terça-feira, 29 de novembro de 2011


Plagiado dos EUA, vídeo propaga desinformação contra Belo Monte


Por Carlos Lopes, Hora do Povo 3013 de 25 de Novembro de 2011
Não precisamos enfatizar a quem interessa que o Brasil não se desenvolva, para não falar de a quem interessa que os imensos recursos da Amazônia não sejam explorados por nós O Brasil, para crescer, como qualquer país, necessita de energia. No nosso caso, devido às dimensões do nosso território e
 
 
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da nossa economia, essa demanda é mais urgente ainda, pois é evidente que um crescimento razoável – digamos, 10% ao ano, ou, mesmo, 6% ao ano durante alguns anos – é inviável com a atual produção de energia, 12 vezes menor do que, por exemplo, a geração de energia dos EUA. Certamente, existe (existe?) aquela atriz da Globo que aparece de vez em quando na TV, perguntando se nós precisamos mesmo crescer – porém, essa senhora está, no momento, dedicada à vida inteligente entre os vegetais. Logo, é natural (?!) que a vida humana, para a qual o crescimento econômico é decisivo, não seja parte de suas preocupações. Por que, então, a campanha contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, envolvendo a mídia antinacional, artistas que tem pouco a ver com arte, e mais com dinheiro, americanos ou europeus que por aqui aportam para dar palpite no que não lhes compete, e até alguns indígenas tecnologicamente avançados? Essa campanha é uma campanha contra o desenvolvimento do país. Não precisamos enfatizar a quem interessa que o Brasil não se desenvolva, para não falar de a quem interessa que os imensos recursos da Amazônia não sejam explorados por nós. Num filmeco da Globo (cópia fiel de uma campanha norte-americana promovida por artistas de Hollywood) apareceu até uma comediante, pretendendo-se muito séria, advertindo: “abaixo da barragem o rio banha o Parque Nacional do Xingu”. A senhorita em questão parece achar que uma comediante, para ser séria, tem que ser burra – o que não é, em absoluto, verdade. O Parque Nacional do Xingu fica a 1.300 km da usina de Belo Monte. Para que fosse atingido, seria necessário alagar todo o sul do Pará e todo o norte de Mato Grosso, uma área de 1 milhão e 500 mil km quadrados, isto é, quase 20% do território nacional. Os únicos que até hoje pensaram em coisa semelhante foram os americanos do Hudson Institute, especialmente o sr. Herman Kahn, com o seu projeto do “grande lago amazônico” – que nem a ditadura, em seu período mais entreguista, foi capaz de topar. A hidrelétrica de Belo Monte é muito mais modesta – a área que será alagada é de apenas 275 km quadrados, pois o restante do lago (ao todo, 503 km quadrados) pertence ao leito do rio Xingu. Portanto, a comediante, como seus colegas globais no mesmo filmeco, leu um texto estúpido, ainda que hilariante, preparado por algum roteirista reacionário ou maluco, sob pagamento sabe-se lá de quem. Este último item é importante: quem é que paga esses artistas da Globo, ou o raso Fernando Meireles, e outros elementos, para fazer propaganda contra Belo Monte? Ou alguém acredita que estão trabalhando de graça para falar besteiras sobre o que eles nem sabem do que se trata? De onde surgiu esse “movimento gota d’água” que a Globo, de repente, passou a promover? Aliás, que movimento é esse – mais oculto do que a inteligência de seus propagandistas televisivos? Vejamos os índios, que tanto comovem o Sting, o James Cameron e outros de seus pseudo-defensores externos. Nenhuma aldeia indígena ou um único índio terá de mudar a sua moradia por causa de Belo Monte. Não há reservas indígenas na área. A única reserva mais ou menos próxima, a Terra Indígena Paquiçamba, está fora da área de Belo Monte. Quanto ao resto, limitar-nos-emos a lembrar o que já dissemos há um ano e sete meses (HP, 23/04/2010), pela simples razão de que nada mudou, exceto o índice de estupidez da campanha contra Belo Monte, que, aliás, seria reacionária na Idade Média. As “populações ribeirinhas”, brandidas como argumento contra a usina, são constituídas por 16.420 indivíduos reunidos em quatro povoados (7.675 no Igarapé Altamira; 7.250 no Igarapé Ambé; 244 no Igarapé Panelas; e 1.251 na Orla), que moram em 4.747 casebres miserabilíssimos, em geral palafitas, e mais 2.822 pessoas fora dos povoados. Ao todo, 19.242 pessoas. O plano da Eletrobrás garante indenização e reassentamento, com construção de casas muito melhores que as atuais, em área próxima, isto é, dentro do mesmo sistema ecológico. A mudança significará uma melhora substancial na vida dessas pessoas. Quanto à suposta incapacidade e irrelevância de Belo Monte para a produção de energia no país: ela será a terceira maior hidrelétrica do mundo. Não poderá, devido ao nível periódico das águas, produzir sempre os 11.181 MW que será a sua máxima capacidade. Mas esse é um problema que existe em qualquer hidrelétrica. Mesmo assim, a média de ganho do sistema elétrico nacional com Belo Monte será de mais 4.796 MW, o que é um incremento mais do que significativo e, sobretudo, mais do que necessário. Quanto à necessidade de Belo Monte para o nosso desenvolvimento: o sistema elétrico nacional (SIN – Sistema Interligado Nacional) tem capacidade de gerar 82,1 gigawatts (GW), sendo 69,8 GW de origem hidrelétrica. Isso é muito pouco para um país do nosso tamanho, no estágio econômico que já alcançamos. Por exemplo, a capacidade de geração dos EUA é de 995 GW – com origem principalmente no carvão e no petróleo, fontes tremendamente mais poluentes, o que não parece incomodar, e realmente, não incomoda, Cameron, Sting e outros a quem não afeta a falta de energia no Brasil, pois já a tem suficiente em seus países. Voltando ao alagamento: Belo Monte será uma “usina a fio d’água”: toda a água será turbinada, todo o movimento da água será vertido em energia. Portanto, ela não precisará de um “reservatório de regularização”, isto é, de uma grande represa para regularizar a vazão da água. Os “reservatórios de regularização” caracterizam as “usinas com acumulação”. Belo Monte não é uma usina desse tipo. Terá apenas o que se chama um “reservatório de compensação”. Por causa disso, a área alagada será menor do que em outras hidrelétricas – 275 km quadrados. O restante, como dissemos, já está alagado, isto é, pertence ao leito natural do rio Xingu. Carlos Lopes
Caras Amigas e Amigos!
Nesta matéria do blog de Luiz Nassif dá para verificar a verdade, principalmente, sobre a inoperância dos Ministros e Presidentes do Banco Central de Fernando Henrique Cardoso, que o PIG esta tentando elevar à uma "capacidade" que não demonstraram.
Um abraço
 
