portas de cinco dos maiores milionários de Manhattan, começando pela casa de Rupert Murdoch. Outras residências visitadas foram as dos banqueiros Henry Paulson, Jamie Dimon, David Koch, e Howard Millstein – todos eles envolvidos nos grandes escândalos de Wall Street, e socorridos por Bush. Os lemas foram os mesmos: que tratassem de devolver o que haviam retirado da economia popular.


A polícia limitou-se a conter, com barreiras, os manifestantes. Mas a mesma coisa não ocorreu em Boston. A polícia municipal atuou com extrema violência durante a madrugada de ontem, atacando, com porretes, dezenas de manifestantes e ferindo dois veteranos de guerra, um deles, de 74 anos, ex-combatente no Vietnã. O “Occupy Together” atingiu mais de 1.200 cidades norte-americanas, em preparação para as grandes concentrações nacionais no próximo sábado, dia 15.


Conforme o jornalista americano David Graeber, em incisivo artigo publicado pelo The Guardian, os jovens, e também homens maduros, vão às ruas nos Estados Unidos em busca de empregos, de boa educação, de paz, é certo,  mas querem muito mais do que isso. Eles contestam um sistema que deixou de servir aos homens, para servir apenas aos banqueiros e a um capitalismo anacrônico. “Para que serve o capitalismo?”, é uma de suas perguntas. Eles contestam um sistema baseado no consumo supérfluo de uns fundado na negação das necessidades básicas de 99% da população de seu país. Descobriram que o seu futuro, os seus sonhos, o seu destino e a sua vida  foram roubados pelo sistema que deixou de ser democrático.


Os neoliberais no mundo inteiro fazem de conta que esses protestos nada significam, e muitos deles continuam  sem perceber o que está ocorrendo. Tem sido sempre assim na História. Na noite de 4 de agosto de 1789, quando, a Assembléia revolucionária da França aboliu os privilégios feudais da nobreza, Luis 16,  que seria guilhotinado menos de três anos depois, escreveu em seu diário: hoje, nada de novo. Como bem registrou Paul Krugman, em seu artigo no New York Times, os manifestantes não são extremistas: os verdadeiros extremistas são os oligarcas, que não querem que se conheçam as fontes de sua riqueza.


Não percebem os políticos o processo revolucionário em marcha que, de uma forma ou de outra, atingirá todos os países do mundo. Ao globalizar-se, pela imposição do sistema financeiro, a economia, globalizou-se a reação dos povos ao sistema totalitário e criminoso. Seria a hora de um entendimento entre os estadistas do mundo, a fim de chamar os especuladores à razão e colocar o Estado ao serviço da justiça, retornando-o à sua natureza original.  Na Europa e nos Estados Unidos o que se vê é o Estado socorrendo os banqueiros fraudulentos, e os ricos insistindo na receita neoliberal clássica, de ajustes fiscais, de redução dos serviços sociais, do arrocho salarial e da demissão sumária de imensos contingentes de trabalhadores, a fim de garantir o lucro dos especuladores.


Nos anos oitenta, os paises emergentes de hoje, entre eles o Brasil, estavam atolados em uma dívida internacional marota, gerada pela necessidade de rolar os bilhões de eurodólares, e não dispunham de recursos. Mme Thatcher disse que o Brasil teria que vender as suas terras e florestas, a fim de pagar o que devia. Hoje, trinta anos depois, a Grécia está vendendo tudo o que pode, até mesmo monumentos históricos, enquanto parcelas de seu povo começam a passar fome.


Quando os africanos morrem de fome e de epidemias, como voltaram a morrer agora, não há problema. Para os brancos, europeus ou americanos, é alguma coisa que não lhes diz respeito. A África não é outro continente: é outro mundo. Mas, neste momento, são brancos, de cabelos louros e olhos azuis, como os manifestantes de Boston – jóia da velha aristocracia da Nova Inglaterra – que vão às ruas e são espancados pela polícia. A revolução, como os próprios manifestantes denominam seu movimento pacífico, está em marcha.


