quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

MATÉRIA DE VERÍSSIMO


MARÉS

Quando a maré sobe, ergue todos os barcos, dizem os neo-liberais para defender uma economia que privilegia poucos mas beneficia muitos.
Quando o mercado funciona e as coisas melhoram, tanto sobe o caiaque do pobre quanto o iate do rico. Mas há dias li outra analogia aquática, uma que se aplica perfeitamente ao momento: Quando a maré baixa se descobre quem estava tomando banho nú. É o que acontece na atual crise do sistema financeiro, que esta revelando a nudez de instituições respeitáveis que ninguém imaginaria estarem na água peladas.
As duas analogias são falhas. O barco do pobre sobe junto com o iate do rico mas continua sendo um barquinho, à deriva, sem nenhum controle sobre as águas em que boia. E a nudez revelada pela vazão não expõe o banhista a nenhum tipo de vexame  -  os governos têm se apressado a tapar sua vergonhas. Nenhum banco - fora as baixas no começo da crise, como a do Lehman Brothers - pagou por estar na água sem calção. Ao contrário, o Goldman Sachs lucrou como nunca na sua história, este ano (o Goldman Sachs, todos lembram, foi o banco que aconselhou a Grécia no começo da crise e ao mesmo tempo apostou secretamente no fracasso do seu próprio plano).
Nenhum grande banco internacional precisa de maré alta para se manter no topo, boiam no ar. Nenhum deixou de ser respeitável - ao menos entre eles e pelos governos - por ser flagrado nú. Quer dizer: Os bancos internacionais estão desmoralizando todas as analogias.

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INDIGNAÇÃO
Só para ser coerente: Minha escolha para melhor filme de 2011 é "Trabalho interno", documentário sobre as falcatruas privadas e a cumplicidade oficial que deram na crise do mercado financeiro que continua até agora, nos Estados Unidos e no resto do mundo, e justifica a indignação que deu no movimento "Ocupar Wall Street" e em manifestações na Europa, que também continuam.

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IMPERDÍVEL
Leitura para o fim do ano: "O espetáculo mais triste da terra", livro-reportagem do Mauro Ventura. Terrível e imperdível.

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ÂNIMO
No mais, pensamentos simples, champanhe gelada e companhia quente. E fé em 2012, pois anos pares são sempre melhores do que anos ímpares, uma estatística histórica que eu acabei de inventar para nos animar. 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A MEDIOCRIDADE DO PIG

Marco Antonio Villa, historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos (SP) e Rodrigo Constantino, economista, fazem uma análise do Brasil em "O Globo" criticando um ato democrático como o livro "A Privataria Tucana" de Amaury Ribeiro Júnior e a Presidente Dilma Roussef.
Entre outras bobagens citam o dossiê que teria surgido em Minas Gerais contra José Serra, acusando o PT, ato confessado por Amaury de que teria produzido o dossiê a pedido da cúpula de campanha de Aécio Neves, que teriam recebido a denúncia de que Serra teria um dossiê contra o governador de Minas Gerais, na luta política pela candidatura a Presidência pelo PSDB.
Criticam a campanha dos partidos que apoiavam a Presidente Dilma Roussef, fazendo-se de esquecidos quanto à baixaria dos correligionários de Serra (até ele denunciando a agressão sofrida por uma bola de papel), denunciando mentirosamente o apoio ao aborto, chamando a candidata Dilma de terrorista, de que não poderia ser candidata porque seria búlgara, enfim a campanha da base aliada, PMDB/PT/PDT, foi muito menos agressiva do que o PSDB/DEM/PPS e até o Malafaia e o PIG pegaram pesado contra a candidatura vitoriosa e parece que esperam o 3º turno. Esqueçam, não existe mais eleição, agora, para a Presidência, só em 2014.
Continua a oposição na busca dos holofotes da imprensa elitista que é dominada por eles, só acusando e não transmitindo nada de novo em torno de administração.
Esperam ter algum resultado positivo com isto? Não aprenderam que perderam a eleição de 2010 assim?
Este  tipo de campanha política, estas reportagens são escritas só para os mesmos que leem sempre e batem palmas, uma minoria conservadora e retrógrada que dominou o País até 2002.
Sobre o livro de Amaury Ribeiro Junior pretendem desmerecer o autor na expectativa de não responder as acusações mas que terão que discutir na CPI que será aberta na Câmara dos Deputados, a pedido do Delegado Protógenes.
A oposição não conseguiu abrir a CPI das privatizações tucanas pela atuação do rôlo compressor montado por FHC que não permitia que nada fosse investigado, agora estão com os "cabelos em pé" por terem que dar as explicações necessárias, nem tanto por algumas das privatizações mas, principalmente, pela maneira suspeita com que foram aprovadas.
Contra o pensamento do economista do PIG Rodrigo Constantino, o povo esta avaliando o Governo da Presidente Dilma Roussef em 56%, maior do que FHC e Lula receberam no 1º ano de governo.
Continua a oposição brasileira com o "complexo de vira lata", sempre rebaixando o Brasil e deixando de comparar nosso País com a crise que enfrenta a Europa e os EUA.
Se existe fúria fascista é das oposições que não dizem nada em favor de melhorias para o País, pelo contrário, torcem para que tudo dê errado, inclusive acusando o governo de desejar ressuscitar a CPMF, proposta que chegou a ser levantada por um ou outro deputado ou Senador mas sem a resposta do executivo.
A "opinião pública" não vai na onda de reportagens da Globo, Estadão, Folha e Veja, esta vacinada.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SENSURA NA IMPRENSA

GLOBO, ESTADÃO, FOLHA E VEJA SENSURADOS





Por Eduardo Valente (extraída do Blog do Nassif)
Enviei na quarta-feira (14/12) a seguinte correspondência ao Globo:

Prezados editores de O Globo, agora estou oficialmente preocupado. Como vocês podem ver pela carta abaixo, que enviei nos dois últimos dias, eu achava que algum engano estava acontecendo sobre nenhuma menção ao livro Privataria tucana, às denúncias contidas nele, fartamente documentadas, nem à reação ao mesmo, que ontem levou um deputado federal a pedir abertura de CPI e outros dois a se pronunciarem no plenário. Até mesmo o ex-governador José Serra precisou responder finalmente sobre o tema, afirmando que se tratava de lixo.

No entanto, continua não havendo uma linha em O Globo sobre a existência desse livro que, há cinco dias, mobiliza a opinião pública brasileira. Digo que estou preocupado porque, como leitor do Globo que conhece e partilha dos mesmos princípios editorias que o jornal (como exposto no final da minha carta de ontem), agora estou totalmente convencido de que neste momento o jornal encontra-se sob censura.

E, por isso mesmo, quero me irmanar ao jornal na sua luta para escapar das garras deste inimigo tão insidioso que, em um passado ainda próximo, nos afetou a todos de maneira tão tacanha. A publicação, hoje (15/12), de nada menos que 10 cartas em sua seção de correspondência do leitor sobre uma “blindagem” que está sendo feita ao ministro Pimentel me pareceu uma genial maneira (como as antigas receitas de bolo) de explicitar que quem está sob blindagem e ameaças é o próprio Globo, impossibilitado como está de dar voz a este tema grave.

Por isso, faço questão de dizer que podem contar comigo para publicar esta minha carta, que agora entendo estar impedida de ser publicada no jornal por forças maiores, nas redes sociais que hoje permitem a nós escaparmos das garras deste animal tão doentio que é a censura. Estamos juntos nesta luta e podem acreditar que não vamos arrefecer nossos ânimos até que esta cortina esteja levantada!