Terça-feira, 29 de Novembro de 2011 6:01

Corpo da mensagem

A pauta imutável da economia
Coluna Econômica - 29/11/2011
A economia brasileira está em franco desaquecimento.
Estudos de consultorias econômicas respeitadas prevêem que o PIB de 2011 registrará uma expansão de apenas 4% nos investimentos, contra 21,9% em 21010. A demanda interna não deverá avançar mais do que 4%, em comparação com 9% do ano passado. Desses 4%, mais de 1% será atendido por importações, reduzindo ainda mais a projeção de crescimento do PIB.
Há um dado adicional. Como o ano iniciou relativamente aquecido, significa que o crescimento corrente - o que está ocorrendo agora - provavelmente está perto de zero, com ameaça de registrar queda nos próximos trimestres.
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Significa que o Banco Central errou no ritmo de redução da taxa de juros - apesar da queda de meio ponto, em setembro, ter sido saudada como uma mudança de linha. Significa que não acreditou no efeito das medidas prudenciais adotadas no final de 2010. Manteve a taxa Selic em alta até a penúltima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), quando já se temia que a economia pudesse desabar.
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No entanto, quem ler o Estado de São Paulo de ontem, levará um susto: "economistas temem volta da inflação". A reportagem é com três ou quatro economistas.
Com a economia desabando, apenas um dos entrevistados comete essa enorme bobagem de defender juros elevados porque a inflação "poderia" voltar: Gustavo Loyolla, ex-presidente do Banco Central, em cuja gestão o país acumulou a maior dívida da sua história, sem contrapartida de ativos.
No regime militar, ao endividamento criado correspondiam obras, estatais levantadas. No período Loyolla, foi desperdício puro, com a dívida líquida subindo de 20 para mais de 50%, sem acrescentar um tijolo aos ativos nacionais.
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Em março de 1995, Pérsio Arida aumentou violentamente a taxa Selic, para 45% ao ano. Havia uma justificativa, uma corrida contra o real que ameaçava desestabilizar o câmbio.
Nessas circunstâncias, todo país racional aumenta os juros. Passada a corrida, trata de trazê-lo para baixo o mais rapidamente possível.
Loyolla nada fez. Baixou os juros de forma lentíssima e gradual, sob a alegação estúpida de que "ficaria mal se o BC derrubasse os juros e depois precisasse elevá-los novamente".
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Em qualquer país sério do mundo, com uma opinião pública minimamente informada, essa declaração custaria o cargo ao presidente do BC, pela falta de senso.
Ao longo da história econômica do país, poucas decisões individuais foram tão nefastas e com consequências negativas tão duradouras quanto a política monetária de Loyolla, consolidada em cima de bordões de mesa de bar.
Apenas uma se iguala em malefícios: a decisão do Ministro Maílson da Nóbrega, em 1988, de permitir a conversão de dívidas de dólares em cruzados novos - que catapultou a inflação para mais de 80% ao mês.
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Ambos jamais tiveram formação acadêmica sólida, jamais desenvolveram análises sofisticadas sobre a economia, provavelmente seriam incapazes de uma análise acurada sobre os dados do PIB.
Limitam-se a dar palpites, tão válidos quanto qualquer discussão de bar.
O mundo mudou, as fontes mudaram, as análises mudaram. Mas a pauta da imprensa econômica continua a mesma de 20 anos atrás.
Pior: em cima de fontes que erraram em todos os momentos graves da economia.
Inflação oficial volta a subir, diz Focus
Os prognósticos para a taxa oficial de inflação apresentaram um leve crescimento na última semana, e voltaram a ficar próximos do teto da meta inflacionária, segundo dados divulgados pelo relatório Focus, divulgado pelo Banco Central: os indicativos para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançaram de 6,48% para 6,49%, enquanto a variação para novembro foi mantida em 0,50% pela sétima semana. Para 2012, os dados subiram de 5,55% para 5,56%.
Dinamismo econômico deve ser retomado em 2012
O índice de perspectiva econômica elaborado pela consultoria Serasa Experian subiu 0,2% em setembro ante o período imediatamente anterior, atingindo 98,9 pontos. Esta foi a segunda variação mensal positiva consecutiva do indicador. Pela metodologia do índice, o resultado aponta que após ter entrado em estagnação neste segundo semestre, a economia brasileira deverá retomar a sua trajetória de crescimento a partir do primeiro trimestre do ano que vem.
Grupo argentino compartilha controle da Usiminas
O grupo argentino Techint é um dos novos controladores da siderúrgica brasileira Usiminas, ao anunciar a aquisição de 43,31% das ações com direito a voto da companhia brasileira pelo valor de R$ 900 milhões. A operação foi realizada por intermédio das subsidiárias Ternium S.A., Siderar e Confab Industrial, e também envolve a assinatura de um acordo para o compartilhamento do controle da siderúrgica. A Nippon Steel segue sendo a principal acionista, com 46,1% do total.

Vale anuncia investimentos para 2012
A Vale anunciou que pretende realizar investimentos no valor de US$ 21,4 bilhões durante o ano de 2012, valor pouco abaixo do anunciado para este ano, quando o total estimado chegou a US$ 24 bilhões. Desse total, US$ 12,9 bilhões foram destinados à execução de projetos, US$ 2,4 bilhões com pesquisa e desenvolvimento (P&D) e US$ 6,106 bilhões dedicados à sustentação das operações existentes, sendo que 63,7% do montante estimado será direcionado aos investimentos no Brasil.
Consumo de energia avança 3,7% em outubro
O consumo do sistema brasileiro de energia subiu 3,7% em outubro, atingindo um total de 36.457 gigawatts-hora (GWh), de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No ano, o total acumulado subiu 3,8%, para 357.488 GWh. O consumo industrial subiu 1,2% ante 2010, chegando a 15.618 GWh, enquanto o segmento comercial elevou o consumo em 7,8%, para 6.159 GWh. O segmento residencial avançou 4,5% em outubro em relação ao mesmo período do ano passado.
OCDE revisa estimativas de crescimento
A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) reduziu suas estimativas para o ritmo de crescimento econômico, e sinalizou que tanto a zona do euro como a Grã-Bretanha podem estar entrando em um processo de recessão. A Grã-Bretanha deve avançar apenas 0,02% no quarto trimestre deste ano, enquanto que a estimativa para a zona do euro é de queda de 1% no último trimestre e de 0,4% no primeiro trimestre de 2012. Para o Brasil, alta de 3,4% em 2011 e 3,2% em 2012.

Blog: www.luisnassif.com.br
E-mail: luisnassif@advivo.com.br

domingo, 27 de novembro de 2011

BELTRAME ESTA TOMANDO PROVIDÊNCIAS?

Caras Amigas e Amigos!
Recebi esta matéria ontem, do amigo Pedro Porfírio e, por entender que realmente há muita coisa para ser esclarecida, estou repassando a todos os meus contatos e postando em meu blog.
Um abraço
Nelson



1

A prisão de Nem da Rocinha.


VAMOS VER SE A IMPRENSA É SÉRIA MESMO, FAÇAM CHEGAR ATÉ ELA , ESPALHEM!!!

Por enquanto, são apenas perguntas...
Coisas do Crime Organizado, muito bem organizado, envolvendo Política e Polícia para BLINDAR o tráfico
Prender os bandidos da raia miúda é fácil, quero ver prender os do colarinho branco, incrustados na política e na polícia

Algo INACREDITÁVEL, MISTERIOSO e SEM EXPLICAÇÃO...

1. Os três advogados PRESOS juntos com o traficante Nem:
André Luiz Soares Cruz (disse ser cônsul honorário do Congo), Demóstenes Armando Dantas Cruz (disse ser funcionário do consulado, porém, além de advogado do traficante “Nem da Rocinha” ele é também Diretor do Conpej) e Luiz Carlos Cavalcante Azenha.
2. Os advogados André Luiz Soares Cruz e Demóstenes Armando Dantas Cruz são muito próximos do Dr. Jovenal da Silva Alcântara Assessor Especial do Governador Sérgio Cabral. Os dois advogados são muito influentes e poderosos.

                          
3. O CONPEJ realizou no dia 18 de maio a sua já tradicional cerimônia de entrega dos certificados aos alunos que concluíram os cursos Periciais nos últimos meses, tanto na modalidade "Presencial" como EaD, com a presença de diversas autoridades e personalidades do executivo e do judiciário, tendo como homenageado especial o Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de janeiro Exmo. Dr. Reinaldo Pinto Alberto Filho que recebeu a Moção da Ordem do Mérito Pericial pelos relevantes serviços prestados na defesa da atividade pericial e do aprimoramento profissional dos peritos, através de seu brilhante livro  “Da Perícia ao Perito”.
 Estiveram também presentes a mesa como convidados especiais: o Dr. Jovenal da Silva Alcântara Assessor Especial do Governador do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Cláudio Jorge Diretor da Fazenda Publica, Dr. Marcos de Oliveira Siliprandi Diretor de Identificação Civil do DETRAN, Dr. Roberto Barbosa Delegado de Policia Federal, Dr. Julio César Valente Trancoso Presidente do Clube de Assistência aos Servidores Públicos, Dr. Demonstenes Cruz Advogado e Diretor do Conpej, e Dr. André Luiz Soares Cruz Advogado.
Fotos da cerimônia de entrega dos certificados:
                   
Na primeira seta (esquerda) vermelha o advogado Dr. Demóstenes Cruz, e na segunda seta (direita) o Dr. André Luiz Soares o "cônsul"
                    
                  