Há é certo, algumas providências na Europa, como a estatização do banco belga Dexie, mas se trata de um paliativo, quando Trichet, o presidente do Banco Central Europeu recomenda injetar mais dinheiro no sistema financeiro privado. Mais astuto, o governo da China reforçou a presença estatal no sistema financeiro, aumentando a sua participação nos bancos de que é acionista majoritário.


E o mundo se move também na política. Abbas – o presidente da Autoridade Nacional Palestina, que luta pelo reconhecimento pela ONU de seu Estado nacional -  em hábil iniciativa, esteve anteontem e ontem em Bogotá. Ele fez a viagem a Colômbia, sabendo que dificilmente o apoiariam: o país hospeda bases militares americanas e, ontem mesmo, um comitê do Senado, em Washington, aprovou o Tratado de Livre Comércio entre os dois países. Assim, o presidente Juan Manuel Santos limitou-se a declarações protocolares de apoio à paz no Oriente Médio, o que não impedirá a caminhada da História.

O FMI DE NOVO...

 
O FMI como bancos e outros organismos financeiros mundiais jamais evitaram as crises que veem nos afetando, pelo contrário, o Brasil foi criticado e obedecendo aos conselhos do FMI foi extremamente prejudicado.
Só fugiu dos máus conselhos do Fundo no último governo brasileiro, o Brasil passou de devedor a credor.
Vem a calhar esta matéria, abaixo, do blog de Nassif.

Na posição de credor, Dilma critica imposições do FMI

Enviado por luisnassif, sex, 14/10/2011 - 15:38
Da Agência Estado

Brasil não concorda com imposição do FMI, diz Dilma

ELDER OGLIARI
A presidente Dilma Rousseff disse hoje, em Porto Alegre, que o Brasil não concorda com a imposição, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de algumas políticas restritivas a países em crise. "Jamais aceitaremos, como participantes (do FMI), que certos critérios que nos impuseram sejam impostos a outros países", afirmou, para as cerca de mil pessoas que participaram do ato de assinatura do pacto de adesão dos governadores do Sul ao programa Brasil Sem Miséria, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. 
Ontem, em Curitiba, a presidente já havia dito que o Brasil sabe o que é a supervisão do FMI e a proibição aos investimentos. Em Porto Alegre, Dilma lembrou que no governo de Luiz Inácio Lula da Silva o País passou de devedor a credor do FMI. "Hoje temos recursos aplicados no Fundo e possivelmente iremos ter maior participação", ressaltou.
Dilma reconheceu que o Brasil também pode sofrer os efeitos da crise internacional, pela redução de negócios em todas as regiões do planeta, mas insistiu na tese de que o País está bem preparado para enfrentar a situação, por ter US$ 352 bilhões de reservas e grande potencial de consumo. "Nossa principal força está no mercado interno, nossa capacidade de resistência é muito elevada".
A presidente assinou com os três governadores da Região Sul o pacto de participação no Programa Brasil Sem Miséria. Dilma estava acompanhada de sete ministros, que também assinaram convênios com entidades empresariais e comunitárias para compra de produtos da agricultura familiar, treinamento e contratação de pessoas que estão em situação de miséria. A presidente almoçou no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, e, à tarde, anuncia investimentos na construção de um metrô em Porto Alegre.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