PS: uma outra coisa que podia ajudar era seguir o modelo que o Estadão tem usado, e escrever “O Globo, há cinco dias sob censura” e depois ir atualizando a cada dia. É muito efetivo para deixar clara nossa luta.

2011, O ANO QUE TERMINOU

          DO BLOG DO NASSIF
Coluna Econômica - 26/12/2011
Do ponto de vista histórico, 2011 representa o final de um ciclo que se inicia com a eleição de Tancredo e passa pelos governos Collor, FHC e se completa com o governo Lula.
Nesse período, o país superou uma inflação crônica, um desequilíbrio fiscal renitente e, sob as luzes de uma Constituição histórica, entrou definitivamente na modernidade. Massificou modernas ferramentas de gestão, assumiu a inovação como valor maior, consolidou um mercado de capitais pujante e políticas sociais inclusivas, que permitiram ingressar definitivamente na era da democracia de massa.
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Nessa longa travessia, o grande desafio era manter coeso o tecido político, exposto a modelos tortos de financiamento de campanha, a um federalismo algo manco e a uma mídia no eixo Rio-São Paulo-Brasília em um processo insano de mostrar músculos através da derrubada de presidentes – derrubou Collor, tentou com FHC e Lula.
A habilidade política de FHC e Lula foi fundamental para completar o ciclo. Coube a FHC criar a tecnologia política do presidencialismo de coalizão, domando o fisiologismo com algumas concessões, em troca de espaço para consolidar políticas.
Depois das cabeçadas do primeiro governo, Lula incorporou as lições e deu partida para o mais relevante desafio político do século: a incorporação de milhões de pessoas ao mercado de consumo e mercado político e a administração dos conflitos inevitáveis nesses momentos de tensão.
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No século 19, foi a criação desse mercado de consumo popular que permitiu aos EUA se preparem para se tornar a mais importante economia do planeta. Mas custou a guerra da Secessão.
Na Europa dos anos 20, o rápido processo de urbanização criou curtos circuitos enormes, que acabaram resultando na psicologia de massa do fascismo.
No Brasil, todo processo de inclusão em regime democrático resultou em crises continuadas: no início da República, nos anos 20, no período 1950-1965.
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A recuperação do salário mínimo na Previdência e o Bolsa Família ajudaram a deflagrar o mais abrangente movimento de inclusão social do país, de uma dimensão inédita, com repercussão nas novas classes sociais, no desenvolvimento regional, na escala de produção das empresas. No bojo dessa revolução, grandes empresas brasileiras tornaram-se multinacionais, a diplomacia comercial avançou sobre o Oriente Médio, África, América do Sul.
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O grande mérito de Lula foi ter feito um pacto abrangente, tanto no plano político quanto econômico. Entregou o Ministério da Agricultura para homens do setor, o Banco Central para o mercado, vários ministérios sociais para os movimentos populares, o BNDES para as grandes empresas brasileiras, o Sebrae para as pequenas.
Houve um custo alto, especialmente na manutenção de taxas de juros escandalosamente elevadas. Mas, graças a essa estratégia, Lula logrou chegar ao final do mandato completando o ciclo de inclusão com o país em paz, unido.
O ponto final nesse período e o início do novo ciclo dependeria fundamentalmente de como se daria a sucessão de Lula.
Ao completar o primeiro ano de governo com os índices atuais de aprovação, Dilma Rousseff confirma que Lula acertou sua última aposta.

Os próximos desafios

Até agora, Dilma mostrou ser capaz de consolidar o modelo Lula, de criação de um forte mercado de consumo interno. É bom, mas é pouco. Para inaugurar oficialmente a próxima etapa do país, terá que promover um salto qualitativo no planejamento estratégico do país, conduzir uma reforma política à altura dos novos tempos, preparar o Estado brasileiro para o grande processo de consolidação do novo desenvolvimentismo.

O desafio do câmbio e juros

No política econômica, Dilma terá que ser mais ousada no desmonte da armadilha juros-. O BC deu início a um desmonte lento e gradual, que passa pela redução da taxa Selic e algumas medidas visando impedir a apreciação cambial. No máximo pretende-se um câmbio menos apreciado, mas ainda em níveis que impedem um salto de competitividade da produção brasileira. Cada dia de câmbio apreciado é um dia a menos na entrada na nova etapa.

A criação de uma nova oposição

O fim político de José Serra abre espaço para a reconstrução da oposição, ponto central para a alternância democrática. O importante é que movimentos de oposição e situação não se situarão em polos opostos. Hoje em dia há consenso sobre a importância da responsabilidade fiscal, do controle da inflação, da busca do desenvolvimento e, acima de tudo, dos compromissos sociais de eliminação da pobreza.

Se Serra tivesse vencido - 1

O maior risco que a democracia brasileiro enfrentou, desde a redemocratização, foi a eventualidade da eleição de José Serra. Nenhum outro candidato do PSDB – Geraldo Alckmin, Aécio Neves – ou do PT representaria risco de desestabilização política. Serra, sim. Ao contrário de FHC e Lula, tem um estilo autoritário, vingativo, incapaz de conviver com o contraditório e incapaz de administrar realidades complexas, como um país.

Se Serra tivesse vencido – 2

A revelação de seu estilo subterrâneo, de recorrer a brigadas de arapongas, levantando dossiês contra adversários e aliados – Paulo Renato de Souza, Aécio Neves – comprovam que, eleito, Serra lançaria o país em uma crise política interminável. Pior: as revelações do livro “A Privataria Tucana” mostram que seria um presidente extremamente vulnerável, facilmente exposto a um processo de impeachment.

Vida nova no país

2012 começará com a sombra de uma crise internacional aguda, mas com a fé no taco nas possibilidades internas do país. Crises são oportunidades excelentes para países bem preparados. Por isso mesmo, se pensar grande, Dilma tratará de não apenas minimizar os efeitos da crise no país mas, principalmente, de aproveitar as oportunidades para uma consolidação do país no mundo.


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a reprodução total ou parcial por meio impresso."

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

AJOELHOU? TEM QUE REZAR!

Obama disse que... Bush disse que... Clinton disse que... E a mídia repete como papagaio como se o que eles dizem fossem verdades e nós fingimos que acreditamos.
Complexo de Mônica Lewinski...

Do Blog de Zeno Otto

Complexo de Mônica Lewinski...
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 Ajoelhou? Tem que rezar!
Há uma “força estranha” que hipnotiza os jornalistas e donos de empresas de jornalismo a divinizar esse bando de bonecos de ventríloquos.
Eu confesso que tornei-me imune aos palavrórios ianques porque percebi que os Estados Unidos não são um pais, são um grande negócio, com um enorme marketing bem armado (em todos os sentidos: cinema, hamburgues, música, Disneylândia, mídia e uns brinquedinhos atômicos).
Apontando seu poderio bélico o Tio Samuel convence qualquer um a aceitar suas propostas sem negociar. Como fazia o Al Capone. Mas não conquistam amigos verdadeiros nem simpatizantes. Só entre os que ainda tem o complexo de Mônica Lewinski. Freud explicaria isso melhor.
O comando americano do norte usa a violência com o grande controle facial de seus mensageiros como se fossem amigos e humanos. Não são.
Sorrindo amistosamente os cara pálidas já mataram dezenas de milhões de pessoas (índios, mexicanos, negros, vietnamitas, iraquianos, afegãos, coreanos e até eles mesmos e alguns lideres e presidentes seus).
Matar faz parte da cultura deles. É quase normal praticarem chacinas em escolas e lanchonetes.
Os crimes praticados por eles (No Brasil, na Argentina, no Chile, no Uruguai etc. etc. etc.) e na America Central (os países cobertos por seu “manto protetor” estão em piores condições do que Cuba com sua ditadura comunista).
- Hasta la vista, baby!