4 . Um delegado da Polícia Civil “aparece do nada” quando o traficante Nem da Favela da Rocinha ia ser preso, e tenta ficar com a ocorrência, e tirar o carro sem que o porta-malas fosse aberto, o que só não conseguiu por que PM honestos furaram o pneu do veículo, e a Polícia Federal chegou a tempo. Esse tal “delegado” foi chamado pelos “Doutores do crime”, os advogados que davam fuga ao bandido Nem, e já tinham tentado subornar os PM com um milhão de reais.
O tal "delegado" é investigado, e a "cúpula" da Polícia Civil diz que não houve nada de errado, já que a "verdade" era que o traficante Nem estaria negociando a sua rendição, mas para ficar mais confuso, o traficante Nem ia fingir que estava sendo preso, quando na verdade estaria se entregando para evitar supostas retaliações, isso tudo é alegado pela "cúpula" da Polícia Civil, conforme a matéria publicada em vários jornais do Rio de Janeiro.
Essa "rendição" do Nem era tão secreta, mas tão secreta, que ninguém sabia, nem a Polícia Militar e nem a Polícia Federal, aliás era tão secreta, mas tão secreta, que nem o próprio Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame sabia, mas Beltrame depois de alertado pela "cúpula" da Polícia Civil mudou de idéia, e passou a dizer que sabia, e aí?
Só um detalhe, o traficante Nem disse várias vezes a Polícia Federal que NUNCA negociou a sua rendição, e que estava fugindo.
5. Algo de podre no ar...
- O que há escondido por trás da prisão do traficante Nem? Quem são as pessoas, os verdadeiros "tubarões", que protegiam o bandido?
- Como uma pessoa, no caso o advogado, Dr. André Luiz Soares Cruz, se passa por Cônsul, comete crime de corrupção ativa (pena de 2 a 12 anos de cadeia) tentando subornar policiais militares com até R$ 1 milhão para ajudar um traficante a fugir, isso sem considerar a possibilidade do crime de associação ao tráfico, e não fica preso?
- Quem realmente é esse advogado, Dr. André Luiz Soares Cruz, e quem são seus amigos?

- Muito estranha essa "historinha" da "cúpula" da Polícia Civil para tentar justificar a presença desse tal "delegado", eu particularmente prefiro acreditar em duendes, fadas, e coelhinho da páscoa.
- Fica a dúvida no ar, o que há por trás da prisão do Nem?

- Existem fatos que ainda não foram esclarecidos, por exemplo, essa historinha desse "delegado".
- O traficante nem revelou a Polícia Federal que "policiais" receberiam propina de R$ 500 mil reais por mês. Quem são esses policiais?
Ahhh..., se o Brasil fosse um país sério?
Complicado...
A verdade é: “O Nem hoje é um arquivo vivo, e corre sério risco de ser "suicidado", além do que tem muita, mas muita gente mesmo sem dormir no Rio desde que o bandido foi preso.”
Que a POLÍCIA FEDERAL cuide da vida do Nem para que ele derrube a república dos bandidos engravatados do Rio.
Aguardemos os acontecimentos...!!!

Vamos acompanhar e cobrar...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

LUPI MANCHA O PDT

O PDT se reuniu ontem em Brasília com a finalidade de discutir a permanência de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho.
Desde os tempos do Presidente Getúlio Vargas e de João Goulart o antigo PTB, de cujas lideranças nasceu o PDT, o verdadeiro trabalhismo de Alberto Pasqualini e Leonel Brizola sempre estiveram juntos com os trabalhadores, cuja aproximação foi um dos motivos do Golpe de 1964, sentiam que não tinham mais condições de vencer eleições e promoveram a "ditadura das elites", com os argumentos falsos que os brasileiros conhecem.
Portanto a ligação do PDT, dos quadros que o compõem com os sindicatos, independe de um ou outro líder, é o conjunto que faz com que se liguem històricamente na defesa dos trabalhadores.
Portanto entendemos que a permanência de Lupi no Ministério do Trabalho não acrescenta nada ao partido nas circunstâncias atuais, os indícios de mal feitos são evidentes, tanto é que o Ministro afastou um dos seus assessores mesmo sem qualquer investigação, ato que, similarmente, não poderia condenar a Presidente Dilma por afastá-lo também.
Mas para o PDT, muito mais importante do que a saída do Ministério é uma eleição para a Presidência do partido, que esta parado no tempo, pelo apêgo de Lupi aos cargos, em 2007 ao ser questionado sobre assumir no Govêrno e permanecer na Presidência não aceitou largar nenhum.
A Presidente Dilma escapará do constrangimento de ter que dar explicações sobre as suspeitas dos contratos com ONGs que não justificaram os seus gastos assim que afastar Lupi do Ministério, o que pode não ser agora mas certamente acontecerá na reforma ministerial e o PDT, ficando com um Presidente que, além das acusações que pesam sobre o Ministério, mentiu infantilmente sobre conhecer uma pessoa que viajou com ele e tendo até almoçado em sua casa vai continuar sangrando para a opinião pública, com o PIG continuando com sua acusações a um partido que nunca passou por situações desta ordem, nem nos tempos do velho mas grande PTB.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Do blog VI O MUNDO 
21 de novembro de 2011 às 21:34

Antônio David: Como pode defender uma proposta, perder, e dizer que ‘é golpe’, Malufinho?