DAS RUAS E DAS URNAS : RECADO

Nos surpreende que políticos que nos parecem conhecedores das questões que levam a população a pensar e se dirigir para o apoio a partidos que se opõem a seus pensamentos, declararem, como fez o deputado federal Rodrigo Maia, que o DEM é o único partido de oposição ao governo, o "PSDB só enrola".
Não entendem aqueles que pensam como o deputado que "passarinho na muda não canta"?
Quando o governo Itamar Franco criou o Plano Real a oposição declarou-se contra, desconhecendo o fato de que o povo aprovava o plano. Provavelmente Fernando Henrique Cardoso ganharia a eleição mesmo que a oposição apoiasse o Plano Real, mas as críticas facilitaram o caminho para FHC.
De 2002 para cá, a oposição fez uma campanha forte contra Lula, apesar do sucesso  de seu governo, acusou a então candidata Dilma e os partidos da base de todas as maneiras, do "aparelhamento" do governo e tal e o que esta acontecendo?
Justamente o partido que se diz o único opositor do governo é o que mais perde com a saída de deputados, senadores prefeitos e lideranças da mais elevada expressão, demonstrando que não esta entendendo o recado do povo, não aceita "oposição raivosa".
Não entendeu a oposição o fato de que os maiores críticos de Lula, Heráclito Fortes, Arthur Virgílio, Tasso Jereissati e Mão Santa não se elegeram, e Álvaro Dias só salvou-se porque ainda tem mais quatro anos de mandato?
Por incrível que pareça, não pretendendo diminuí-lo com isto, aquele que entendeu o "recado" das ruas e da eleição do ano passado foi o Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, ex-DEM, criou o PSD que na realidade não significa mudança nenhuma em termos de ideologia, retirando do Democratas a maioria de seus componentes mas conseguindo reunir apoios de quase todos os partidos.
Parte do PSD até poderá apoiar o Governo Dilma em algum projeto ou outro, até para justificar a mudança, mas jamais perderá o seu perfil de "direita", de defensor das idéias do neoliberalismo.

CAUSA DA CRISE MUNDIAL : GANÂNCIA

No dia 05 passado postamos em nosso blog matéria que acusa os bancos de criadores das crises que assolam o mundo, a de 2008 e a de agora.
O presidente da França Nicolas Sarkozy e a Primeira Ministra alemã Angela Merkel afirmaram hoje ter chegado a um acordo para capitalizar o setor bancário europeu.
Não há consenso de onde virá o dinheiro para a recapitalização inclusive das instituições financeiras em dificudade.
O acordo deverá estar pronto para ser apresentado nos dias 3 e 4 de novembro em Cannes, na França, por ocasião do encontro do G20.
Na tentativa de multiplicar os lucros as organizações financeiras diminuem as exigências para liberar empréstimos, repassando, como agora, os problemas para os governos, mas seus executivos continuam recebendo polpudos "pro-labore", como se a crise não tivesse nada a ver com eles.
Manifestantes convocam protesto em Zurique no próximo sábado e nos Estados Unidos milhares de manifestantes do movimento "Ocupem Wall Street" marcharam contra a ganância dos bancos que levou o País a uma grave crise econômica, cujos resultados ainda são imprevisíveis.
Os neoliberais pregam incansavelmente a idéia do Estado mínimo mas se não tivéssemos um Brasil forte em 2008 estaríamos até hoje chorando as amarguras de uma recessão sem precedentes, com a dívida do País crescendo e o FMI e órgãos financeiros que viviam nos dizendo o que fazer, de novo em nosso "pescoço".
A Presidente Dilma Roussef deu o recado para que os europeus debelem a crise o mais rapidamente possível, com os menores efeitos colaterais, mostrando a exitosa experiência do Brasil, diminuindo impostos e aumentando a oferta de crédito.
Quem cria crises e mais crises nestas proporções não é o socialismo, é o "capitalismo selvagem", aqueles que detêm 90% da riqueza mundial.