COMPLEXO DE INFERIORIDADE?

Do Blog de Zeno Otto

 
Sr.Com


Uma velha piada contava a história de um cidadão que foi a um analista para curar seu complexo de inferioridade. Depois de muitas sessões, o analista concluiu: Você não tem complexo de inferioridade. Você é inferior mesmo!
Aqui no Brasil o número de pessoas com complexo de vira lata é grande. Isso é fruto dos noticiários das grandes empresas de comunicação que operam aqui e que só mostram coisas ruins do Brasil e omitem a grave crise que está derretendo a pose dos países ricos.
Imagem Activa

Pelo que apresentam, os proprietários desses veículos e seus funcionários não sofrem do complexo de vira lata. Eles são vira latas mesmo!
Eles não conseguem aceitar um Brasil que hoje é respeitado e admirado no mundo inteiro. Num pais assim há pouco espaço para vira latas. Precisam apoiar e proteger desesperadamente os inúteis e improdutivos representantes da velha elite colonial. Precisam nivelar por baixo ou...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O FIM DE UMA ERA

 
“A Privataria Tucana” marca o fim de uma era
Coluna Econômica - 20/12/2011
O livro "A Privataria Tucana" marca o desfecho de uma era, ao decretar o fim político de José Serra. A falta de respostas de Serra ao livro - limitou-se a taxá-lo de "lixo" - foi a comprovação final de que não havia como responder às denúncias ali levantadas.
O livro mostra como, após as privatização, o Banco Opportunity - um dos maiores beneficiados - aportou recursos em paraísos fiscais, em empresas da filha Verônica Serra. Depois, como esse dinheiro entrou no país e serviu, entre outras coisas, para (simular) a compra da casa em que Serra vive.
Tem muito mais. Mostra a extensa rede de pessoas cercando Serra que, desde o início dos anos 90, fazia negócios entre si, utilizando o Banespa, o Banco do Brasil, circuitos de paraísos fiscais, as mesmas holdings utilizadas por outros personagens controvertidos para esquentar dinheiro
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Provavelmente o livro não suscitará uma CPI, pela relevante razão de que o sistema de doleiros, paraísos fiscais, foi abundantemente utilizado por todos os partidos políticos, incluindo o PT. Aliás, uma das grandes estratégias de José Dirceu, assim que Lula é eleito, foi mapear e cooptar os personagens estrangeiros da privatização que, antes, orbitavam em torno de Serra.
Essa a razão de ter terminado em pizza a CPI do Banestado, que expunha personagens de todos os partidos.
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Nesse imbróglio nacional, a posição mais sensível é a de Serra - e não propriamente para a opinião pública em geral, mas para seus próprios correligionários. Afinal, montou um esquema que em nada ficou a dever a notórios personagens da República, como Paulo Maluf. Jogou pesado para enriquecimento pessoal e da família.
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Com as revelações do livro, quebra-se a grande defesa de Serra, algo que talvez a sociologia tenha estudado e que poderia ser chamada de "a blindagem dos salões". É quando personagens controvertidos se valem ou do mecenato, das artes, ou da proximidade com intelectuais para se blindarem. O caso recente mais notável foi o de Edemar Cid Ferreira e seu Banco Santos.
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Serra dispunha dessa blindagem, por sua condição de economista reputado nos anos 80, de sua aproximação com o Instituto de Economia da Unicamp. Graças a isso, todos os pequenos sinais de desvio de conduta eram minimizados, tratados como futrica de adversários.
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O livro provocou uma rachadura no cristal. De repente todas aquelas peças soltas da história de Serra foram sendo relidas, o quebra-cabeças remontado à luz das revelações do livro.
Os sistemas de arapongagem, que permitiram a ele derrubar a candidatura de Roseana Sarney no episódio Lunus; o chamado "jornalismo de esgoto" que o apoiou, as campanhas difamatórias pela Internet, as suspeitas de dossiê contra Paulo Renato de Souza, Aécio Neves, o discurso duplo na privatização (em particular apresentando-se como crítico, internamente operando os esquemas maios polêmicos), tudo ganhou sentido à luz da lógica desvendada pelo livro.
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Fica claro, também, porque o PSDB - que ambicionava os 20 anos de poder - jogou as eleições no colo de Lula.
Todas as oportunidades de legitimação da atuação partidária foram preteridas, em benefício dos interesses pessoais da chamada ala intelectual do partido.

A perda do bonde do real

No início do real, os economistas enriqueceram com operações cambiais, em cima de uma apreciação do real que matou a grande oportunidade de criação de um mercado de consumo interno. A privatização poderia ter sido conduzida dentro de um modelo de fundos sociais, que permitiria legitimá-la e criar um mercado de capitais popular no país. Mas os interesses pessoais se interpuseram no caminho do projeto político do partido.

O cavalo encilhado

O fim da inflação permitiu o desabrochar de um mercado de consumo de massa, dez anos antes que o salário mínimo, Bolsa Família e Pronaf abrissem espaço para a nova classe média. Estariam assegurados os 20 anos de poder preconizados por Sérgio Motta, não fosse o jogo cambial, uma manobra de apreciação do real que enriqueceu os economistas mas estagnou a economia por uma década. FHC jogou fora a chance do partido e do país.

A falta de Mário Covas

Fica claro, também, a falta que Mário Covas fez ao PSDB. Com todas as críticas que possam ser feitas a ele, a Lula e a outros grandes políticos, havia o sentimento de povo. Na campanha de 2006, ouvi de Geraldo Alckmin a crítica - velada - à ala supostamente intelectual do PSDB. "Covas sempre me dizia para, nos finais de semana, andar pelas ruas, visitar bairros, cidades, para não perder o sentido do povo".

Os construtores e os arrivistas

Não se vá julgar impolutos Covas, Lula, Alckmin, Tancredo, Ulisses, Montoro e outros fundadores do Brasil moderno. Dentro do modelo político brasileiro, montaram acordos nem sempre transparentes, participaram dos pactos que permitiam o financiamento partidário, familiares se aproveitaram das relações políticas para pavimentar a vida profissional. Mesmo assim, imperfeitos que eram - como políticos e seres humanos - havia neles a centelha da transformação, a vontade de deixar um legado, o apelo da redemocratização.

A ala intectual do PSDB

Esses atributos passavam ao largo das ambições da ala intelectual do partido. O individualismo exacerbado, a ambição pessoal, a falta de compromisso com o próprio partido fizeram com que não abrissem espaço para a renovação. Com exceção de Serra, FHC não legou para o partido um ministro sequer com fôlego político. Como governador, Serra não permitiu o lançamento político de um secretário sequer.

A renovação tímida

A renovação do PSDB se deu pelas mãos de Alckmin - ele próprio não revelando um secretário sequer com fôlego para sucedê-lo - e, fora de São Paulo, de Aécio Neves. Ao desvendar as manobras de Serra, o livro fecha um ciclo de ódio, personalismo, de enriquecimento de pessoas em detrimento do país e do próprio partido. No começo, será um baque para o PSDB. Passado o impacto inicial, será a libertação para o penoso reinício político.

CPI? MAIS UMA...