por Antônio David
Não é de hoje que a turma da direita procura desesperadamente os holofotes e microfones da imprensa para se autoproclamar os representantes da “maioria”, os que vieram para salvar os estudantes contra a “esquerda radical” que, segundo eles, toma conta do movimento estudantil da USP.
No dia seguinte mesmo da ocupação da Administração da FFLCH, alguns estudantes de direita postaram-se em frente do prédio ocupado, procurando as câmaras de TV para fazer o discurso que já conhecemos: que este movimento estudantil é uma minoria, e que eles são os verdadeiros porta-vozes da “maioria”.
Esqueceram-se os colegas de dizer que na última eleição para o DCE da USP, eles, porta-vozes da “maioria”, tiveram apenas 5% dos votos, num universo de mais de 8 mil votos. Onde estava a “maioria”, que não votou neles? Que eu saiba, a “maioria” não tem porta-vozes oficiais e não deu procuração a ninguém pra que fale em nome dela.
Seu principal líder é Rodrigo Souza Neves, estudante de História até ano passado e agora estudante de Gestão de Políticas Públicas, amplamente conhecido como “Malufinho”. O motivo? A foto, no final desse artigo. Se falo dele, é porque ele é de fato o líder, articulador, porta-voz e figura pública do grupo. A crítica não é personalista; o grupo é que parece ser.
Há alguns dias, durante uma reunião do Conselho de Centros Acadêmicos em Ribeirão Preto, Malufinho gabava-se dizendo que sua chapa “ganharia fácil” a eleição do Centro Acadêmico. Eu estava lá, e ouvi ele dizer isso. Pois bem, a eleição já aconteceu, e a chapa do Malufinho perdeu de lavada. A chapa concorrente teve mais que o dobro de votos. Nem no seu próprio curso Malufinho é maioria.
Agora que estamos em greve, com mais de 50% do campus Butantã parado (vale lembrar, o maior campus da USP), Malufinho e sua turma estão esperneando, dizendo que o adiamento da eleição foi golpe. Malufinho só esqueceu de dizer que ele não apenas estava na assembleia que deliberou pelo adiamento da eleição, como defendeu a proposta de não adiar a eleição. Todos ouviram sua defesa, e ele teve o mesmo tempo dado aos outros para defender sua proposta. Como pode, uma pessoa defender uma proposta, perder, e depois sair dizendo “é golpe”? Se é golpe, o coerente não seria ter dito que aquela votação não poderia acontecer? Mas Malufinho e sua turma parecem não se preocupar com a coerência.
Aos que não estavam na assembleia, um dado curioso: a votação foi mais ou menos 3 mil contra 10. (Isso mesmo, votaram contra o adiamento da eleição só os membros da chapa da direita que estavam na assembléia, umas dez pessoas. Os demais 3 mil votaram pelo adiamento da eleição). Essa deve ter sido a votação mais folgada da história das assembleias dos estudantes da USP.
Atentado à democracia é haver uma eleição no meio de uma greve tão grande, com tanta adesão. Se a eleição ocorresse na data original, um imenso contingente de estudantes não teria condições de votar, dada a impossibilidade de organizar a eleição e de organizar as atividades de greve ao mesmo tempo. Precisa dizer? Uma criança de dez anos é capaz de entender isso. Além disso, não há absolutamente nada no Estatuto do DCE que impeça uma assembléia de mudar a data da eleição numa situação como a que estamos vivendo. Mas Malufinho e sua turma parecem ignorar isso tudo.
Agora eles evocam o Estatuto do DCE. Que ironia! Pois, não bastasse Malufinho interpretar o Estatuto de maneira equivocada, ele se esquece que, segundo o Estatuto, a diretoria do DCE deve seguir as deliberações aprovadas nas instâncias do DCE (Art. 7), a saber, o Congresso dos Estudantes da USP, as Assembleias e o Conselho de Centros Acadêmicos. Será que Malufinho e sua turma reconhecem essas instâncias? Como eles inscreveram uma chapa, pressupõe-se que sim. Será? É duvidoso, haja vista o tanto de ataques que eles fazem contra as deliberações dessas instâncias.
Há alguns dias, a imprensa divulgou uma pesquisa feita pelo Datafolha, que supostamente dá razão para Malufinho e sua turma. A chamada em um jornal de grande circulação foi: “Pesquisa indica que maioria dos alunos da USP é a favor da PM no campus”. No entanto, uma leitura mais atenta mostra que não é bem assim.
Segundo o Datafolha, 58% dos entrevistados são a favor da presença da PM no campus. É possível que entre os docentes o percentual seja o mesmo. Mas, se os trabalhadores do campus tivessem sido entrevistados, muito provavelmente este percentual seria muito mais baixo. Sobretudo se a entrevista tivesse contemplado os trabalhadores terceirizados, muitos dos quais moradores da favela São Remo, que fica ao lado da USP, e que são vítimas diariamente da truculência e dos abusos policiais.
Mesmo se desconsiderarmos essa falha grosseira na pesquisa – afinal, os trabalhadores também são usuários do campus e também necessitam de segurança tanto quanto os estudantes -, ainda assim o resultado é favorável para os críticos da presença da PM no campus. Afinal, com a campanha violenta e diária que a mídia está fazendo contra nós, marcada pelo esforço de estigmatizar nosso movimento e de fazer o elogio da presença da PM no campus, este percentual deveria ser de no mínimo 90%.
Não é à toa que Malufinho e sua turma não vibraram quando saiu o resultado da pesquisa. 58% representa uma derrota para a Reitoria e uma vitória para o nosso movimento. Pois o que os estudantes querem não é a PM no campus; mas sim, segurança. E se muitos ainda acreditam que segurança rima com PM, não é porque a PM traga segurança, mas sim porque nós somos todos os dias bombardeados com mau jornalismo, que, de forma tendenciosa e antiética, ataca nosso movimento e faz a apologia da Polícia Militar.
É sintomático, aliás, que essa mesma pesquisa tenha mostrado que 79% dos entrevistados têm medo de andar pelo campus à noite. Ora, como têm medo, se agora a PM faz rondas ostensivas no campus? Sintoma de que os reais problemas de segurança do campus não foram resolvidos. De fato, não o foram. E não serão, enquanto Rodas for Reitor e enquanto não houver uma estatuinte paritária na USP, que abra a estrutura de poder feudal dessa universidade.
Isso tudo pra dizer que a mídia não apenas manipula as informações; ela inverte a realidade. Defesa da democracia e atentado à democracia parecem na mídia ocupar o lugar um do outro. Há alguns dias, Alckmin afirmava que “os estudantes precisam de uma aula de democracia”. No entanto, a Assembleia Legislativa nunca investigou nenhuma denúncia de corrupção contra seu Governo. Vivemos na era do cinismo.
Não poderia deixar de encerrar este artigo sem compartilhar essa bela foto, de Malufinho prestando solidariedade a seu grande mestre, no Encontro Estadual do PP em 2009. O site de onde copiei a foto está AQUI.  (Aproveitem para guardar essa recordação (rs), antes que eles tirem do ar!)
O que dizer de Maluf? Não falarei das denúncias e dos processos que Paulo Maluf responde na Justiça. Todos já os conhecem. Lembrarei de algumas frases imemoriais, de sua autoria:
- Os EUA não têm AI-5; têm cadeira elétrica.
- Professora não é mal paga; é mal casada.
- O que fazer com um camarada que estuprou uma moça e matou? Tá bom, está com vontade sexual, estupra, mas não mata.
- O Collor é um bom rapaz, mas não aceitem atravessadores. Se quiserem um malufista, votem em mim.
- Nossa polícia é boa. O que atrapalha é essa política de direitos humanos para bandidos.
- Não se pode comprar deputados, porque eles saem por aí contando, e você se desmoraliza com o eleitorado.
- Vou pôr a ROTA na rua.
Com a palavra, Malufinho…

PENSAMENTOS E SONHOS

 
Do Correio do Brasil 

Pensamentos e sonhos sobre o Brasil

21/11/2011 13:14,  Por Leonardo Boff
O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Temos tudo para sermos a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram.
Brasil Detalhe da tela "Operários", de Tarsila do Amral, de 1933
1. O povo brasileiro se habituou a “enfrentar a vida” e a conseguir tudo “na luta”, quer dizer, superando dificuldades e com muito trabalho. Por que não iria “enfrentar” também o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessárias, para criar relações mais igualitárias e acabar com a corrupção?
2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.
3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.
4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso,tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.
5. O medo é inerente à vida porque “viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.
6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.
7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: “graças a Deus”, “Deus lhe pague”, “fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.
8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.
9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.
10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.
11. Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.
12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.
Leonardo Boff é teólogo e escritor.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

C R I S E

Agradeço ao Amigo Elísio o encaminhamento desta matéria, talvez a mais completa análise sobre a crise mundial.