QUEM PAGA IMPOSTO NO BRASIL SÃO OS POBRES

10 de outubro de 2011 às 9:43
 
Do Blog de Luiz Carlos Azenha 

Fernando Brito: Para entender a “carga tributária” no Brasil

por Fernando Brito, no blog Projeto Nacional, sugestão de MVM
“Quem paga imposto no Brasil são basicamente os pobres.”
A frase é do presidente do Ipea, economista Márcio Pochmann, e talvez você já a tenha ouvido algumas vezes pensando, talvez, em sonegação fiscal.
É triste dizer isso, mas infelizmente é, na sua essência, um problema pior, porque não se resolve com medidas administrativas.
Essa pausa do final de semana pode ajudar a gente, no meio do torvelinho da crise, a falar algo de útil para a compreensão do assunto.
O Brasil tem um cipoal de impostos e uma carga tributária que, se não é alta pelo padrão de países desenvolvidos, também não é baixa, se considerada sua repercussão sobre o mundo do trabalho e da produção.
Mas é o peso que tem cada grupo de impostos que vai nos dizer quem está pagando quanto de impostos.
A maior parte do bolo é, disparado, a do imposto indireto, cobrado sobre o consumo.
Cerca de 60% do total de impostos recolhido no Brasil incide sobre o que as pessoas consomem. Além do ICMS e do Imposto sobre Produtos Industrializados, que representam metade deste percentual, atingem o consumo todos os tributos que vão parar lá na nota fiscal dos produtos ou serviços consumidos pela população: ISS, Cofins, etc…
Aumentar estes impostos, portanto, significa aumentar preços e, consequentemente, reduzir o poder de compra da população. E, em geral, fazer isso em cima dos mais pobres. Por quê? Porque os impostos sobre consumo representam, em média, um peso sobre a renda disponível três vezes maior sobre os que ganham menos de três salários mínimos quando se compara ao que pagam os que tem renda de mais de 20 salários-mínimos.
Por mais que se possa ajustar a alíquota sobre cada bem – o feijão, por exemplo, ter uma alíquota menor que as bebidas, o que basta para mostrar como é injusto o tal “imposto único” – este imposto embute uma “cegueira” social: não importa que seja rico ou pobre, todos pagam o mesmo.
Já os impostos diretos, que incidem diretamente sobre a renda e a riqueza patrimonial,  são  mais diretos e que menos impactam a atividade econômica, porque incidem sobre o resultado do término dela, no indivíduo ou na empresa.
O maior destes impostos, o de renda, representa, aproximadamente, 25% de nossa carga tributária, apenas. E nela, a renda do trabalho e a do capital quase empatam: a renda do trabalho responde por 10%, enquanto a renda do capital corresponde a 11%, restando 4% para outras rendas.
Nosso imposto de renda não apenas é baixo para quem ganha muito e alto para quem ganha pouco, com poucas e limitadas faixas de renda, como é mal distribuído entre os tipos de atividade econômica das empresas.
Para sustentar a a primeira afirmação, olhe este gráfico abaixo (clique no gráfico para ampliar)  elaborado pela KPMG, uma das gigantes mundiais no ramo de auditoria e consultoria contábeis. Repare que, para quem tem renda superalta, o peso dos impostos (inclusive os previdenciários) aplicados no Brasil só é maior que o dos paraísos fiscais, plenos ou parciais, e do que alguns países ex-bloco soviético, onde o sistema tributário foi remontado a partir do fim dos regimes comunistas e – já está claro – não se sustenta.

Repare que não se está comparando apenas com os países ricos, para evitar o argumento de que paga-se muito lá mas os serviços estatais são bons. Aliás, nem isso é verdade, como se vê no exemplo dramático de existirem nos EUA 50 milhões de pessoas sem qualquer – boa ou ruim – cobertura médica.
Se aquele magnata americano, o Warren Buffett, fosse brasileiro, o seu artigo “Parem de mimar os super-ricos” seria muito mais contundente do que foi nos Estados Unidos, onde os impostos diretos são mais altos.
Quanto à má distribuição entre os setores, ela fica clara quando se observa os critérios de tributação: as maiores alíquotas incidem sobre a renda do trabalho. Os bancos, por exemplo, recolhem cinco vezes menos imposto de renda do que todas as pessoas físicas do país. E as empresas se valem da isenção de imposto sobre seu lucro, em boa parte, pelo ‘pagamento de juros sobre o capital próprio” feito a seus acionistas, entre outros mecanismos para “driblar” recolhimentos maiores.
O último grupo de impostos, então, é mais escandaloso: o sobre o patrimônio. Em países desenvolvidos, e que ninguém põe em dúvida serem liberais, os impostos sobre patrimônio representam mais de 10% da arrecadação tributária: no Canadá são10%, Japão,10,3%, na Coréia,11,8%), na Inglaterra,11,9% e  nos EUA nada menos que12,15%.
No Brasil, 3,4%.
Este é o quadro de um país que se escandaliza com um aumento de 0,1% sobre as rendas mais altas – embora seja adequada a discussão sobre o que é renda mais alta, aqui – para financiar o sistema público de saúde.
A ineficiência dos serviços públicos, se tem de ser vencida pela profissionalização e modernização da sua administração não pode servir de biombo para a realidade que foi sintetizada pelo professor Pochmann:
“Quem paga imposto no Brasil são basicamente os pobres.”