Do CORREIO DO BRASIL 

Serra e FHC estão na mira da CPI da Privataria, que prevê o depoimento de ambos

19/12/2011 13:37,  Por Redação – do Rio de Janeiro

Privataria
Serra, FHC e Aécio Neves são citados no livro A Pirataria Tucana
Ao reunir apoio mais do que suficiente para ingressar, ainda nesta quarta-feira, com o requerimento para abertura da CPI da Privataria na Câmara, o deputado e delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiróz (PCdoB-SP) não descarta a convocação do candidato tucano derrotado à Presidência da República no ano passado, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) para depor perante os deputados. Ambos são citados como cúmplices em uma série de possíveis crimes contra o Erário, durante o processo de privatização, segundo denúncia contida no livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr.
– A Câmara não precisa de autorização do STF nem de ninguém para convocar o ex-presidente FHC a depor. Depende apenas da CPI, que já conta com mais de 250 assinatura, das 171 necessárias regimentalmente – esclarece o parlamentar, em entrevista exclusiva para o Correio do Brasil, na manhã desta segunda-feira.
Protógenes indica, ainda, que a CPI da Privataria, uma vez instalada, passará imediatamente à fase de apuração da veracidade de todos os documentos contidos no livro-reportagem do jornalista Amaury Jr, A Privataria Tucana. O autor revela, entre outras denúncias, que o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio participou, ativamente, no envio de mais de R$ 60 bilhões ao exterior, entre os anos de 1998 e 2002. Entre os documentos anexados está um laudo da própria Polícia Federal, com a assinatura dos peritos criminais Renato Barbosa e Eurico Montenegro. Ricardo Sérgio aparece, posteriormente, como principal arrecadador de recursos para as campanhas eleitorais de Serra, tanto ao governo do Estado de São Paulo quanto à Presidência da República, em 2010.
– Iremos, inicialmente, levantar a veracidade de um por um dos documentos citados no livro. O primeiro passo da CPI será a formação de um grupo de trabalho com esta finalidade. Os fatos revelados no livro, para nós, já são suficientes para a abertura de um procedimento dessa natureza e, uma vez confirmados tanto a origem quanto a autenticidade documental, estes fatos serão fortalecidos. Aferidas as provas apresentadas, o passo seguinte será a convocação de todas as pessoas envolvidas, entre elas o ex-presidente FHC e o ex-governador José Serra – afirmou.
“Antes de assumir como o homem do dinheiro de Serra e FHC, Mr Big (como é conhecido Ricardo Sérgio) trabalhou durante 30 anos na área privada. Serviu ao banco Crefisul e ao Citibank e, mais tarde, estabelecendo-se por conta própria, abriu duas empresas. Sempre teve um confortável padrão de vida, mas tornou-se milionário mesmo depois de três anos no timão da área internacional do Banco do Brasil. Foi o único diretor do BB não indicado pelo presidente do banco, Paulo César Ximenes, e também o único com acesso a FHC”, acrescenta o jornalista Amaury Jr., em seu livro. Para o delegado Protógenes, se ele ainda estivesse na ativa “já teria aberto um inquérito”.
– Mas, como estou na Câmara, a medida adequada é a abertura desta CPI. O requerimento será entregue nesta quarta-feira porque muitos deputados, que querem assinar o documento para a abertura das investigações, não o puderam fazer na sexta-feira. Muitos ainda estão me ligando aqui para também assinar o requerimento – disse o parlamentar.
Delegado federal
Licenciado da Polícia Federal e deputado federal pelo PCdoB de São Paulo, Protógenes Queiroz foi o delegado no comando da Operação Satiagraha que desvendou um dos maiores esquemas de desvio de recursos públicos, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha do país. Ela resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, citado no livro A Pirataria Tucana como um dos colaboradores do esquema mafioso. Também participou da prisão do especulador Naji Nahas, do contrabandista Law Kin Chong, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997-2000) e de outros 14 acusados de corrupção. Protógenes coordenou, em parceria com a Promotoria de São Paulo, as investigações do caso Corinthians/MSI , por evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Os envolvidos nas fraudes da arbitragem do futebol Brasileiro, em 2005, também foram investigados por ele e pelos promotores Roberto Porto e José Reinaldo Guimarães Carneiro, do Gaeco. O delegado presidiu o inquérito sobre remessas ilegais de dinheiro para paraísos fiscais que descobriu movimentações de quase cinco milhões de dólares das quais o ex-prefeito Celso Pitta seria o principal beneficiário. O ex-prefeito Paulo Maluf foi investigado no mesmo inquérito. Foi de Protógenes o relatório final do inquérito sobre desvios de dinheiro na Prefeitura de São Paulo durante os governos de Maluf (1993-1996) e Pitta (1997-2000).
Na Câmara, o parlamentar é suplente nas comissões de Reforma Política, Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Turismo e Desporto, Reforma Política, Políticas Públicas de Combate às Drogas e na Subcomissão Permanente para tratar do sistema de segurança pública, seus órgãos institucionais, carreiras e programas de valorização dos policiais.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CORRUPÇÃO, DIREITA E ESQUERDA...

Pretendo que esta seja minha última análise política do ano de 2011, para descansar quem lê minhas matérias, aos quais agradeço a paciência.
A imprensa comenta persistentemente a questão de governos de direita e de esquerda, como se os que administram defendendo ideologias de um ou outro são máus ou bons.
Nós crescemos defendendo governos que se preocupam com as questões sociais porque são os menos favorecidos que precisam de atitudes para diminuirem os seus tormentos.
Lula com o Bolsa Família tirou mais de 30 milhões da extrema pobreza, contrariamente ao que fazia o "coronelismo" que conquistava os votos dos nordestinos distribuindo apenas caminhões de água.
Mas é um equívoco pensar que um governo por ser de direita ou de esquerda vá significar que atende aos interesses da população.
É necessário que haja equilíbrio, não pode defender os interesses de parcela da população deixando os outros à míngua.
Lula conseguiu mais de 80% de avaliação positiva porque atendeu à população carente mas não deixou de se preocupar com a economia, muitos empresários capitularam pela competência do Govêrno na defesa do comércio e da indústria na hora da crise, mas temos muitos exemplos por este mundo afora de governos de esquerda e de direita que caíram porque só se preocuparam com uma das partes.
Ninguém se mantem no poder por ser de esquerda ou de direita, se mantem se for competente.
A corrupção também não é privilégio deste ou daquele governo, havia durante a "ditadura das elites", na França o ex-presidente de direita Jaques Chirac, de 79 anos, foi condenado por corrupção e só não sofrerá uma pena maior por seus problemas de saúde.
A oposição no Congresso conseguiu aprovar a CPI dos Cartões Corporativos, acusando o governo Lula de abusos. Quando os aliados conseguiram levar a investigação para os tempos de FHC também, a oposição após o escândalo proporcionado por Álvaro Dias, o principal suspeito de quebrar o sigilo e fornecer para a imprensa o dossiê de Fernando Henrique aprovaram o arquivamento e o fim da CPI.
O livro de Amaury Jr. que foi lançado esta semana sobre a "privataria no governo FHC" mostra os porões de um governo neo-liberal que lança todos os dias acusações ao atual mas não deixou de cometer ilícitos quando no poder.
A Presidente Dilma Roussef vem conseguindo o apoio do Congresso nas votações e veem sendo atendidos os interesses do Governo, através de destinações de verbas para as áreas de uns e de outros, nomeações de Ministros e assessores de 2º e 3º escalões, nada diferente de outros governos, no de Lula foi assim, no de FHC, no de Collor e de Sarney também, é utopia imaginar que alguém não vá governar com companheiros de partido, com apoiadores de campanha, apesar de mínimas exceções, exemplo do ex-presidente do Banco Central de Lula que era do PSDB.
E este é um dos motivos que sempre defendi a inexistência do "mensalão", acusação que não sái das telas de televisão da Globo e dos jornais e revistas do PIG.
Foi "Caixa 2", e aí alguem vai dizer "mas Caixa 2 não é crime?", é, por "Caixa 2" deve ser julgado.
Roberto "corrupto" Jefferson", presidente do PTB, coloca em "xeque" a moral do partido, apelidou o "Caixa 2" de mensalão para causar impacto, evitando assim que se dissesse "mas Caixa 2 todos os partidos fazem". 
O Ministro do Supremo Tribunal Federal declarou que a condenação de José Dirceu com relação ao mensalão foi por pressão da imprensa, pode-se dizer "pressão do PIG", votaram com a "faca no pescoço".
Mas porque os partidos aliados foram buscar Marcos Valério para montar o esquema de arrecadação que havia dado certo em Minas Gerais atendendo os interesses de Eduardo Azeredo (PSDB) candidato ao governo?
Porque na eleição de Lula contra Serra os bancos e as emprêsas destinavam ainda os maiores apoios financeiros aos partidos de direita, o que obrigou aos candidatos da base aliada de Lula a contraírem dívidas de campanha elevadas que eram impagáveis.
Marcos Valério conhecia o "caminho das pedras", sabia onde procurar os apoios financeiros para que as dívidas fossem saldadas.
Um dos maiores programas do governo Lula foi o dos "Empréstimos Consignados", criticado pelos bancos que gostariam de estar cobrando de quem se beneficiou de 8 á 16 % de juros.
Um FELIZ NATAL e ANO DE 2012 pleno de desejos realizados.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