ENEAS DE SOUZA
Extraído do SUL 21



14/07/11 | 15:46
Os ventos da verdade vêm da Europa
A Europa está entrando buraco a dentro. Um, no nível econômico: as especulações contra Espanha e Itália; e outro, no nível das sombras do Estado, nas famosas relações perigosas entre o setor privado e o setor público, onde emerge o caso Murdoch. Então, as lavas do vulcão estão se revolvendo e se contorcendo, ameaçando e infestando a Europa econômica e política. São dois fenômeno gritantes que exigem reflexão e respostas práticas.
A ESPECULAÇÃO VAI MATAR A EUROPA?
1) Pois, este é o caso: especulação. Procura-se sempre dourar a pílula quando se trata das finanças. Elas sempre se dizem necessárias para a economia. E levantam a idéia de que as instituições financeiras servem de crédito à produção. Ora, ora, caro e esperto, mas enganado, leitor, faz muito tempo que as finanças não se dedicam a este tipo de crédito. Geralmente, o crédito é dirigido à especulação. Para o setor financeiro nenhuma aplicação é melhor que um título especulativo, nada é mais voluptuoso do que o jogo elástico da aplicação em “commodities” E, sobretudo, porque a sua liberdade é quase total, o Estado não pode refreá-la, a desregulamentação do mercado financeiro é a regra. E embora tenha havido recentemente alguma forma de controle, as finanças são como pássaros, voam alto, ultrapassam os modestos obstáculos, e atacam como águias e ganham como piratas: muito e muito dinheiro. Como dizia um amigo americano: “Speculation, that´s the name of the game” (Especulação, este é o nome do jogo). Ou seja, quando as instituições não têm uma regulamentação estatal elas ficam soltas para o ataque, qualquer ataque. E não existindo crédito à produção, o setor financeiro se torna finanças bandidas
2) Há uma idéia definitiva nas finanças: o seu movimento é regido não por qualquer critério social, como por exemplo, fornecer crédito aos setores produtivo ou para o consumo das famílias. Na prática, elas são atraídas – isso está berrando de evidente – pelo lado especulativo. E vejam e olhem bem, não se trata de dizer que um banco ou uma entidade financeira são especulativos. Não. O que se trata de dizer é que a totalidade das finanças – é preciso sublinhar com ênfase – pratica uma vontade e uma ação especulativa. Cada aplicador ou instituição atua geralmente de modo separado, só que o conjunto deles e delas tem uma tendência uniforme de exercer um desempenho e um comportamento de aproveitamento excessivo e imediato. E a dinâmica nos mercados financeiros mundiais é toda movida pela elasticidade jogatina do rendimento.
3) No caso da Europa, a hora atual é a do ataque das finanças aos Estados. E estes enxames de abelhas vorazes atuam sempre no interesse do seu próprio desenvolvimento e jamais no interesse geral. Num primeiro momento inventam o endividamento pelo fornecimento fácil de recursos, depois tratam das renovações seguidas até o momento da deterioração do ente público. E por fim, como um espadachim dos antigos filmes de capa e espada, depois de muito lucrarem com a prática de juros faceiros, normalmente com prêmios de risco altivos, dão o golpe final. Diante da dívida progressiva, a única saída é a “ajuda” das entidades tipo FMI, União Européia, Banco Central Europeu, etc. Vem, é claro, os “planos de salvação”, que serão tantos quantos forem necessários para a recuperação ampliada do capital, cedidos ao Estado.
4) Ora, esse plano pode ter duas etapas: uma primeira, onde se destaca a apropriação máxima de recursos possíveis, sejam monetários ou propriedades, como as famosas privatizações, que levam a um empobrecimento e uma transferência de renda do país explorado aos financistas. Nesse plano de salvação, as finanças acabam por definir uma política econômica de austeridade para o país, que envolve corte de gastos gerais, corte de despesas com pessoal, corte de funcionários, corte de assistência social (aposentadorias, gastos com saúde, gastos com educação), vendas de propriedades do Estado, etc. Este balaio de medidas inclui muitas vezes aumento de impostos e um plano de recuperação do sistema bancário nativo, parceiro local, com uma recapitalização dos bancos. Este filme nós já vimos por aqui. O resultado final é paradoxal, porque caem as receitas do governo, o que no limite cria sempre a possibilidade de novos planos de salvações (como está para acontecer com a Grécia e Portugal), provocando um decréscimo da produção, um desemprego em grande escala e um estado de empobrecimento geral da nação. É um processo que atravessa vários anos e que transfere renda da população para os bancos locais e para os Estados, e destes bancos e destes Estados para as finanças hegemônicas.
5) Há uma segunda etapa, quando a audácia chega ao limite do limite, tentada contra, e felizmente recusada, pela Argentina. Trata-se da proposição de um Comitê de credores para dirigir a política econômica de um país, onde o funcionamento do Estado existe antes de tudo para pagar as dívidas e só secundariamente para manter a sua existência, e por último, atender as necessidades da sociedade. Ou seja, o Comitê de Credores passa a determinar tudo dentro do país. É uma liquidação de qualquer resquício de soberania e de autonomia. As flores são plantadas somente para crescerem no jardim das finanças. Após a atitude corajosa dos argentinos, que fizeram uma renegociação na marra, diminuindo frontalmente a dívida, o país buscou um desenvolvimento interno com resultados muito interessantes para o Estado, para a democracia e para a população. Esta etapa não foi abandonada, as finanças a deixaram no armário.
6) Bem, o que está acontecendo agora na Europa? Estamos no prosseguimento da crise das finanças internacionais após a crise americana de 2007, que teve seus desdobramentos inquietantes na Europa. Num canto da cesta dos países, temos aqueles que têm dívidas enormes face à dimensão dos seus PIBs e que apresentam déficits continuadamente crescentes e precisam deter essa forma de comportamento. O procedimento normal é quase bélico: as finanças cercam esses países de tal modo que eles são obrigados a fazerem o plano de salvação e a permitirem que propriedades e patrimônios públicos sejam transferidos para os capitais privados.
7) O que marca na Europa nesse momento, do ponto de vista geopolítico, é a tentativa de mudança do comando europeu. Num certo sentido, a Alemanha está obrigando a uma nova hierarquia na sociedade do Velho Mundo, acentuando definitivamente o seu retorno na proposição do desenho do continente. Passa a ser o país líder com propostas de definição para o comportamento econômico do conjunto dos países, visando a implantação de uma política econômica de austeridade, com controles fortes na área fiscal. Obviamente que esta proposta aparece também nos planos de salvação para os países europeus, só que com uma participação crescente dos bancos no manejo da situação. Pois Ângela Merkel exige que os capitais entrem obrigatoriamente na participação destes planos, com recursos na renegociação da dívida. Isto quer dizer que as finanças se entrelaçam cada vez mais com os Estados. Certamente, a ida de Christine Lagarde para o FMI foi uma bela jogada da Alemanha e da França – retirando de cena, por qualquer que seja a razão, o inconveniente Dominique Strauss-Kahn – para dar um encaminhamento mais financista a constituição de uma nova hierarquia européia. Só que essas políticas contracionistas que a Alemanha propõe apenas adiam, por mais um tempo, a crise das finanças, a crise da economia produtiva, a crise dos Estados europeus, a crise do Euro e a crise da Europa. Porque está muito claro, o que está em jogo não é a salvação das nações européias, mas sim, a salvação das finanças do Velho Continente. E nada indica que elas serão salvas. E se não forem, não só a Espanha e a Itália tombarão, mas estarão em cheque além dos países da comunidade européia, a Inglaterra e, no fim da linha, os Estados Unidos.
8) Nunca esquecer que essas finanças estão todas entrelaçadas. Não é por outra razão que Bernanke declarou ontem, quarta feira, no Congresso americano que o FED (Banco Central Americano) está preparado a dar novos estímulos econômicos. Tradução: dar outra liquidez, a terceira já, além dos “bailouts” para os bancos americanos e num certo sentido apoiar o Banco Central Europeu e os bancos privados para enfrentarem a potencialidade de defaults de Estados e de instituições financeiras.
9) Como se vê, a crise é grave. Tentemos examiná-la no contexto da crise do Ocidente. Cabe ver que ela principiou nos Estados Unidos e envolveu a necessidade de salvação das instituições financeiras americanas. No caminhar do processo surgiram dois planos para os bancos, que receberam mais de 1 trilhão e meio de dólares de empréstimos do Estado, além da efetiva troca de títulos podres por parte do FED para limpar o balanço destas entidades financeiras. E isso sem contar outros programas de liquidez para o sistema bancário. Uma vez que o Estado está sempre de sobreaviso para sustentar, em nome do risco sistêmico, a liquidez e a solvência destes capitais.
10) E nisso, não houve nenhuma modificação significativa da desregulamentação dos bancos. Eles continuaram atuando fundamentalmente na especulação, tanto em mercados americanos como em commodities. E, via lobbies, travaram o Congresso para qualquer modificação maior na regulamentação financeira, além de paralisar o governo americano com a lei sobre o limite do endividamento dos Estados Unidos. Se até 2 de agosto as coisas não forem resolvidas, os americanos poderão estar sujeitos a defaults, o que seria uma tragédia para a economia mundial. Ou seja, o conflito finanças x sociedade, deslocado para finanças x Estado pode chegar a um agravamento fantástico da crise ou a derrota definitiva do governo Obama para as finanças, que teriam então recuperado a sua capacidade de dominar o Estado, quatro anos após a irrupção da crise de 2007. Assim, embora sem ser uma fração de classe unitária e absolutamente coesa, enfrentando diversas contradições internas, as finanças americanas estão avançando para conseguir uma solução de compromisso no jogo político e alcançar um triunfo esfarrapado, mas ainda assim triunfo. E isto combinaria com uma tentativa de rearranjo das finanças na Europa, desde sempre apoiadas pelo Banco Central Europeu, pela Comunidade Européia, para instaurar de vez o projeto da Europa dos Capitais, uma vez que não se fala e nem se cogita da criação de um Estado político da Europa.
Conclusão: os capitais financeiros estão jogando com as populações dos Estados Unidos e da Europa o jogo de cara e coroa célebre: se der cara, eu ganho; se der coroa, vocês perdem.
11) Porém esse novo arranjo, se ele se confirmar, nos leva para uma situação crítica, já que a produção americana e européia crescem vagarosamente, o desemprego continua firme e a transformação tecnológica da sociedade ocidental continuará emperrada. Uma vez que a passagem do padrão de acumulação centrado no automóvel, no petróleo e na produção em massa para um padrão baseado nas novas tecnologias de informação e telecomunicação não se dará. E não se dará porque não haverá crédito para a produção. Este não é o jogo das finanças. E não se dará também porque o Estado, que poderia fazê-lo, ficará submisso e de mãos dadas com setor financeiro. Enquanto não se estabelecer a rota para a passagem que falamos acima, a crise será a rainha do Ocidente. Shakespeare uma vez disse: Woman, thy name is fragility (“Mulher, teu nome é fragilidade”). Hoje, substituiria a palavra mulher pela palavra finanças.
12) Geopoliticamente, a crise das finanças no Ocidente é o que está permitindo, com cada vez mais velocidade e maior consistência, primeiro, a passagem da unipolaridade americana para a bipolaridade USA-China. (Entre parênteses, a China cresceu 9,7% no primeiro trimestre e 9,5 no segundo, carregando consigo a Ásia, a Índia, o Brasil, a América do Sul, e a África.) E em segundo lugar, que o eixo Estados Unidos– Inglaterra–Europa vai ter uma nova liderança na Europa, a Alemanha, seguida pela França, enquanto a Inglaterra tenta se situar nesse meio do movimento das geleiras do Ocidente, de um lado sofrendo a crise americana – que é também sua – e de outro, tentando não se contaminar com a crise da União Européia.
QUEM SÃO OS QUE DOBRAM OS SINOS?
13) Pois é nesse contexto que se pode entender esta crise Murdoch, que entrelaça capitais privados (finanças e meios de comunicação) e o Estado. O nível de criminalidade seja das finanças seja dos meios de comunicações é extraordinariamente alto. Façamos uma reflexão: de um lado, as finanças fizeram todo tipo de falcatruas e ninguém foi preso, e até estão em condições de recuperarem a sua força; de outro, os meios de comunicação, ao menos parte da grande mídia, por sua vez, constituíram um partido que faz do domínio público um domínio privado. O que pensar, então, da audácia de Murdoch que organizou um poder midiático enorme, a ponto de ser um elemento decisivo, pelo seu apoio e de sua mídia, nas eleições de Major, de Blair, de Cameron? Ou seja, não era o governo e os políticos que se serviam dele, mas ele que os elegia e, em parte, dirigia o Governo. O apoio inglês à guerra do Iraque se deu depois de uma conversa de Blair e Murdoch, revelou a mulher de Blair. Pois bem, ele avançou tanto as suas forças dentro do governo, que a sua relação com Cameron permitiu não só relações pessoais com o primeiro ministro, como também a colocação de um diretor do jornal que Murdoch fechou – o “News of the World” – para porta-voz de Cameron. Já prevendo a bomba, este auxiliar se demitiu em janeiro, quando as investigações estavam em andamento, mas foi preso por esses dias pela polícia britânica. Oh, fina comédia!
14) Figura no roteiro desta história a idéia de que Murdoch iria se apropriar de uma espécie de CNN britânica, a BSkyB, por decisão estatal, quando eclodiu o escândalo e o Estado suspendeu a operação de “takeover”. Mas o mais grave de tudo: no afã de controlar, de ter poder sobre as pessoas, de dominar o Estado, o jornal de Murdoch fez mais de 4000 investigações com escutas clandestinas e não autorizadas, além de ter subornado policiais, etc. Ou seja, uma baita ação criminal. No entanto, audácia aguda, ele andou espionando Gordon Brown, o primeiro ministro depois de Blair, a quem Murdoch não apoiou. Leitor incrédulo olha só os tempos que estamos vivendo no Ocidente. Primeiro, as finanças subjugando o Estado líder do Ocidente e instalando a Europa dos capitais com a liderança da Alemanha. Segundo, a Inglaterra exibindo a céu aberto como se opera a chantagem no Estado. Lembram o recente filme de Polansky sobre um “ghost writer” de um primeiro ministro inglês? Esses tempos trazem também o caminho da destruição do Estado, através da inversão de papéis: o controle público do poder pelo setor privado. Este caso do Murdoch nos faz lembrar o velho filme de Orson Welles, “Cidadão Kane”, onde o plutocrata John Foster Kane achava que podia fazer tudo, desde a guerra contra a Espanha até ser presidente dos Estados Unidos. Como disse Orson Welles de seu personagem: Kane era um fascista. E, a pergunta final não é mais a de Hemingway: “Por quem sinos dobram?”. A resposta nós sabíamos desde o poeta John Donne. Todavia, a pergunta de agora é outra: “Quem são os que dobram os sinos?”. Agora nós também sabemos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