sábado, 8 de outubro de 2011

CAPITALISMO NÃO É IDEOLOGIA

O despotismo da economia
Cacá Diegues, 7 out 2011
O capitalismo não é uma ideologia, mas um modo de viver. Ninguém o inventou, ele não tem pai nem mãe, não adianta botar a culpa no Adam Smith ou na Margareth Tatcher. O capitalismo nasceu, digamos assim, por geração expontânea, como uma necessidade humana surgida lá atrás, quando os homens da caverna começaram a conviver entre si. Um coletor deve ter sentido frio demais naquele inverno e teve a ideia de trocar um cacho de uva pela pele de urso do vizinho caçador. Estava criado o notório e tão vilipendiado mercado, lugar de encontro, entendimento e trocas, onde você pode e deve satisfazer suas necessidades satisfazendo as necessidades dos outros. Pensando bem, o erro foi de quem batizou a coisa toda, dando-lhe esse nome horrivel, frio, excludente e desumano - capitalismo.
Esse mecanismo básico das relações humanas desenvolveu-se e endiabrou-se de tal modo que acabou gerando frutos diversos e às vezes divergentes como, por exemplo, o criador Steve Jobbs e o especulador Warren Buffet, dois ícones opostos do capitalismo contemporâneo. Em qualquer caso, é de tal ordem sua promessa de recompensa que Jacques Lacan, o maior pensador da psicoanálise pós-freudiana, considerou que para resistir ao capitalismo é preciso ser santo.
O pior desse capitalismo contemporâneo, o capitalismo financeiro que gira como uma roleta nas bolsas de valores do mundo inteiro, é a dependência material e simbólica que a humanidade vive hoje da economia. Uma tirania mítica em que a economia substitui o indiscutível poder divino da Idade Média, com seu terrorismo financeiro e promessas de apocalipses inquisitoriais, se não seguirmos seus sinais proféticos, suas tábuas de mandamentos. Um dos piores motes dos últimos tempos é o famoso chiste eleitoral: “É a economia, estúpido”. Uma piada que, considerada esperta e virtuosa, atrasou a importância da política por algumas décadas.
O  mundo precisa dar um jeito de aprender a viver sem a opressão da economia, sem o seu despotismo. Não é possível que, ao acordarmos, nosso primeiro pensamento seja sempre para ela e seus números, como indicação do que faremos pelo resto do dia e de nossas vidas.
Entramos em pânico se o dólar cai, pois é ruim para nossas exportações; mas se o dólar subir, isso é fatal para o controle da inflação. O humor de funcionários de agências regidas por interesses financeiros que não conhecemos (“porta-vozes do fim do mundo”, como diz o humorista Tutty Vasques) desclassificam países que, abalados, se tornam vítimas de desconfiança e são levados ao caos sem que se saiba bem porque. Os sábios condenam o gasto dos governos e, no entanto, é o custo do salvamento dos bancos privados, quebrados pela crise que provocam, que leva ao súbito aumento da dívida pública, onde quer que ele aconteça.
No meio do clamor de receio pelos sinais de inflação, li interessante lembrança histórica do insuspeito Paul Krugman. Na crise mundial do final dos anos 1920, todos temiam pelas consequências de uma hiper-inflação na Alemanha. Mas o desastre exemplar, diz Krugman, veio “das políticas de Heinrich Brüning, chanceler da Alemanha de 1930 a 1932, cuja insistência em equilibrar déficits e preservar o padrão ouro tornou a Grande Depressão ainda pior na Alemanha do que no resto da Europa, preparando o terreno para você sabe o quê”.
Nem tudo pode ser apenas econômico em nossas vidas. Em entrevista recente ao jornal inglês “The Guardian”, o cineasta Jean-Luc Godard anunciou que tinha a solução para a dívida da Grécia. Segundo ele, cada vez que um credor dissesse que o país lhe devia tanto e logo tinha que pagar-lhe, a Grécia devia responder cobrando royalties pelo uso desse “logo”, elemento fundamental da lógica formal de Aristóteles. E assim iriam cobrando royalties por tudo o que inventaram e, ao fim de pouco tempo, era bem capaz de os credores estarem devendo uma fortuna à Grécia.
A vida é mais importante que a economia, a primeira não pode estar submetida ao despotismo da outra. Os valores de nosso mundo vêm sendo estabelecidos pela aritmética da especulação, sem projeto que inclua o bem estar da humanidade, para dizer o mínimo. Até já esquecemos o pretexto do progresso que justificava o capitalismo produtivo. Sei que a humanidade não é mesmo lá grande coisa e que o mundo vai estar sempre muito aquém de nossos projetos. Mas se ignorarmos o desejo contido nesses projetos, perderemos o sentido de nossa existência. É claro que também queremos o progresso. Mas entre o progresso e a civilização, vou escolher sempre a civilização.
Tenho a impressão, por exemplo, que é em nome disso que  milhares de americanos estão, desde o dia 17 de setembro, ocupando Wall Street, num movimento político e cultural que, em breve, será tão importante quanto foram os dos anos 1960. Entre os cartazes estendidos por eles na praça Zuccotti, vi um que dizia tudo: “Deixem-nos viver”.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ESCÂNDALOS QUE NÃO PODEMOS ESQUECER

 
ANÕES DO ORÇAMENTO
 
Em 1993, foi descoberto o escândalo chamado de "anões do orçamento" no Congresso Nacional, após denúncia de José Carlos Alves dos Santos, integrante da quadrilha e acusado de assassinar a espôsa.
José Carlos, com a ameaça de ser acusado pelo assassinato da espôsa resolveu, em represália, denunciar o esquema.
 
QUEDA DE COLLOR
 
No mesmo ano, depois de 2 anos e meio no govêrno, o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi processado junto com PC Farias por corrupção passiva e caiu, após ser denunciado pelo irmão.
 
COMPRA DE VOTOS PARA A REELEIÇÃO DE FHC
 
Em 14 de abril de 1997 a Folha de São Paulo publicou denúncia da CNBB ao governo de FHC, sobre a compra de votos para a reeleição.
Em 13 de maio relata o jornal que o deputado federal Ronivon Santiago, do PFL, atual DEM-AC, dizia ter vendido seu voto por R$ 200.000,00, R$ 100.000,00 em dinheiro e R$ 100.000,00 a serem pagos por uma empreiteira.
Pelas conversas gravadas o então Ministro das Comunicações Sérgio Motta, já falecido, considerado o homem forte do governo FHC, comandava o esquema.
Entre os escândalos que abalaram o governo FHC estão os casos da Sudam, Sivam, Proer, caixa 2 de campanhas e TRT paulista.
 
MÁFIA DAS AMBULÂNCIAS
 
Em 2001 surgiu o escândalo da "Máfia das ambulâncias" que, segundo a Polícia Federal teria movimentado R$ 110.000.000,00 (cento e dez milhões de reais).
Ainda segundo a Polícia Federal a "Máfia das Ambulâncias" teve sua origem na gestão do então Ministro José Serra, e permaneceu em atividade nas gestões de Saraiva Felipe e Humberto Costa, ambos do governo Lula, quando Costa foi alertado pela CGU em 30 de novembro de 2004 e pediu a investigação da Polícia Federal.
Serra aparece em vídeos e fotos junto com vários deputados incriminados no esquema entregando as ambulâncias em diversos municípios do Brasil, este era o dossiê que estaria sendo comprado pelos "aloprados".
No esquema das ambulâncias super faturadas estavam 18 deputados do PL (PR), 16 do PTB, 13 do PP, 8 do PMDB, 7 do DEM (PFL), 7 do PSB, 2 do PT, 2 do PRB, 1 do PSC e 1 do PSDB.
 