INCRÍVEL, A CORRUPÇÃO EXISTIA ANTES DE 2003

Para aqueles que insistem em que a corrupção no Brasil começou em 2003... 

Tucanos se complicam após lançamento de livro sobre esquema de corrupção no governo FHC

10/12/2011 15:35,  Por Redação - do Rio de Janeiro

Privataria
Privataria Tucana revela esquema bilionário de corrupção
A situação nacional do maior partido da direita brasileira, o PSDB, fica ainda mais complicada diante do lançamento de A Privataria Tucana, livro do jornalista Amaury Ribeiro Junior. Disponível nas livrarias desde a noite passada, a obra reúne, em 343 páginas, todo o processo de privatização realizado ao longo do governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 90, que dilapidou patrimônios públicos como a Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional. O livro revela, ainda, documentos inéditos sobre a transferência de bilhões de reais para esquemas de lavagem de dinheiro e pagamentos de propina aos altos escalões da República. O ex-governador de São Paulo, José Serra, que também é do PSDB, assim como o então presidente Fernando Henrique Cardoso são citados como cúmplices no ciclo de corrupção.
– O livro tem sido, de longe, o mais vendido aqui, até agora – resume um funcionário de uma das maiores livrarias na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Amaury Jr. já previa que a compilação dos documentos reunidos em A Privataria Tucana renderia no conteúdo explosivo que os jornais conservadores ainda tentam abafar. Apenas um comentário, do ex-presidente FHC, foi consignado na edição deste sábado do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo. Nele, o acusado de deixar passar um dos maiores crimes já cometidos contra o patrimônio público brasileiro preferiu apenas descredenciar o autor das denúncias. Citado como um dos vilões no episódio, o candidato tucano derrotado nas eleições presidenciais do ano passado, novamente preferiu o silêncio.
– Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico – disse o jornalista à revista Carta Capital, em uma entrevista que reproduzimos a seguir.
Lavagem de dinheiro
À revista Carta Capital, Amaury revela que decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso quando ainda era repórter do diário conservador carioca O Globo, nos idos de 2000.
– Antes, minha área da atuação era a de reportagens sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional passou a ser sinônimo disso.
– Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse esquema de lavagem de dinheiro?
– Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do (diário conservador mineiro) Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do Estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence, contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.
Ficou surpreso com o resultado da investigação?
– A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (que derrubou a candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da Saúde), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano) à frente. Uma coisa que não está no livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (Idalísio dos Santos, araponga da Aeronáutica) e Onézimo Souza (ex-delegado da PF).
O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?
– Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília. Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas, tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente complicada.
– Você foi chamado para acabar com os vazamentos?
– Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer, intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência” que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (na Asa Sul de Brasília), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa armadilha.
– Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?
– Havia dentro do grupo de Serra um agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que tinha se desentendido com Marcelo Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia nunca foi posta em prática.
– Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?
– Aquilo foi uma armação, pagaram a um despachante para me incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB.
– E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?
– Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira (vice-presidente do PSDB), depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho, inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo, queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado de lado na campanha de 2010.
– Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse publicada no Estado de Minas...
– É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio para intervir no Estado de Minas e, de quebra, conseguiu um convite para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um cara vingativo.
Daniel Dantas
As pistas deixadas por bilhões de reais movimentados nos esquemas fraudulentos revelados em Privataria Tucana, segundo Ribeiro Jr, levam ao banqueiro Daniel Dantas, condenado recentemente por uma série de crimes ligados à lavagem de dinheiro.
– Esses tucanos deram uma sofisticação à lavagem de dinheiro. Eram banqueiros, ligados ao PSDB. Quem estava conduzindo os consórcios das privatizações eram homens da confiança do Serra. É um saque (financeiro) que eles fizeram da privatização brasileira. Eles roubaram o patrimônio do país, e eu quero provar que são um bando de corruptos. A grande força desse livro é mostrar documentos que provam isso – afirmou, em conversa com jornalistas de um portal da internet.
O livro detalha o esquema de corrupção que teria, no comando, amigos e parentes de Serra e de outros líderes da direita brasileira, alguns ainda no Democráticos (DEM) e no recém-fundado Partido da Social Democracia (PSD).
– Há 20 anos, como diz o próprio livro, investido essas contas, rastreando tudo. Hoje sou um especialista (em lavagem de dinheiro). O tesoureiro do Serra, o Ricardo Sérgio, criou um modus operandi para gerir o dinheiro no exterior e eu descobri como funcionava o esquema. Eles mandavam todo o dinheiro, da propina, tudo, para as Ilhas Virgens, que é um paraíso fiscal, e depois simulavam operações de investimento, nada mais era do que a internação de dinheiro. Usavam umas off-shores, que simulavam investir dinheiro em empresas que eram dele mesmo no Brasil, numa ação muito amadora. A gente pegou isso tudo – afirmou.
Amaury Jr. nega que tenha cooptado alguém para realizar escutas telefônicas: “Não teve quebra de sigilo, como me acusaram”.
– São transações que estão em cartórios de títulos e documentos. Quando você nomeia um cara para fazer uma falcatrua dessa, você nomeia um procurador, você nomeia tudo. Rastreando nos cartórios de títulos e documentos, a gente achou tudo isso aí. Não tem essa história de que investiguei a Verônica Serra (filha do ex-governador), que investiguei qualquer pessoa ou teve quebra de sigilo. A minha investigação é de pessoa jurídica. Meu livro coloca documentos, não tem quebra de sigilo, comprova essa falcatrua que fizeram – resume.
– Segundo seu livro, esse esquema teria chegado a movimentar cifras bilionárias então?