GOLPISMO


O golpismo da mão invisível da imprensa
14/11/2011 19:01,  Por Gilson Caroni Filho - do Rio de Janeiro
midia A mídia conservadora tenta, diariamente, iludir os brasileiros
O reino dos céus, de acordo com a tradição cristã, será dos homens de boa fé. A eles já pertencem, na sua íntegra, os conteúdos noticiosos do dispositivo midiático nativo. No momento em que a Comissão Européia prevê um forte freio na atividade econômica em 2012 e não descarta a hipótese de uma longa e profunda recessão, editoriais e os conhecidos representantes do jornalismo de mercado pregam como “medidas de cautela contra o contágio” a mesma agenda que quase nos levou ao colapso nos oito anos do consórcio demotucano.
Fingindo ignorar que se rompeu uma coisa que já estava rompida, homens e mulheres de “boa fé,” de prestigiosas redações, voltam a aplicar a estratégia do terrorismo econômico, na expectativa de gerar uma profecia que se auto-cumpre. Enquanto o Banco Central, acertadamente, revê medidas de restrição ao crédito, depois de ter iniciado a redução das taxas de juro em agosto, os oráculos da grande imprensa sonham em ver reinstalada a política fundamentalista que, de 1994 a 2002, implementou radical mecanismo de decadência auto-sustentada, marcada por crescentes dívidas e desemprego, e anemia da atividade econômica.
O Brasil ideal seria aquele com juros elevados, maior dificuldade de financiamento, menor mercado para exportações e a volta a negociações duras com bancos e organismos multilaterais. A nostalgia cega qualquer possibilidade de análise séria. Se a liberdade de imprensa é tanto mais ampla quanto maior for a responsabilidade ética dos que a fazem diariamente, podemos afirmar, ancorados em um razoável número de citações jornalísticas, que só a regulamentação da mídia pode salvar a esfera pública por ela ameaçada.
No capítulo das mentiras complexas que se arrastam há décadas, há que se arremeter com energia demolidora contra o sequestro da moral pública pelos critérios que definem a lógica do mercado. Está em curso uma ação que não tem outro objetivo senão o do esvaziamento da essência da política.
Não há mais como transigir , em nome da diversidade de opiniões, com a velha ortodoxia assimilada pelos jornalões, portais e emissoras de televisão como “exemplo de racionalidade econômica”. O receituário se repete como mantra: liberalização do comércio; ênfase no setor privado como fonte de crescimento, incluindo a privatização de empresas estatais; redução geral de todas as formas de intervenção governamental no mercado de capitais e no câmbio; precarização dos direitos trabalhistas e sucateamento do Estado. Já aprendemos demais com a tragédia para vê-la rediviva como farsa.
Sabemos que a desregulamentação dos mercados financeiros resultou numa explosão da dívida privada, numa especulação nunca vista anteriormente e abusos sórdidos do capital financeiro. O fundamento religioso de mercado está na base do estancamento da economia global e da crise que afeta a zona do Euro. Por que reeditá-lo por aqui? São inocentes os consultores e jornalistas de plantão? Não.
Eles sabem que a repercussão de alguns destes problemas vão bem além da esfera econômica. A capacidade de sobrevivência de governos democráticos como os do Brasil, Argentina, Uruguai, entre tantos outros, frente a contínuas reduções do nível de vida, seria discutível. Das redações o mercado articula o golpe. São insanas as corporações midiáticas? Não, são ávidas de poder, riquezas e inimigas juradas da democracia. O desprezo com que se referem às instituições representativas revela o autoritarismo que embasa sua estrutura discursiva. É preciso dar um basta aos que se inclinam, siderados, a qualquer aventura antidemocrática. A “mão invisível” se move implacável em edições diárias.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Correio do Brasil e do Jornal do Brasil.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A ILUSÃO EUROPÉIA