OPERAÇÃO VAMPIRO
 
Em 2004 a Polícia Federal descobriu a gangue que agia a 14 anos e sugou R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) do Ministério da Saúde.
Entre março de 1998 e fevereiro de 2002 quando Serra ocupou o Ministério da Saúde seis subordinados dêle se juntaram à "Máfia dos Vampiros".
A Polícia Federal descobriu que em 2001 Serra teria recebido uma carta anônima protocolada no Ministério da Saúde.
Platão Fischer Puhler foi acusado junto com Barjas Negri, então Secretário Executivo do ministério. 
O que fez Serra? Ordenou a um dos acusados, Platão Fischer Puhler que fosse à Polícia Federal se acusar. O que aconteceu? Platão não foi e nada aconteceu.
 
OPERAÇÃO ANACONDA
 
Em 2003 foi deflagrada a operação que descobriu o escândalo da venda de sentenças em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Piauí.
Agora, em 2011, a Corregedora Geral do CNJ Eliana Calmon declara "há bandidos escondidos atrás de togas", lamentável.
 
CAIXA 2 DE MINAS GERAIS
 
"Em depoimento nesta quarta-feira à CPI dos Correios, Cláudio Roberto Mourão da Silveira, tesoureiro da campanha em que o governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), tentou se reeleger e não conseguiu, em 1998, reconheceu o uso de caixa dois na campanha.
Segundo Mourão da Silveira, a maior parte dos recursos era de caixa dois e não foi declarada à Justiça Eleitoral. Ele informou que a campanha de Azeredo consumiu 20,1 milhões de reais, mas só foram declarados à Justiça Eleitoral 8,5 milhões de reais. Os outros 11,6 milhões de reais, segundo o ex-tesoureiro, "eram caixa 2".
Os recursos de empréstimos de Marcos Valério foram repassados a pessoas envolvidas com as campanhas do PSDB, PTB e PFL - partidos da coligação que apoiavam Azeredo. A maioria dos beneficiários, segundo o ex-tesoureiro, não era de candidatos e os repasses eram feitos por meio de transferências bancárias."
CAIXA 2 DO PT
Em 2005 estourou o escândalo do Caixa 2 do PT, apelidado de "mensalão" por Roberto Jefferson, cúmplice no recebimento de valores repassados por Marcos Valério, o mesmo que elaborou o esquema de arrecadação para a tentativa de reeleição de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais para pagamentos dos gastos de campanha de políticos da base aliada.
CARTÕES CORPORATIVOS
Em janeiro de 2008 o MPF abriu sindicância para investigar o uso indevido dos cartões corporativos durante o governo Lula.
Foi aberta CPI a pedido da oposição que, com a iminência de que fossem apurados os gastos com os cartões nos tempos do governo FHC, solicitaram o seu arquivamento. 
CAIXA 2 DE ARRUDA (DEM)
 "O governo do Distrito Federal abasteceu, sem licitação, com pelo menos R$ 14,4 milhões, uma produtora que fez programas para o diretório do DEM em Brasília nesse período e cuidou da campanha do governador José Roberto Arruda em 2006.
Num encontro em 2006 com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo de Arruda, Abdon Bucar admite que fez acordo para receber por caixa dois na campanha. Nessa conversa, gravada em vídeo por Barbosa, o dono da AB Produções reclama de um contrato não honrado de R$ 750 mil "com o PFL" - nome antigo do DEM- e de R$ 1 milhão que teriam caído em sua conta sem qualquer explicação. Ele chega a falar em "esquentar" nota fiscal, expressão usada para "legalizar" dinheiro não declarado."
O que desejamos explicitar aqui é a falsidade de alguns políticos ao desejarem denunciar, julgar e condenar a todos, indiscriminadamente, quando não sabemos quem é culpado nestas histórias todas.
O que descrevemos acima esta no "google", se acessarem terão detalhes mais completos de todos os escândalos.
 
A corrupção sempre existiu, acontece em outros países também, apesar de a grande mídia dizer que no Brasil ela foi "inventada" depois de 2002, mas CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE marcham juntas, e este é o problema que enfrentamos em nosso País.
"Estranhamos o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso ter dito que não lembra de atos de corrupção em seu governo", mas....
 
Procuramos com esta matéria alertar a população brasileira, já escaldada por tantos enganos, para a grande mídia, para os grupos econômicos de nosso País que desejam condenar tudo o que esta aí sem olhar para o passado nebuloso de personagens que não merecem a nossa confiança.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A GANÂNCIA É RESPONSÁVEL PELA CRISE

Concordamos que a falta de regulamentação financeira é responsável pela crise, como disse a Presidente Dilma Roussef em Bruxelas, mas, para nós, muito mais do que isto é a ganância das organizações financeiras.
No Brasil quem dita as normas que devem ser seguidas pelos bancos é o Banco Central, que tem a responsabilidade de verificar diàriamente o volume de recursos, os depósitos à vista, os empréstimos, a percentagem de possibilidade de inadimplência, o capital imobilizado, etc.etc..
Prova que temos leis que impedem que um banco privado quebre sem que se perceba, pelos dados verificados, e crie uma crise na economia global, como aconteceu em 2008 e agora novamente é o que aconteceu no governo de FHC com o Banco Marka, onde assessores do governo foram processados e até prêsos porque não obedeceram aos critérios estabelecidos pelo Banco Central e permitiram que Cacciola, também prêso, desse o golpe.
O que as organizações financeiras de países de 1º mundo fizeram em 2008 e agora foi deixarem de seguir os critérios na liberação de empréstimos, quer dizer, o cliente tem recursos para solicitar um empréstimo X e os executivos bancários alteram o dispositivo e permitem que contrate um valor acima de suas condições financeiras e acontece a inadimplência.
A crise, mais uma vez, é criada pelo capitalismo, pelos neo-liberais, países pobres não criam crises destas proporções.
Corre pela internet uma carta que teria sido escrita pela ex-esposa de Hugo Chaves, Nancy Iriarte Diaz, em que, no final, faz uma critica ao socialismo.
No socialismo, assim como no capitalismo, existem governos competentes e incompetentes, mas quem tem criado crises e mais crises é o capitalismo neo-liberal, o "capitalismo selvagem".
O comunismo acabou com a queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética, o que existe nos dias de hoje é um socialismo responsável que só se mantém na democracia, e quando falamos "responsável" temos consciência de que tem defeitos, mas criados pelos governantes, não pelo ideal.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

MALUF E A FALÊNCIA DE NOSSAS INSTITUIÇÕES

Em sua coluna de hoje em "O Globo" Noblat comenta o sinônimo de roubar que foi criado, transformou-se em "malufar" pelas atitudes do ex-governador de São Paulo, presidente por muitos anos do PP, Paulo Maluf.
O ex-governador de São Paulo que não pode entrar em 180 países porque será prêso pela Interpol, vive livre e faceiro em nosso País, até inocentado pelos seus eleitores paulistas que o elegem sempre com folga.
A grande imprensa, grande mídia da qual Noblat faz parte, que criticou o fato de Cesare Battisti  ter recebido da justíça e do governo brasileiro a permissão para permanecer exilado no Brasil, porque não entra na luta para que a Interpol receba a permissão para prender ladrões como Maluf em nosso País?
Maluf é a maior prova da falência de nossas instituíções judiciária e política.
Claro que um cara com todas as acusações de desvios de obras públicas, de bilhões de reais que fazem uma falta extraordinária para a saúde, a educação e diminuição da pobreza de nosso País tem o direito de ser filiado a um partido, mas caberia a este partido, se tivesse vergonha na cara, não permitir que permanecesse em seus quadros.
É incompreensível que eleitores do estado mais poderoso da federação elejam figuras como Maluf.
Critica Noblat também o fim da "faxina" que teria sido instituido pela Presidente Dilma Roussef.
Quem noticiou e condenou os ministros da Casa Civil, dos Transportes e do Turismo foi a imprensa, atitude que louvamos e esperamos que continue a denunciar desde que com acusações fundamentadas, e a Presidente demonstra que não faz "ouvidos moucos" às denúncias, age, mas com a cautela que deve conter as atitudes de uma autoridade de seu porte, falando em "mal feitos", porque "roubo" só pode ser considerado quando comprovado. Que a imprensa continue auxiliando para acabar com a corrupção mas não fique exigindo que o Executivo faça uma "caça às bruxas", deixe de governar para procurar culpados que não se sabe se existem.