– Bilionárias, bilionárias. (O esquema era realizado por) banqueiros ligados ao PSDB, formados na PUC do Rio de Janeiro e com pós-graduação em Harvard. A gente é muito simples, formado em jornalismo na Cásper Líbero, mas aprendi a rastrear o dinheiro deles. Eles inventaram um marco para lavar dinheiro que foi seguido por todos os criminosos, como Fernando Beira-Mar, Georgina (de Freitas que fraudou o INSS), e eu, modestamente, acabei com esse sistema. Temos condenações na Justiça brasileira para esse tipo de operações. Os discípulos da Georgina foram condenados por operações semelhantes às que o Serra fez, que o genro (dele, Alexandre Bourgeois) fez, que o (Gregório Marín) Preciado fez, que o Ricardo Sérgio fez.
– Está dito no seu livro que pessoas ligadas a Serra que teriam participado desse esquema?
– Ricardo Sérgio, a filha (Verônia Serra), o genro (Alexandre Bourgeois), Preciado, o primo da mulher dele, e, acima, (o banqueiro) Daniel Dantas, o cara que comandava todo esse esquema de corrupção – crava.
No livro, Amaury Jr. afirma que faria parte das operações uma sociedade entre Verônica Serra, filha do ex-governador Serra, e Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas.
– Conto como Verônica Serra e a Verônica Dantas se uniram para implementar um pagamento de propina muito evidente para o clã Serra. Inventaram essa sociedade entre elas em Miami. Quem investe nessa sociedade? Os consórcios que investiram e ganharam (na privatização): o Opportunity, o Citibank. Eles que dão o dinheiro, está no site deles próprios. Em 2002, quando Serra era candidato a presidente do Brasil, o Dantas quis chantagear. Quem revelou isso aí? Fui eu, o jornalista investigativo? Foi a própria revista IstoÉ Dinheiro que revelou a sociedade de Dantas e o clã Serra. Porque ele tinha dificuldade em compor a Previ, do governo, do Banco do Brasil. Ele estava chantageando os tucanos para compor com ele. Veja como o Dantas é manipulador nessa história toda. Primeiro veio a matéria para justificar o dinheiro dessa corrupção, dizendo que a Verônica Dantas havia enriquecido porque era uma mártir das telecomunicações. Depois, veio uma matéria fajuta… Quando não o satisfazia, (Dantas) chantageou o Serra. Para compor com a Previ, que estava com problemas com a Telecom, naquele processo todo – relembra.
O jornalista afirma, ainda ter descoberto que a sociedade de Verônica Dantas e Verônica Serra “não acabou, como disseram. Foi para as Ilhas Virgens, sendo operada pelo Ricardo Sérgio”.
– Para quê? Jogar dinheiro aonde? Para a própria filha do governador do Serra. Mapeei o fluxo do dinheiro, esses caras roubaram, receberam propina, e a propina está rastreada. O dia em que o Dantas deu a propina da privatização, peguei a ponta batendo no escritório da filha dele lá no (bairro paulistano do) Itaim-Bibi. O Dantas pagou pro Serra. A parte da propina do Serra está documentada – garante.
A propina seguia, então, das Ilhas Virgens para as contas dos donos do poder, naquela época, e quem conduzia o processo eram os consórcios das privatizações, diz o livro, “todos liderados por homens da confiança do Serra. (O líder) era o Ricardo Sérgio Oliveira. Foi caixa de campanha dele. Isso é um saque que eles fizeram da privatização brasileira”.
– Na condição de diretor internacional do Banco do Brasil, o Ricardo Sérgio assinou uma portaria que permitia a bancos brasileiros possuir contas em bancos correlatos no Paraguai, e vice versa. Essa medida tinha como pretexto facilitar a movimentação de dinheiro dos brasileiros que possuem comércio no Paraguai. No entanto, se transformou no maior duto para lavagem de dinheiro. Em vez do dinheiro vir para o Brasil, os doleiros passarama a usar esse mecanismo pra mandar todo o dinheiro para uma agência do Banestado em Nova York. Pode-se dizer que Ricardo Sérgio atuou nessa ponta da lavanderia do Banestado – disse.
E continuou: “Segundo ponto: Ricardo Sergio foi o grande artesão dos consórcios das empresas de telecomunicações durante as privatizações, no governo FHC. Ele conseguia manipular a formação dos grupos porque controlava o Fundo de Previdência dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), e decidia a forma como o Previ participaria dos consórcios. Ele conseguia isso porque o presidente do Fundo era um aliado dele, o João Bosco Madeiro da Costa.
– Por fim, Ricardo Sérgio criou a metodologia de usar as offshores nas Ilhas Virgens Britânicas, principalmente no Citco. Essas offshores eram usadas pra internar (trazer de volta ao Brasil) dinheiro que saiu ilegalmente do país, por meio de uma rede de doleiros.
Quem indicou Ricardo Sergio para o Banco do Brasil, segundo Amaury Jr., foi “Clovis Carvalho, homem muito próximo de FHC (foi ministro da Casa Civil) e Serra”.
Fogo amigo
De acordo com o livro, o jogo pesado nas eleições também estava presente na equipe de campanha da presidenta Dilma Rousseff. O vazamento de informações sigilosas de dentro do comitê da candidata, segundo Amaury Jr., era uma ação coordenada de dentro do próprio partido.
– Eu achava que era coisa do (ex-delegado federal Marcelo) Itagiba ou do (candidato a vice-presidente, deputado do PMDB, Michel) Temer. Aí vem a surpresa: era o fogo-amigo do PT. Do Rui Falcão (atual presidente do PT e deputado estadual) – acusa.
O episódio rendeu ao autor de A Privataria Tucana um processo, ao qual responde na Polícia Federal, em que é acusado pela quebra do sigilo fiscal da filha de Serra para um suposto dossiê encomendado pela equipe de campanha da atual presidenta.
– Claro. Por quê? Quebra de sigilo fiscal. É um crime administrativo que só se imputa a funcionário público. O inquérito todo da Polícia Federal é uma fraude, não tem foco. Foi aberto para apurar quebra de sigilo fiscal e abrange tudo. Nunca vai atingir a mim. Mas precisavam ter um herói, e me jogar para o público. A imprensa (conservadora) queria o último factoide para jogar sobre a Dilma no segundo turno. O que fizeram? Deturpar meu depoimento na Polícia Federal. Eu nunca disse que quebrei sigilo de nenhuma pessoa, mas o cara da Folha (de S. Paulo) disse, ele deturpou, induziu todo mundo a dizer que confessei ter quebrado o sigilo fiscal. Ele mentiu sobre um depoimento na Polícia Federal, e a mídia toda espalhou isso. Era a única arma dessa imprensa carrasca, que mostrou seu lado. Eu nunca disse isso, meus quatro depoimentos são coerentes, têm uma lógica. A imprensa foi bandida – aponta.
Sem resposta
Procurado pelo Correio do Brasil, neste sábado, o ex-governador paulista José Serra não atendeu às ligações. Já o ex-presidente FHC, questionado em uma entrevista na FSP sobre os relatos feitos por Amaury Jr. preferiu desqualificar o jornalista.
– O autor desse livro está sendo processado. Está na Polícia Federal (PF). Até lá, quem está sub judice é ele – disse.
FHC aproveitou para defender Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil, citado por Amaury no livro como o grande operador do esquema de corrupção.
– Eu não tenho nada que o desabone – afirmou.
Outro tucano, cotado para concorrer à Presidência da República nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves também preferiu não comentar a obra na qual é citado pelo autor.
– Eu não li ainda, quando eu ler eu comento com vocês – concluiu, em conversa com repórteres em Salvador, onde esteve na noite passada, para uma série de compromissos partidários.





O CAOS DA INFORMAÇÃO

       Do Blog do Nassif
Coluna Econômica - 14/12/2011
Conversava a pouco com um executivo com bela sensibilidade para as mudanças que ocorrem na mídia - com o advento da Internet e a explosão das informações em escala mundial.
Dizia ele que, com suas qualidades e defeitos, havia um mundo organizado na velha ordem, conduzido pela chamada velha mídia. Cabia aos veículos o filtro das notícias, tanto do ponto de vista de veracidade quanto da linha ideológico/política de seus leitores.
A Internet virou esse mundo de pernas para o ar, como se seu caos contaminasse também a estrutura da velha mídia.
Hoje em dia a velocidade exigida pela Internet contaminou todo o noticiário, criando enorme dificuldades para apurar com tempo as notícias, separar as verdadeiras das falsas, montar reportagens investigativas de fôlego.
***
Mas há um pano de fundo para isso, pelo menos dois fatores que ajudaram a conturbar mais ainda o ambiente midiático.
O primeiro, a tentativa de alguns grandes grupos de mídia de atuarem politicamente.
Em momentos mais equilibrados, tem-se jornais com simpatias por um ou outro partido. Mas os valores, conceitos, plataformas são dos partidos. Os jornais limitam-se a dar vazão a esses princípios.
Ocorre que a falta de discurso da oposição, a frustração representada pelo candidato José Serra deixou uma mídia armada, mas sem discurso. A alternativa foi a denúncia permanente como ferramenta política, mas não a criação de um novo modelo, uma nova utopia que sensibilizasse o leitor..
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Acima dos partidos, no entanto, há uma perda de discurso mais disseminada, a do modelo financista que entrou em uma lenta agonia após a crise de 2008.
Era esse modelo de articulação que permitia definir palavras de ordem, desfraldar bandeiras, unificar discursos.
Os conceitos nasciam nos grandes intelectuais de mercado. Depois, eram disseminados pelas cartas econômicas das grandes instituições novaiorquinas e pelo FED (o Banco Central dos EUA). Chegavam aos países periféricos através dos departamentos econômicos internos dos bancos e, dali, para a imprensa financeira e, depois, para os partidos e para as políticas econômicas nacionais.
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Conceitos como estado mínimo, privatização, desburocratização, redução de programas sociais nasciam e se propagavam através dessa corrente. Assim como a utopia de que fazendo “a lição de casa” se chegaria à prosperidade eterna.
Em um primeiro momento, significou a abertura e modernização de muitas economias. Depois, seguiu-se a era dos exageros, na qual confundiam-se interesses de mercado com interesses de país.
Com a crise de 2008, todo esse sistema de articulação entrou em crise. O pêndulo volta-se de novo para o estado de bem estar social, mais intervencionista. Mas tem-se, ao mesmo tempo, estados nacionais desarticulados e sem condições de arcarem com o custo das aventuras anteriores.
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Todo esse caldo é engrossado pela atoarda que emana da velha mídia, seja no Egito, em Wall Street ou na Rússia.
À falta de uma liderança – como foram Roosevelt, nos anos 40, Reagan e Tachter nos anos 70 -, cria-se o caos e um amplo espaço para aventureiros de todos os níveis.

MINISTÉRIO PARA O PDT

Com a queda de Carlos Lupi, surgiu o nome de Brizola Neto para ser oferecido a Presidente Dilma Roussef para assumir o Ministério do Trabalho.
Brizola Neto com certeza é um dos melhores quadros do PDT, representa a liderança do grande líder Leonel de Moura Brizola, uma excelente reserva do partido para assumir os maiores desafios.
Entendemos que o Ministério para o PDT é importante, mas o partido vem sendo muito mal conduzido por Lupi, ainda mais agora que cometeu êrros infantís ao mentir descaradamente, além das graves denúncias sobre as ONGs, que no mínimo demonstram a desqualificação do Ministro na fiscalização dos delitos e comprometerá o nome de uma sigla até hoje respeitada, uma das poucas que segue uma linha ideológica.
Brizola Neto é "ficha limpa", seria muito importante pela continuidade do nome de Brizola na condução do PDT, para o crescimento do partido.
É preferível colocar Brizola Neto na Presidência do partido e indicar outro nome para o Ministério, já que o PDT esta estagnado, não cresce, pelo contrário, mas tem políticos e "massa popular" para reverter a situação, desde que bem dirigido.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

OS CHATOS DE GALOCHA

 
Sr.Com

Os chatos de galocha
Acho que a maioria das pessoas já sofreu por conviver com um chato de galocha. Eu, inúmeras vezes. Tantas que aprendi a ser mais chato do que ele (apenas para ele).
Nietsche disse que as pessoas vaidosas são melhores do que as orgulhosas. E explicava: a pessoa vaidosa só se realiza, só fica satisfeita, quando recebe aplauso. Para conseguir isso ela se esmera.
Acho que o chato é mais ou menos por aí. Ao contrário. Ele se realiza quando percebe que irritou, encheu o saco, tirou o humor, de sua vitima.
Criei uma estratégia para me impermeabilizar contra contra chatos de galocha. Daí saí da teoria e fui para a prática, com diversos desses bolhas que surgiram e sujaram minha vida. Como? Elogiando suas técnicas de desarmonizar as pessoas.
 -      Genial! Onde você estudou e aperfeiçoou essa verdadeira arte?
E dava uma gargalhada. Isso congelava a imagem do “coiso”.
Três deles pediram demissão do emprego. Mais uns tantos sumiram da minha paisagem.

Acho eles e mais alguns foram trabalhar na Globo, na Folha, no Estadão e na Veja. Você já notou como seus “comentaristas” parecem sentir prazer em irritar as pessoas de bom senso?
Como não posso aplicar minhas técnicas para esvaziar os talentos desses chatos midiáticos, imagino-os humoristas. Péssimos humoristas, mas humoristas. Fico imaginando suas expressões satânicas enquanto escrevem ou o esforço que fazem para camuflarem seus diabólicos sentimentos quando aparecem na TV.
Eles são tão chatos de galocha que quando se unem para derrubar políticos do governo, a Dilma acaba concordando para se livrar dos ditos. Pelo menos por algumas horas.
Eles sabem que omitindo as mesmas criticas aos políticos e governos afilhados do patrão também irritam muita gente. Que fazer? Nada. Desligar, não ler. A cada eleição eles descobrem que fracassaram.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL

Não temos a pretensão de "fazer a cabeça" de ninguém com aquilo que escrevemos em nosso blog, mas apenas tocar em assuntos que muitos não tiveram a oportunidade de conhecer, mal informados por uma imprensa maldosa que defende sempre os mesmos interesses.
Não precisávamos tomar conhecimento da entrevista do poderoso Boni à TV Record, onde confessa a manipulação para favorecer a eleição de Fernando Collor de Mello para termos a certeza da maneira que opera o PIG representado pelas Organizações Globo, Estadão, Fôlha de São Paulo, revista Veja, RBS e outras, manipulando e até demitindo jornalistas que não escrevem da maneira perniciosa que ordenam.
Nos dias de hoje com toda a crise que enfrentam os países da europa, inclusive com os Estados Unidos em situação difícil porque não pode mais repassar seus prejuízos como passava até para o Brasil, a imprensa continua a criticar praticamente todas as ações do governo, até o juro da Taxa Selic, realmente muito elevado se comparado com outros países, mas não falam que Lula assumiu com a taxa de 25% e hoje esta um pouco acima de 10%, num momento em que o Brasil "voa em céu de brigadeiro".
Nos blogs do Nassif e do Zeno Otto, hoje, foram escritas matérias muito importantes, esclarecedoras, com a costumeira inspíração que têm estes dois blogueiros. Sugiro às Amigas e Amigos que deem uma repassada nestes dois blogs, se possível, todos os dias.
Outro blog que não reza pela cartilha do PIG é o Conversa Afiada, este com uma visão bem humorada que mexe com a "direita raivosa" que já o processou por diversas vezes, sem sucesso.
Repasso também matérias do amigo Pedro Porfírio, outro que escreve matérias muito importantes para o conhecimento de nossas realidades.
Tentamos em nosso blog evitar a "lavagem cerebral" que jornalistas como Merval, Miriam Leitão, Constantino, etc. etc. pretendem impor o que, felizmente, com a maior participação política da população, que esta procurando se informar mais profundamente, evitando que a cúpula da pirâmide faça com que a base se mova de acordo com seus interesses.
Desejo um FELIZ NATAL para todos, que os corruptos recebam da justíça o castigo que merecem, que a imprensa continue buscando informar sem olhar a que partido pertencem os que cometem delitos e não agem de acordo com os interesses do País, mas sempre, seja governo aqueles que apoiam ou os que são seus adversários, se isto tivessem feitos em governos passados provavelmente já teríamos corrigido bastante as nossas questões de saúde e educação.

QUEM É CONTRA O CRESCIMENTO?

 
Quem teme o crescimento
Coluna Econômica - 06/12/2011
Dia desses mantive uma discussão pelo Twitter com um competente jornalista econômico, dos poucos que dominam os números e as estatísticas sobre opinião pública.
Dizia ele que as medidas tomadas na semana passada – de estímulo ao consumo – visavam as eleições de 2012. Rebati sustentando que o objetivo de toda política econômica é o desenvolvimento com qualidade de vida. É algo que interessa a todos e, justamente por isso, tem reflexos nas eleições. Essa é a riqueza da democracia: governos que não conseguem produzir crescimento e bem estar são substituídos.
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Mas qual a razão dessa resistência contra toda forma de estímulo ao crescimento?
Uma delas tem a ver com a sustentabilidade. Muitas vezes, na ânsia de produzir crescimento a qualquer custo, governos costumam tomar medidas inconsistentes, que acabam resultando em inflação. Na literatura política define-se como populismo medidas que visam trazer bem estar imediato à população, à custa do desarranjo da economia.
O final do Plano Cruzado foi um evento traumático, que marcou a vida do país nas décadas seguintes. A partir daí, qualquer medida que visasse estimular o consumo, qualquer gasto social, qualquer decisão beneficiando o conjunto da população era jogada na vala comum do “populismo”.
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Mas nas últimas décadas, a paranoia contra o crescimento teve outras razões. A herança do Cruzado foi apenas o álibi.
Taxas de juros elevadas permitiram a maior transferência de renda da história.
A neura contra crescimento, no fundo, escondia a estratégia de manter os juros permanentemente elevados. Se a economia caía, caía a arrecadação e reduzia o superávit fiscal. A solução proposta: aumentar os juros. Se a economia se aquecia, sustentava-se que havia um PIB potencial a partir do qual não se poderia crescer sem gerar inflação. Solução: aumentar os juros.
Havia diversas maneiras de desaquecer a economia sem recorrer aos juros. Mas o enfoque da confraria da Selic – que ditou os slogans econômicos dos últimos anos – era exclusiva nos juros.
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Esses analistas não são contra o crescimento. Se pudesse crescer e manter juros elevados, seriam a favor. São a favor de juros altos. O não-crescimento é apenas uma derivada desse objetivo inicial.
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O fantasma da inflação pré-Real manteve manietados dois governos – FHC e Lula. O governo Dilma definiu como meta derrubar os juros, mas o faz lentissimamente, não aproveitando a enorme janela de oportunidade aberta pela crise mundial.
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Outro subproduto, herança especialmente dos tempos inflacionários, foi a premissa de que só era virtuosa a medida econômica que penalizava o cidadão. Havia nessa visão um pouco da formação religiosa e muita malícia financista.
A história da “lição de casa” foi brandida sucessivamente por Pedro Malan, Antônio Palocci, Henrique Meirelles
Parte dessa crença se consolidou no Plano Cruzado, conforme foi dito. Mas a inflação produzida por Maílson da Nóbrega, em sua gestão, se deveu exclusivamente à escandalosa medida que permitia conversão de dívida externa em cruzados.
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Na medida em que a inflação vai se tornando um fantasma superado, esse discurso se esvaziará e se constatará que crescimento com bem estar deve ser objetivo da política econômica em todos os anos.
FOCUS: Mercado estima PIB menor em 2011
A estimativa de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2011 apresentou uma leve redução, segundo o relatório Focus, elaborado pelo Banco Central. O PIB (Produto Interno Bruto) foi ajustado pela segunda semana, de 3,10% para 3,09%, ao passo que a variação para 2012 subiu de 3,46% para 3,48%. Para o dólar, a estimativa subiu de R$ 1,75 para R$ 1,79, enquanto a previsão para o superávit comercial em 2011 avançou de US$ 28,22 bilhões para US$ 28,7 bilhões.
Atividade do comércio cresce 1,5% em novembro
O movimento dos consumidores nas lojas em todo o país cresceu 1,5% em novembro, realizados os devidos ajustes sazonais, segundo a consultoria Serasa Experian. O bom desempenho do varejo no mês de novembro foi influenciado pela alta de 4,5% no movimento dos consumidores nas lojas de veículos, motos e peças no mês passado  - a suspensão temporária da cobrança do IPI mais elevado sobre os automóveis importados animou o movimento dos consumidores após a queda verificada em outubro.
Brasil mantém maior desigualdade entre Brics
O Brasil foi o único país no grupo do Brics (que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul) a reduzir o abismo entre ricos e pobres em 15 anos, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Porém, a desigualdade no Brasil ainda é a maior entre os países do grupo: no país, os 20% mais pobres viram sua renda crescer em média 6,6% ao ano na década de 2000, percentual três vezes superior ao índice de crescimento dos 20% mais ricos, de 1,8% ao ano.
Balança comercial começa dezembro com superávit
O superávit comercial na primeira semana de dezembro chegou a US$ 319 milhões, com média diária de US$ 159,5 milhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em dois dias uteis, as exportações foram de US$ 1,785 bilhão, enquanto as importações atingiram US$ 1,466 bilhão. O saldo acumulado ao longo do ano chega a US$ 26,293 bilhões (média diária de US$ 113,8 milhões), um resultado 70,8% maior que o verificado no mesmo período do ano passado.
Uso da capacidade instalada na indústria volta a cair
A utilização da capacidade instalada (UCI) na indústria recuou 0,3% em outubro na comparação com setembro, atingindo o menor nível desde fevereiro de 2010, segundo dados com ajustes sazonais divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O setor industrial operou em outubro, em média, com 81,4% da capacidade instalada ante 81,7% no mês anterior. As horas trabalhadas foram reduzidas em 0,5% no período, enquanto o emprego aumentou 0,2% em outubro na comparação com o mês anterior.
Alemanha e França defendem novo acordo do euro
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defenderam a adoção de um novo tratado para a zona do euro, que deve ser ratificado pelos 17 países do bloco em 2012. O tratado deve incluir medidas automáticas contra países que violarem regras destinadas a manter déficits governamentais sob controle, além de uma regra para que tribunais constitucionais possam verificar se os orçamentos nacionais vão no sentido da retomada do equilíbrio das contas públicas.

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