Você escreve
 
15 de novembro de 2011 às 11:45

Paulo Nogueira Batista: A ilusão europeia

por Paulo Nogueira Batista Jr., em Projeto Nacional
Há um ano e nove meses, em fevereiro de 2010, publiquei nesta coluna um artigo que me deu imensa dor de cabeça.
O título era: “Europa em declínio.” Entre outras coisas, escrevi que os sinais do declínio relativo da Europa estavam em toda parte. A recessão havia sido mais profunda na Europa do que nos EUA. A recuperação europeia também estava sendo mais lenta.
Na periferia europeia, escrevi, o quadro era especialmente ruim. Muitos países estavam em crise ou próximos disso. Suprema humilhação: especulava-se que, pela primeira vez, um país integrante da área do euro teria que recorrer ao FMI – a Grécia. As autoridades europeias, temendo a perda de prestígio, procuravam evitar esse desfecho. Mas a crise grega já contaminava outros países do Sul da Europa, também da área do euro, notadamente Portugal e Espanha.
Os europeus ficaram furiosos comigo. Naquele tempo, eles ainda tinham tempo de seguir os meus artigos. Fizeram grande pressão e muitas queixas contra mim, inclusive formais, no FMI e no G-20. Foi medonho.
O artigo terminava com uma citação de De Gaulle que, no fim da vida, em 2009, observou profeticamente: “Eu tentei fortalecer a França em face do fim de um mundo. Fracassei? Outros dirão, mais tarde. Sem dúvida, o fim da Europa está diante de nós.”
Fim da Europa? Leitor, para entender plenamente a crise atual é preciso ter alguma noção da história da unificação europeia. O assunto é vasto. Menciono apenas o seguinte: originalmente, a unificação europeia foi um projeto das elites do continente, em especial das elites francesas e alemãs, que visava, entre outros objetivos, a conter e reverter o declínio da posição relativa da Europa no mundo. Uma Europa unida seria capaz de fazer face às grandes potências do pós-guerra: os EUA e a União Soviética.
Do ponto de vista do Brasil, uma Europa unida e próspera poderia, em tese, ser um elemento positivo num mundo crescentemente multipolar. Isso se tornou até mais necessário depois do colapso do bloco soviético.
Em tese, friso. Na prática, a Europa é uma ilusão. Tem sido, não raro, a principal força pró-status quo na área internacional, inclusive em instituições financeiras como o FMI. Os europeus estão super-representados nas organizações e nos foros internacionais. E se agarram tenazmente a suas posições e privilégios. O pior de tudo é que a área do euro constitui atualmente o principal risco de desestabilização da economia mundial.
Não se pode generalizar. Evidentemente, há muitos europeus qualificados e esclarecidos, que oferecem contribuições importantes no FMI, no G-20 e em outros foros. Infelizmente, isso parece ser mais exceção do que regra.
A crise na zona do euro, volto a dizer, é uma ameaça muito considerável, inclusive para o Brasil. A essa altura, não se pode descartar um colapso geral da união monetária europeia.
Os problemas da zona do euro são legião. As vulnerabilidades fundamentais estão na própria construção original – toda ela influenciada pela forma alemã de pensar e por uma versão rígida dos dogmas econômicos liberais: regras fiscais simplistas, Banco Central Europeu independente e dedicado à estabilização monetária, unificação monetária sem unificação fiscal e política, livre movimentação de capitais, insuficiente regulação e supervisão dos mercados financeiros etc.
Essas fragilidades não apareciam nos tempos de bonança. Com a crise iniciada nos EUA em 2007, tudo isso veio à tona com força brutal. O sonho europeu virou pesadelo.
Várias cúpulas europeias, várias reuniões do G-20, inclusive a cúpula em Cannes na semana passada – nada disso foi capaz de dar resposta convincente à crise. A zona do euro está à deriva e, dado o seu peso econômico e financeiro, pode produzir ondas de choque no resto do mundo.
O Brasil precisa estar preparado para uma turbulência semelhante, talvez mais intensa do que a que ocorreu em fins de 2008 depois do colapso do Lehman Brothers.
Paulo Nogueira Batista Jr. é economista e diretor executivo pelo Brasil e mais oito países no Fundo Monetário Internacional

LUPI É FARDO PESADO PARA DILMA

LUPI É FARDO PESADO PARA O PDT TAMBÉM.
 
O PDT de Getúlio Vargas, de Alberto Pasqualini, de João Goulart e de Leonel de Moura Brizola, desde os tempos em que era o antigo PTB, este enxovalhado desde que foi entregue pelo general Golbery para Ivete Vargas e é presidido por Roberto "corrupto" Jefferson, jamais passou por uma situação destas protagonizada por aquele que justamente deveria ter a função de defender a idoneidade do partido, o presidente licenciado e Ministro Carlos Lupi.
Sob o título "LUPI É FARDO PESADO PARA DILMA", em "O Globo" de hoje, no editorial, o jornal faz uma análise sobre a difícil situação em que Lupi deixou o Partido, ao não administrar com a competência exigida o Ministério do Trabalho, cujo apêgo ao cargo tem sido maléfico para o crescimento da legenda.
Diz no editorial que "pedetistas históricos se preocupam com danos à imagem da legenda".
O ex-governador Leonel Brizola foi um exemplo de honestidade, ao morrer tinha um um terço do patrimônio que possuia, e a "ditadura das elites" vasculhou a sua vida na tentativa de encontrar alguma coisa que o desabonasse sem conseguir nada, nem com a acusação de ser comunista o que era uma acusação estapafúrdia que caiu na teia das inverdades que desejaram a vida inteira, sempre, colocá-lo.
Mas não concordamos com a idéia de que a imagem do partido ficará prejudicada, pelos exemplos que temos acompanhado nas diversas situações vergonhosas que são provocadas por pessoas que fogem de suas responsabilidades.
O último exemplo concreto que podemos acompanhar é o das polícias civil e militar, cuja honestidade é tantas vezes colocada em "xeque", com o exemplo dado por aqueles que prenderam o chefe do tráfico da Rocinha, que recusaram um milhão de reais de suborno para soltá-lo.
Não se pode condenar uma corporação de milhares de pessoas pela desonestidade de alguns; não se pode condenar a Igreja como um todo pelos êrros de padres, bispos ou pastores; não se pode condenar a Justíça porque alguns Juízes ou Desembargadores são acusados de venderem sentenças; enfim não se pode condenar nenhum órgão representativo de um segmento social pela falta de vergonha de um ou de outro, pois se assim fosse provavelmente sobrariam muito poucos inocentes ou, talvez, nenhum, o que seria mais provável.
Carlos Lupi era uma "ajudante de ordens" de Brizola, não tinha o perfil adequado para levar um partido com a representatividade do PDT com a competência exigida, prova esta que o partido esta estagnado, sob um comando que usa de todos os artifícios para se manter, a exemplo de muitos outros que vivem sob uma ditadura disfarçada.
O PDT tem quadros para se reorganizar, ainda esta em tempo de voltar a ocupar o espaço que sempre teve no cenário político nacional.

sábado, 12 de novembro de 2011

CRISE DO CAPITALISMO, SEMPRE...

FMI alerta para nova recessão em países ricos

11/11/2011 15:06,  Por Redação, com Reuters - de Washington

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta sexta-feira que há um risco elevado de que as economias avançadas retornem à recessão, a não ser que as autoridades atuem com urgência para chegar a políticas que impulsionem o crescimento.
Crise
O FMI divulgou, nesta sexta-feira, uma nota para o G20 informando a lentidão econômica dos países avançados
Em nota preparada para a cúpula do G20 em Cannes, na França, mas divulgada apenas nesta sexta-feira, o FMI informou que a recuperação econômica nos países avançados continua em “marcha lenta”.
– A paralisia política e a incoerência contribuíram para exacerbar a incerteza, a perda de confiança e aumentou o estresse no mercado financeiro, informou o FMI.
O fundo argumentou que as economias avançadas precisam urgentemente implementar planos fiscais de médio prazo que tenham credibilidade e apresentar mais reformas para o setor financeiro. Nas principais economias emergentes, os governos devem permitir uma valorização cambial mais rápida.
Em particular, o FMI informou que há uma “incerteza considerável” sobre como será alcançada a sustentabilidade fiscal nos Estados Unidos, no Japão e em alguns países da zona do euro.
– Para reduzir essa incerteza essas economias precisam caminhar mais rapidamente para colocar em prática planos críveis de consolidação no médio prazo, que ajudem a preservar o espaço para um suporte fiscal de curto prazo para a recuperação, acrescentou o FMI.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

DISSIDÊNCIA DE HISTÓRICOS DO PDT

O Partido Democrático Trabalhista, nascido dentro da ideologia de Getúlio Vargas, Alberto Pasqualini, João Goulart, Leonel de Moura Brizola e de outros políticos ilustres de nosso País vive um momento ímpar, movido por uma crise jamais vista que atinge o Presidente licenciado do partido Carlos Lupi.
O último Presidente do PDT, Leonel de Moura Brizola, grande líder que presidiu o partido até seu falecimento, foi eleito e manteve-se na presidência pela sua luta em favor daqueles que realmente necessitavam do apoio público, respeitado, sem necessitar de "jogadas" para manter-se no poder, era um estadista com posições bem definidas, ninguém jamais pensaria em afastá-lo.
Políticos dissidentes do partido nos dia de hoje criaram o Movimento de Resistência Leonel Brizola, na tentativa de diferenciar o PDT das ações de Lupi.
No pensamento da dissidência, encabeçada pelos ex-deputados Vivaldo Barbosa, José Maurício e Fernando Bandeira, os quais protocolaram na CGU pedido de investigação sobre as denúncias envolvendo Carlos Lupi, acompanhados de Carlos Alberto Caó, deputado estadual Paulo Ramos, João Leonel Brizola, Maria Helena Santos, Vinícius Ornelas, Hélio Pinho e outros.
Diz o ex-deputado Vivaldo Barbosa "o ministro Carlos Lupi não age dentro dos princípios do brizolismo e do trabalhismo. O Ministro Hage nos disse que tem muita sensibilidade e compreensão pelo nosso apelo".
O PDT tem história e tradição e Lupi é acusado de ter-se apegado ao cargo de Ministro acima dos interesses do partido, extinguindo diretórios e usando comissões provisórias para manipular os dirigentes regionais.
"Queremos delimitar responsabilidades e fronteiras comportamentais. Essas bravatas do Lupi são próprias dele, para esconder suas fragilidades e debilidades. A nível nacional o PDT é um partido cartorial, manietado por ele para não ser fiscalizado. Nós, da base, vamos lutar para que o partido se democratize. Sob a direção de Lupi foi totalmente esfacelado", disse o ex-deputado federal por cinco mandatos José Maurício.
O PDT hoje é um partido caudatário do PT apenas pelo apêgo de Carlos Lupi ao cargo, apesar de estar apoiando a Presidente Dilma pelos ideais que os unem mas que não pode deixar de crescer em troca de um Ministério.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

DEMOCRACIA - FHC E LULA

A democracia brasileira, FHC e Lula


A democracia brasileira, FHC e Lula

Coluna Econômica - 01/11/2011
A notícia da doença de Lula obriga a reflexões sobre a política brasileira. Passados 27 anos da redemocratização, qual o nível atual da democracia brasileira? Como teria sido a democracia, nesse período, sem figuras como Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva?
A notícia provocou euforia em comentaristas e uma virulência ímpar na Internet. Possivelmente o mesmo teria ocorrido se a doença fosse de FHC.
No fundo, o país ainda não conseguiu se livrar de uma herança de violência que remonta o Brasil Colônia.
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Seja por artes da colonização luso-ibérica, a questão é que países como Brasil, Venezuela, Colômbia ostentam uma tradição ímpar de violência e desrespeito aos direitos individuais.
É uma violência que não respeita nem classe social nem classe intelectual e que acabou sendo exacerbada pelas novas ferramentas de Internet e de redes sociais.
A maior parte dos homicídios ocorre em brigas de bar, por temas dos mais fúteis, de discussão de futebol a assuntos sobre mulheres.
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No plano popular, esse tipo de pensamento se manifesta na violência do dia-a-dia, no trânsito, no futebol. No plano político, na maneira como há os embates do dia-a-dia. Na grande mídia, no desrespeito absoluto à reputação de terceiros, submetidos a ataques sem direito à resposta.
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Seja quando o PT era oposição, ou agora – quando a oposição é o PSDB – a retórica política é a mesma: na impossibilidade de conquistar o poder pelo voto, apela-se para toda sorte de expedientes golpistas.
Foi assim logo após o plano Real, quando o discurso da estabilidade econômica era hegemônico, não abrindo espaço para nenhum discurso da oposição. E foi assim nos últimos anos, quando consolidou-se o modelo das novas políticas sociais incluindo milhões de pessoas no mercado.
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A partir do episódio Watergate, a política latino-americana passou por um estágio golpista, onde o papel da mídia e das denúncias tornou-se essencial, independentemente da linha política do presidente de plantão. Foi assim com Carlos Andrés Peres, o Collor da Venezuela, e com o próprio Collor; quase foi assim com FHC, após a maxidesvalorização do real e com Lula, após o mensalão.
Cria-se uma barreira de denúncias, reais ou falsas, inéditas ou, de preferência, já levantadas em inquéritos (portanto, já apuradas) e monta-se a cortina diária de escândalos. Cria-se o movimento de opinião pública. Se o governante não tiver uma boa base política, dança.
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É aí que vêm à tona a imagem dos dois maiores líderes dos últimos vinte anos: FHC e Lula. Como teria sido a democracia brasileira se não estivessem à frente dos seus partidos. Se em lugar de FHC tivesse sido um José Serra, se em lugar de Lula, um radical qualquer, qual teria sido o destino da jovem democracia brasileira?
A violência continua latente, na política e na mídia, no futebol e nos salões mais sofisticados. Graças ao trabalho das últimas décadas, o Brasil tornou-se respeitado no mundo. Falta respeitar-se internamente.
Nessa longa transição rumo à democracia, ainda haverá o devido reconhecimento ao papel de FHC e Lula.
Blog: www.luisnassif.com.br
E-mail: luisnassif@advivo.com.br

O BRASIL QUE ODEIA

Redação Conversa Afiada

RedaçãoConversa Afiada

Câncer do Lula.
O Brasil que odeia

    Publicado em 01/11/2011


O Conversa Afiada reproduz excelente artigo de Maria Inês Nassif, a partir do Blogger:

O JORNALISMO-URUBÚ E A DOENÇA DE LULA


Guia de boas maneiras na política. E no jornalismo

Maria Inês Nassif

A cultura de tentar ganhar no grito tem prevalecido sobre a boa educação e o senso de humanidade na política brasileira. E o alvo preferencial do “vale-tudo” é, em disparada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por algo mais do que uma mera coincidência, nunca antes na história desse país um senador havia ameaçado bater no presidente da República, na tribuna do Legislativo. Nunca se tratou tão desrespeitosamente um chefe de governo. Nunca questionou-se tanto o merecimento de um presidente – e Lula, além de eleito duas vezes pelo voto direto e secreto, foi o único a terminar o mandato com popularidade maior do que quando o iniciou.


A obsessão da elite brasileira em tentar desqualificar Lula é quase patológica. E a compulsão por tentar aproveitar todos os momentos, inclusive dos mais dramáticos do ponto de vista pessoal, para fragilizá-lo, constrange quem tem um mínimo de bom senso. A campanha que se espalhou nas redes sociais pelos adversários políticos de Lula, para que ele se trate no Sistema Único de Saúde (SUS), é de um mau gosto atroz. A jornalista que o culpou, no ar, pelo câncer que o vitimou, atribuindo a doença a uma “vida desregrada”, perdeu uma grande chance de ficar calada.


Até na política as regras de boas maneiras devem prevalecer. Numa democracia, o opositor é chamado de adversário, não de inimigo (para quem não tem idade para se lembrar, na nossa ditadura militar os opositores eram “inimigos da pátria”). Essa forma de qualificar quem não pensa como você traz, implicitamente, a ideia de que a divergência e o embate político devem se limitar ao campo das ideias. Esta é a regra número um de etiqueta na política.


A segunda regra é o respeito. Uma autoridade, principalmente se se tornou autoridade pelo voto, não é simplesmente uma pessoa física. Ela é representante da maioria dos eleitores de um país, e se deve respeito à maioria. Simples assim. Lula, mesmo sem mandato, também o merece. Desrespeitar um líder tão popular é zombar do discernimento dos cidadãos que o apoiam e o seguem. Discordar pode, sempre.


A terceira regra de boas maneiras é tratar um homem público como homem público. Ele não é seu amigo nem o cara com quem se bate boca na mesa de um bar. Essa regra vale em dobro para os jornalistas: as fontes não são amigas, nem inimigas. São pessoas que estão cumprindo a sua parte num processo histórico e devem ser julgadas como tal. Não se pode fazer a cobertura política, ou uma análise política, como se fosse por uma questão pessoal. Jornalismo não deve ser uma questão pessoal. Jornalistas têm inclusive o compromisso com o relato da história para as gerações futuras. Quando se faz jornalismo com o fígado, o relato da história fica prejudicado.


A quarta regra é a civilidade. As pessoas educadas não costumam atacar sequer um inimigo numa situação tão delicada de saúde. Isso depõe contra quem ataca. E é uma péssima lição para a sociedade. Sentimentos de humanidade e solidariedade devem ser a argamassa da construção de uma sólida democracia. Os formadores de opinião tem a obrigação de disseminar esses valores.


A quinta regra é não se deixar contaminar por sentimentos menores que estão entranhados na sociedade, como o preconceito. O julgamento sobre Lula, tanto de seus opositores políticos como da imprensa tradicional, sempre foi eivado de preconceito. É inconcebível para esses setores que um operário, sem curso universitário e criado na miséria, tenha ascendido a uma posição até então apenas ocupada pelas elites. A reação de alguns jornalistas brasileiros que cobriram, no dia 27 de setembro, a solenidade em que Lula recebeu o título “honoris causa” pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, é uma prova tão evidente disso que se torna desnecessário outro exemplo.


No caso do jornalismo, existe uma sexta regra, que é a elegância. Faltou elegância para alguns dos meus colegas.


(*) Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo