domingo, 28 de agosto de 2011

CORRUPÇÃO E VOTO EM LISTA



Ao ler "O Globo" de hoje, resolvi escrever esta matéria, seguindo a coluna de Merval Pereira e do sempre iluminado Veríssimo.
Veríssimo confessa que votou em Jânio Quadros, este erro eu não cometi, motivado pela corrupção do governo Juscelino, e é importante que se diga "governo Juscelino", porque não se pode debitar em sua conta toda a corrupção que aconteceu na construção de Brasília.
A Juscelino se dizia que ao decidir construir Brasília, sua esposa teria comprado incontáveis terrenos que, com a mudança da capital, trouxeram para a família um lucro exorbitante.
Muito se ouviu falar que nos canteiros de obras, os caminhões chegavam carregados de cimento, pedra, cimento, ferro, etc. e saiam igualmente carregados, fazendo a volta e entrando na fila novamente, não se sabe quantas vezes.
Na época da "ditadura das elites" o povo sabia que rolava a corrupção mas não podia se manifestar porque quem denunciasse seria preso com a acusação de ser subversivo e a grande mídia, uns por medo e outros por estarem de acordo com o poder, não mencionavam nada.
Delfim Neto que foi Ministro da Fazenda era apelidado por autoridades francesas, segundo noticias de jornais, de "10%", porque não se assinava contrato nenhum com o Brasil sem que o ex-ministro recebesse sua comissão.
Em todos os governos houve corrupção, e neste quesito o governo Collor teria sido considerado o "grande campeão", mas rolou no governo Dilma, Lula, FHC e Sarney, e não estamos aqui acusando nenhum destes de ser cúmplice dos desmandos, o que desejamos explicitar é que, apesar da grande mídia dizer que a corrupção foi inventada a partir de Lula, não há nada mais descabido.
A corrupção deve ser combatida fortemente como esta fazendo a Presidente Dilma Roussef, ao ser acusado um assessor de qualquer que seja o escalão terá que dar explicações convincentes, pois não basta ao servidor publico ser honesto, tem que mostrar que é.
Não somos favoráveis ao julgamento de casos de corrupção pelo Congresso através de CPIs pois sempre será político-partidário, todos os casos devem ser investigados pelo Ministério Público, Polícia Federal e julgados pela justiça, quem tem a maioria poderá inocentar ou culpar indevidamente alguém.
Os casos de corrupção denunciados nos ministérios, por funcionários indicados pelos diversos partidos se multiplicam porque não há uma preocupação em analisar a idoneidade do indicado, o que caberia ao partido, no entanto estamos presenciando escolhas sem o menor cuidado, o que respinga no executivo.
Não concordamos com corrupção alguma, de qualquer partido, todos devem responder, sempre.
Dentro desta situação, como podemos entender que os partidos vão fazer uma relação idônea para o "Voto em Lista"?
Os partidos, infelizmente, não têm demonstrado credibilidade para fazer as escolhas adequadas, se não conseguem nem indicar pessoas para os altos cargos sem os problemas que o País tem enfrentado.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ESPANANDO O PÓ...

Esta matéria recebi de anônimo lá de Caràzinho - RS

Nossa presidente Dilma está espanando ao pó e às teias de aranha de um esquecido verbo, que foi arrancado do âmago do sábio "Aurelião", um verbo que, mesmo sem tempero se torna finíssima iguaria em nosso caviar moral:Honestizar. 
Nós, que temos nos queixado da ausência de lideranças que tenham facas afiadas na pedra da verdade para cortar os maléficos tumores da administração pública , agora temos o dever  de conjugá-lo junto com a mais alta autoridade do País; como precisamos do sucesso dela nessa higienização, devemos estar alertas e unidos ao seu desempenho pois os "urubus do erário público" já estão crocitando.
E para que isso aconteça o Povo precisa estar alerta e formar uma corrente em favor de pessoas como: bons vizinhos, batalhadores de bairros, laboriosos líderes de nossas cidades, cidadãos que ajudam,  sendo ou não solicitados, enfim que sejam        Cidadãos de Bem

Se quisermos ter melhor Respeito, Alegria,  Honestidade, Segurança, Educação, Saúde, Trabalho com salário justo, Aposentadoria digna...  ...o saneamento
básico completo para isso é:
 Sairmos às ruas e elogiarmos e divulgarmos às pessoas de nossas relações que são prestativas a comunidade onde moramos, não mais citarmos os nomes dos que não são honestos para que a Massa Popular, quando for votar em um vereador, coloque um nome digno de confiança no poder de sua cidade, pois esse vereador será no futuro um prefeito, deputado, senador, ministro ou presidente da nossa Pátria.


Cidadãos ativos no bem geram ótimas comunidades.
Do alto da Coxilha Carazinho,
Ânimo Anônimo

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"LEGALIDADE" 50 ANOS DEPOIS

brizola no ato da legalidade


"VITÓRIA SOBRE MILITARES EM 61 ILUDIU ESQUERDA"
O Globo em matéria de hoje conta a história do golpe de 1964, segundo sua versão, quantos aos fatos, bem, esta é outra história.
Sempre tenho dito que o golpe foi das elites que sentiam a impossibilidade de derrotar o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, de Getúlio Vargas, Jango e Brizola, não este que esta aí nos dias de hoje sob a liderança de Roberto "corrupto" Jefferson e buscaram nos militares o apoio para atrasar o Brasil por mais de 50 anos.
Quando Jânio Quadros renunciou e as oposições à Jango tentaram impedir sua posse, o governador do Rio Grande do Sul na época, Leonel de Moura Brizola, deflagrou o movimento chamado de "Legalidade", que obteve o apoio popular e do III Exército sob o comando do General José Machado Lopes.
O III Exército movimentou suas tropas para a fronteira Paraná/São Paulo, onde pretendia forçar a obediência à Constituição..
Como o movimento popular restaurou a ordem constituida, concordaram em aceitar a posse de Jango, no entanto no regime parlamentarista, derrubado pelo plebiscito de 1963.
Mas a elite brasileira, chamando os militares na ocasião, começou logo após a "Legalidade" a preparar o golpe desferido contra o Brasil em 1964.
Para justificar o golpe falsamente diziam que o comunismo estaria tomando conta do Brasil (com o apoio de sempre da grande mídia) o que enganou os militares pela guerra fria que estava no auge, e isto foi comprovado, quem era preso logo após o golpe eram partidários do PTB.
Para maiores detalhes, quem tiver curiosidade, leia o livro de René Armand Dreiffus, a "Conquista do Estado".
Na preparação do golpe após a "Legalidade" foram encaminhados para os golpistas bilhões de dólares, que foram utilizados até na vitória de Ildo Meneghetti no Rio Grande do Sul, contra o candidato de Brizola, porque entendiam que com Meneghetti no governo seria mais fácil impedir a revolta do povo.
Gastaram fortunas na eleição de Ildo Meneghetti e de Fernando Ferrari, dissidente do PTB, este não para ganhar mas para tirar votos do candidato de Brizola.
E conseguiram ganhar as eleições, e comprovando o que afirmamos sobre o uso de dólares na campanha de Fernando Ferrari, foi a revolta de um grande jornalista gaúcho, vendo os gastos que o partido das "mãos limpas" estava fazendo, ao alugar rádio para transmitir comício, sabendo que deveria ter dificuldades, perguntou ao candidato de onde estaria vindo o apoio financeiro, ao que Ferrari respondeu que "ele não tinha nada a ver com isto", tendo o jornalista se afastado da comitiva voltando para Porto Alegre.
E os golpistas tinham razão ao impedir a vitória do PTB porque Ildo Meneghetti, mesmo sendo governador, ao deflagrarem o golpe, foi se asilar no quartel do exército em Passo Fundo por medo da revolta popular.
Não ouve a "ilusão da esquerda" com a vitória da legalidade, Jango e Brizola, principalmente este, sabiam que a tentativa de golpe estaria sendo armada, mas Jango não acreditava, confiava em quem não devia.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

SANDICES DA OPOSIÇÃO

Político cara de pau
É impressionante a cara de páu da grande mídia ao tentar debitar na social-democracia a ameaça de crise.
Em 2008 a crise foi obra dos desgovernos de Bush e da ganância dos banqueiros americanos que deixaram de obedecer as regras de mercado, abrindo os financiamentos imobiliários à contratantes que não tinham as condições necessárias para honrar seus compromissos criando a chamada "bôlha imobiliária".
Agora os Estados Unidos da América, simbolo do capitalismo mundial, assustou o mundo com a ameaça de calote, somado aos problemas que estão sofrendo Itália e França, todos administrados por governos de direita.
Quando surgiram as ameaças de crise na Grécia e Irlanda ninguém se preocupou, são paises emergentes e pobre não causa grandes problemas.
O jornalista Sardenberg escreve matéria totalmente fora do contexto da realidade que nos assola, falando que a social democracia acabou com a queda do Muro de Berlim. Não avisaram ao grande jornalista que o que acabou com Muro de Berlim foi o comunismo, "acorda cara".
Hoje, continuando com as "sandices", Rodrigo Constantino escreve matéria em "O Globo" com o título "Agonizante social-democracia", culpando a crise, criada pelos países capitalistas de direita tendo à frente os EUA, desejando que se acredite nesta bobagem, se tem alguém culpado destas crises é a "direita", é o Congresso Americano, são reflexo dos tremendos equívocos de Bush, independente da atitude de Barak Obama que tem um pensamento bem mais maduro, sem tentar jogar a culpa dos problemas americanos para ninguém, assumindo os êrros de seu antecessor.
Se existe alguém inocente nesta crise é a social-democracia.
E o pior é que estes países capitalistas nem se preocuparam com as questões sociais, estão em dificuldade por problemas economico-financeiros, com a população carente sem politicas que os defendam.
Escreve o historiador e professor da Universidade de São Carlos Marco Antonio "pancho" Villa com o título "De gestora à faxineira", matéria tentando ridicuralizar a atuação da Presidente Dilma Roussef, quanta imbecilidade.
A oposição (leia-se aqui oposição e grande mídia) acusou Palocci e a Presidente, após ter dado o necessário tempo para que o ex-Ministro se explicasse, demitiu-o corretamente; quando a oposição acusou o Ministro dos Transportes a Presidente deu ao Ministro a oportunidade para defender-se, sem obter uma explicação convincente, demitiu-o também.
Agora surgem as denúncias contra o Ministério do Turismo e das Cidades e a Presidente, com coerência, dá o tempo necessário para que se expliquem e, ao não conseguirem, serão afastados também.
Quando um Ministro ou alto funcionário é indicado por um partido a responsabilidade é deste, o Executivo não vai investigar preventivamente ninguém, até por configurar-se aí uma "invasão de privacidade".
Não existe "faxina" nem "blindagem", até porque a "oposição rançosa" não deixaria, o que há é uma resposta à sociedade brasileira sobre desmandos, se errou, não tomou os cuidados necessários para uma administração sem máculas, cai.
E por mais que o historiador da UFSC tente falar ao contrário a Presidente sabe o que fazer sim.
O governo Lula foi "espinafrado" pela oposição durante todo o seu período administrativo, com objetivos políticos na maioria das vezes, caso não fossem convencidos o Ministério Público e a Polícia Federal agiriam de modo a não deixar "pedra sobre pedra", como têm feito.
Chamar de "herança maldita" o que o governo Lula deixou para a Presidente Dilma é uma heresia, o País conseguiu chegar à um gráu de excelência jamais visto, 5º lugar entre os países preferidos para investimentos internacionais, é respeitado lá fora como nunca, tem uma reserva de mais de trezentos bilhões de dólares que permitirá que enfrentemos as turbulências ocasionadas pela globalização com grandes possibilidades de transformá-la em uma "marolinha" como em 2008.
A Presidente Dilma não tinha enfrentado nenhuma eleição, só ganhou pelos acertos do governo Lula, avaliado positivamente por mais de 80% da população brasileira, para desespero da oposição, e fará um governo provavelmente tão ou mais positivo quanto.
Enquanto a oposição ficar só na critica, na maioria das vezes inconsistente e sem fundamento, sem apresentar propostas para o crescimento de nosso País continuarão a não ganhar eleições.

sábado, 20 de agosto de 2011

CAPITALISMO MATA...



Celso Lungaretti*
“Corrupção mata. Entender isso é fundamental para atacar um dos males que mais empacam o desenvolvimento socioeconômico e político do Brasil” – escreve Marina Silva, que saiu do Partido Verde, mas continua patinhando nas águas rasas do reformismo.
Morena Marina, você se pintou… Está repetindo como papagaio a cantilena que convém ao sistema e, por isso mesmo, é martelada dia e noite pela indústria cultural.
O capitalismo, ele sim, mata.
Mesmo que um milagre divino dele extirpasse totalmente a corrupção que lhe é inerente, ainda assim continuaria malbaratando o potencial hoje existente para se proporcionar uma existência digna a cada habitante do planeta. E poderá vir até a causar a extinção da espécie humana, ao submeter nosso meio ambiente ao primado da ganância desmedida.
Jamais, JAMAIS, o prejuízo causado ao cidadão comum pela corrupção e o desperdício em todas as esferas governamentais será remotamente equiparável ao que lhe impõe o parasitismo capitalista em si, começando pelas casas de agiotagem legalizada conhecidas como bancos.
Mas, lembrando o filme Os Suspeitos (d. Bryan Singer, 1995), o grande truque do diabo é fingir que não existe.
Então, a mídia habilmente direciona a ira das massas contra os corruptos que, gerados e mantidos pelo capitalismo, não só lhe servem de biombo, como se revezam no papel de espantalhos úteis.
A contrapartida por seus privilégios é serem obrigados a suportar estigmatizações momentâneas e perda dos cargos, às vezes até uma pequena temporada na prisão, com a garantia de adiante voltarem à tona, belos e lampeiros.
São os títeres utilizados pelo diabo para que o povo não perceba qual é a causa última dos seus males.
E, como tais, preservados por aquele a quem venderam a alma: depois das shakespearianas tempestades de som e fúria significando nada, reassumem discretamente suas posições e não se fala mais nisso.
De Paulo Maluf a Fernando Collor, passando por anões, sanguessugas e mensaleiros, os envolvidos nos episódios mais emblemáticos de corrupção nunca amargaram o ostracismo definitivo.
Como benefício adicional, a redução da política a um permanente mar de lama é tudo de que precisam os interessados em disseminar o desencanto e o egoísmo, para afastar os trabalhadores dos caminhos que levam à  sua libertação.
Enquanto tal espetáculo de sombras chinesas fornece circo e catarse inócua aos explorados, o capitalismo os continua desgraçando impunemente.
Só mataremos o monstro cortando sua cabeça. Os tentáculos crescem de novo, indefinidamente.
*jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EMPRÉSTIMO CONSIGNADO

A maioria das pessoas ainda têm um pensamento equivocado sobre o empréstimo consignado, um projeto elaborado no intuito de defender os aposentados das explorações dos altos juros bancários.
Hoje pela manhã a jornalista Flavia Oliveira, ao ser entrevistada na TV Globo, colocou seu pensamento de maneira a parecer que o projeto é negativo pois permitiria o endividamento cada vez maior dos aposentados.
É natural que todo o empréstimo tomado exageradamente, sem objetivos que o considerem legítimo é negativo mesmo, mas isto depende de quem o contrata, é pessoal.
Na entrevista a jornalista analisa de um ponto de vista, correto, quando é contraído um empréstimo para compra de algum produto, mas o assunto necessitaria ser abordado de outro ângulo, para ser mais claro.
Quando o programa foi criado muitos aposentados estavam altamente endividados, pagando juros de 7 a 8 % ao mês nos empréstimos pessoais e de 12 a 15 % nos cheques especiais.
Vamos fazer aqui uma simulação de alguém que deva R$ 10.500,00, que deverá ser pago em 60 prestações de R$ 350,00 no empréstimo consignado, cujos juros mesmo no consignado ainda podem ser menores.
Agora, supondo que vc tenha dívidas nos cartões de crédito e cheques especiais no mesmo valor de R$ 10.500,00, tendo uma renda que não lhe permita, pelas despesas mensais de aluguel, mercado, farmácia, transporte, etc. pagar o valor médio dos juros mais o capital, vamos aqui supor que a média de juros é de 10%, terá uma despesa mensal de  R$ 1.050,00.
Então, pelos juros dos cartões de crédito e cheques especiais o contratante pagará R$ 1.050,00 contra os R$ 350,00 do empréstimo consignado, significando uma diferença mensal de R$ 700,00, considerando os 60 meses, uma diferença substancial total de R$ 42.000,00 que os bancos estariam retirando do bolso do aposentado e mais os R$ 10.500,00 reais que no final das prestações do empréstimo consignado estariam pagos e nos cheques especiais/cartões de crédito continuariam pendentes.
Há duvidas quanto à significativa vantagem para os aposentados?
Só se endivida de forma desnecessaria se agir irresponsavelmente, é questão pessoal.

LULA CONTINUA...


Higiene e Limpeza
É impressionante a paixão que a grande mídia tem por Lula, não permitem que retire a faixa presidencial, deve ter passado para a Presidente Dilma uma cópia.
Merval Pereira tem uma admiração especial por Lula, porque em sua coluna de ontem em "O Globo" citou o nome do ex-Presidente por 15 vezes enquanto falou 9 vezes no nome da Presidente Dilma Roussef.
Falam que a Presidente montou seu ministério com nomes escolhidos por Lula, que todas as acusações de corrupção, comprovadas ou não fazem parte da herança maldita, que Lula cobra quase o dobro por suas palestras pelo mundo afora, enfim o ex-presidente não consegue deixar o poder.
A Presidente Dilma esta recebendo um apoio muito expressivo no Senado Federal, a população brasileira esta muito contente com a faxina que supostamente estaria promovendo nos casos de corrupção, mas se sabe que esta é uma colocação que visa incompatibilizá-la com os partidos da base, quem na realidade esta investigando é o TCU, a CGU e a Polícia Federal, à Presidente cabe afastar os comprovadamente suspeitos e/ou culpados, mas fazendo como fez com Palocci e os Ministros dos Transportes e da Agricultura, dando-lhes tempo para se explicarem.
Os partidos da base não precisam se preocupar com as indicações que fizeram desde que estas estejam agindo corretamente, não há uma "caça às bruxas" de parte do Executivo Federal mas, se houverem acusações consistentes, fundamentadas e com provas, não restará outra atitude à Presidente Dilma Roussef a não ser o afastamento.
A maneira que o Governo brasileiro esta administrando, colocando fortemente como uma das principais prioridades uma "faxina" contra a miséria, faz com que qualquer que seja o próximo governante, e isto é muito importante, não poderá acabar com este projeto da criação de verdadeiros cidadãos, pois as famílias ao serem guindadas a um patamar mais elevado, com certeza estarão criando condições para a alavancagem de seus filhos na educação e esta é a "porta de saída" para o Bolsa Família, que é negada pela oposição.
Um governo de centro ou de centro-esquerda cabe agir, como esta fazendo a Presidente Dilma, para proteger os menos favorecidos, mas entendemos que para isto é preciso acabar ou melhorar muito as dificuldades que a população enfrenta com a educação e a saúde.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

SOCIALISMO CONDENADO ?

 
Sob o título "Capitalismo condenado ?" o jornalista Carlos Alberto Sardenberg escreve matéria em "O Globo" de hoje, defendendo a opinião da direita de que só o neoliberalismo é o caminho correto para a economia mundial, para levar a população à felicidade.
A crise que assolou o mundo em 1929 foi obra do capitalismo, como sempre quem causa grandiosos prejuízos são os afortunados que aplicam suas fortunas em fundos, ações, ouro, etc.etc., pobre não causa crise.
No final dos anos 60 alguns espertalhões criaram no Brasil uma "bolha" nas bolsas de valores, trabalharam durante meses fazendo ações subirem acima da realidade e os menos avisados resolveram vender imóveis, carros e tudo o que pudessem para comprar ações supervalorizadas artificialmente. Quando criaram a expectativa de alta nas ações, com pessoas desacostumadas com o mercado de capitais, venderam tudo a altos preços e tiraram o "time de campo", causando a falência de milhões de pessoas.
Países de terceiro mundo, emergentes, não causam grandes crises, são pobres e qualquer auxílio resolve seus problemas.
Agora, quando um país como os Estados Unidos da América, segue as orientações de um irresponsável como o Presidente Bush, a queda leva muitos para o buraco, só saindo de lá com muito esforço.
Em 2008 a ganância dos bancos americanos, ao deixar de utilizar os dispositivos mais elementares para financiar a compra de imóveis, facilitando para usufruir de maiores lucros, criou a "bôlha" que atingiu o mundo todo, com os altos executivos lutando para continuar recebendo royalties milionários apesar de sua incompetência, felizmente que o Brasil estava preparado, foi um dos que menos sofreu, foi um dos últimos, talvez o último a sofrer as consequências e o primeiro a sair da crise.
Agora, ainda sob os efeitos da era Bush, do Partido Republicano radical de direita, que defende como todos os neoliberais a queda de impostos sem dizer quais os setores que devem deixar de ser atendidos, se a educação, a saúde, a segurança publica, enfim as questões sociais, os EUA criam nova crise ameaçando com o calote, ameaça protelada pelo Presidente Obama, que conseguiu convencer o Congresso ultra-direitista Americano a, com paliativos, adiar o problema, não se sabe até quando.
Comprovando o que pensamos, quando a Grécia e a Irlanda entraram em crise não presenciamos grande preocupação mundial com a situação que só teve alcance mundial ao surgirem Itália, Espanha, França e EUA, cujas ameaças de calote causou um traumatismo preocupante.
Sardenberg fala da queda do socialismo com a derrubada  do muro de Berlim, se fazendo de desentendido, o que caiu com o muro de Berlim foi o comunismo.
Nos "anos de chumbo" as críticas que ouviamos era contra o "capitalismo selvagem", este é que foi condenado, com alguns remanescentes ainda.
Não nos convencemos de que o capitalismo faliu mas muito menos o socialismo, quem faz o capitalismo ou o socialismo dar certo são os governos, temos exemplos de países que são administrados por neoliberais ou socialistas que se deram bem ou mal, mas as eleições são para corrigir, quem erra cai. O socialismo foi mais para o centro, o capitalismo deve seguir o mesmo caminho. 
Para terminar, assim como disseram da economia, eu diria, para o bem do povo, "é o equilibrio idiota".

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

LEANDRO FORTES : DEPOIS DO FIM...

DO BLOG VI O MUNDO
17 de agosto de 2011 às 14:11

Leandro Fortes: Depois do fim da civilização cristã no Brasil

Dilma e a guerra que se anuncia
por Leandro Fortes, no Brasília eu vi
O movimento era previsível e as razões óbvias, mas não deixa de ser perturbadora a investida dos grandes grupos midiáticos ao governo da presidenta Dilma Rousseff, depois de um curto período de risível persistência de elogios e salamaleques cujo único objetivo era o de indispô-la – e a seu eleitorado – com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Digo que era um movimento previsível não apenas por conta do caráter ideologicamente hostil dos blocos de mídia com relação a Dilma, Lula, PT ou qualquer coisa que abrigue, ainda que de forma distante, relações positivas com movimentos sociais, populares e de esquerda. A previsibilidade da onda de fúria contra o governo também se explica pela transição capenga feita depois das eleições, um legado de ministros e partidos de quinta categoria baseado numa composição política tão ampla quanto rasa, e que, agora, se desmancha no ar.
Assim, pode-se reclamar da precariedade intelectual da atual imprensa brasileira, da sua composição cada vez mais inflada de jornalistas conservadores, repórteres raivosos e despolitizados, quando não robotizados por manuais de redação que os ensina desde a usar corretamente o hífen, mas também como se comportar num coquetel do Itamaraty. Mas sobre a indigência do comportamento da base aliada, é tudo verdade, como também é verdade que, ao herdar de Lula essa miríade de ministros-jabutis colocados na Esplanada dos Ministérios, Dilma aceitou iniciar o governo com diversos flancos abertos, a maioria resultado da aliança com o PMDB, e se viu obrigada a fazer essa tal “faxina” pela mídia, embora se negue a admiti-lo, inclusive em recente entrevista à CartaCapital.
Dilma caminha, assim, sobre a mesma estrada tortuosa do primeiro ano do primeiro mandato de Lula, quando o ex-operário chegou a crer, cegado pela venda de inacreditável ingenuidade, que as grandes corporações de mídia nacionais, as mesmas que fizeram Fernando Collor derrotá-lo, em 1989, poderiam ser cooptadas somente na base do amor e do carinho. Dessa singela percepção infantil adveio a crise do “mensalão”, a adoção sem máscaras do jornalismo de esgoto nas redações brasileiras, a volta do golpismo como pauta de reportagem e a degeneração quase que absoluta das relações entre o poder público e a imprensa.
Em 2010, agregados ao projeto de poder do PSDB e de seu cruzado José Serra, os grupos de mídia formaram um único e poderoso bloco de oposição e montaram um monolítico aríete com o qual tentaram derrubar, diuturnamente, a candidatura de Dilma Rousseff. Não fosse a capacidade de comunicação de Lula com as massas e a conseqüente transferência de votos para Dilma, essa ação, inconseqüente e, não raras vezes, imoral, teria sido vitoriosa. Perdeu-se, contudo, na inconsistência política de seus líderes, na impossibilidade de comparação entre os dois projetos de País em jogo e, principalmente, na transfiguração final – triste e patética – de Serra num fundamentalista religioso, homofóbico e direitista, cuja carreira política se encerrou na melancólica e risível farsa da bolinha de papel na careca.
Ainda assim, Dilma Rousseff foi comemorar os 90 anos da Folha de S.Paulo, sob alegada conduta de chefe de Estado, como se não tivesse sido o jornalão da Barão de Limeira o primeiro condutor do circo de mídia montado, em 2010, para evitar que ela chegasse à Presidência. Foi a Folha que publicou, na primeira página, uma ficha falsa da então candidata, com o intuito de vendê-la como fria guerrilheira de outrora, disposta a matar e seqüestrar inocentes, sequer para lutar contra a ditadura, mas para implantar no Brasil uma ditadura comunista, atéia e, provavelmente, abortista. O fim da civilização cristã no Brasil. Dilma sobreviveu à tortura e à prisão, mas não conseguiu escapar dessa armadilha, e foi lá, comemorar os 90 anos da Folha. Agora, instada a fazer a tal “faxina”, talvez esteja recebendo um salutar choque de realidade.
O fato é que o embate entre as partes, haja ou não uma Lei dos Meios, nos moldes da legislação argentina, não é só inevitável, mas também inadiável. A presidenta reluta, naturalmente, em iniciar um conflito entre a lei e os meios de comunicação, não é por menos. Ela sabe o quanto foi dura e a ainda é a vida dos colegas vizinhos da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Paraguai com os oligopólios locais. Faz poucos dias, um jornalista brasileiro, encastelado numa dessas colunas de horror da imprensa nativa, chamou a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, de “perua autoritária”, em resposta a leitores que lhe enviaram comentários indignados com um texto no qual ele a acusava, Cristina, de usar o próprio luto (o marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morreu em outubro do ano passado) para fins eleitorais. Implícito está, ainda, a questão do machismo (a “faxina” da nossa presidenta), ou melhor, a desenvoltura do chauvinismo, ainda isento de freios sociais eficazes.
Tenho cá minhas dúvidas se o mesmo jornalista, profissional admirado e reconhecido por muitos, teria coragem de se referir ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como “pavão engabelado”, apenas para ficar na mesma alegoria do mundo animal atribuída a Cristina Kirchner, por ter posado de pai amantíssimo ao assumir, 18 anos depois, a paternidade de um filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo – e, aos 80 anos, descobrir que caiu no golpe da barriga. Passou dois mandatos refém da família Marinho por conta de um menino que não era dele. Algum comentário sarcástico nas colunas e blogs da “grande imprensa” a respeito? Necas de pitibiriba. Com a presidenta argentina, mulher que enfiou o dedo na cara de um grupo midiático “independente” que sustentou uma ditadura nazista, responsável pelo assassinato de 20 mil pessoas, o colunista, contudo, se solta e se credencia a nos fazer rir.
Duvido que Cristina Kirchner fosse ao aniversário do Clarín.

COMENTÁRIO NOSSO:  A GRANDE MÍDIA NÃO DEIXA LULA ENTREGAR A FAIXA PARA A PRESIDENTE DILMA ROUSSEF, EM SUA COLUNA DE HOJE EM "O GLOBO" MERVAL PEREIRA CITA O NOME DE LULA 15 VEZES E O DA PRESIDENTE DILMA 9. IMPRESSIONANTE A PAIXÃO DE MERVAL PELO EX-PRESIDENTE

terça-feira, 16 de agosto de 2011

PARA QUE CPI ?

A cada denúncia de irregularidades ou de corrupção a oposição solicita a abertura de CPIs, como se o Ministério Público, a Polícia Federal ou o STF não conseguisse investigar e chegar a conclusões mais isentas sobre o que realmente acontece, sem conotação político-partidária.
Agora com as denúncias contra Palocci e o Ministério dos Transportes já praticamente resolvidas pela Presidente Dilma Roussef, vem o remanescente da "oposição raivosa" dos tempos do governo Lula, o senador Álvaro Dias pedir a abertura de CPI, apenas para ocupar espaço na mídia e utilizar politicamente os episódios, parece que "por não ter o que fazer".
Restou a oposição para ficar atazanando a vida da Presidente Dilma a denúncia contra o Ministério do Turismo, que já esta respondendo as acusações e, se não for convincente, como aconteceu com Palocci e o Ministro dos Transportes e assessores, será afastado também.
É preciso que os partidos da base assumam suas responsabilidades ao indicarem correligionários para cargos, se não tomarem cuidado com quem indicam devem sofrer as consequências. Só é compreensível a contrariedade à posição da Presidente Dilma Roussef ao afastar os partidários do PR sob o ponto de vista político, pois não poderia ser outra a atitude do governo.
Temos a convicção de que não há "blindagem" de quem quer que seja, se fosse este o caso Palocci não seria demitido e nem a faxina do Ministério dos Transportes teria acontecido, qualquer que seja a acusação fundamentada da oposição ou da grande mídia terá resposta, quem deve pagará,o resto faz parte da política para ocupar as manchetes dos grandes jornais, revistas e os noticiários da televisão.
Elogiável a atitude dos senadores que promoveram um ato no plenário do Senado Federal, apoiando a "faxina" que a Presidente Dilma esta fazendo, só causando surpresa o baixo índice de apoios, o que corrobora aquilo que a opinião publica tem demonstrado, desconfiança com as atitudes do Congresso Nacional.

sábado, 13 de agosto de 2011

A LIBERDADE CONTRA TODA CRISE


SÓ SE RESPONDE AO FANATISMO DA DIREITA COM LIBERDADE E MAIS LIBERDADE
Carlos Diegues
Toda vez que o mundo se desorganiza, que um sistema hegemônico ameaça entrar em colapso, o autoritarismo emerge, seja sob que disfarce novo for, como garantia da ordem e salvação da lavoura, uma espécie de Arca de Noé no dilúvio social, financeiro e político que há de suceder o desastre iminente. E a grande maioria da população correrá para a proteção de seus braços, em pânico com a incerteza e a insegurança.
Nem precisamos muito de um grande desastre iminente para nos submetermos a esse poder mágico que nos alivia de graves responsabilidades. Não me canso de pensar em Dostoieveski, o ficcionista que melhor entendeu os fracassos da natureza humana. Em  “Os Irmãos Karamazov”, por exemplo, ele diz que todo homem já nasce ansioso em busca de um tirano aos pés do qual depositar a angústia de sua liberdade.
Não precisamos necessariamente de um monarca ou ditador, podemos nos contentar com o rigor de uma hierarquia familiar, com os ideais de um partido politico, com uma religião que nos prometa redenção. Qualquer coisa que nos livre da angústia da escolha e que nos garanta proteção contra o inimaginável, quando ele começa a se anunciar por aí.
Talvez estejamos vivendo esse momento, quando impérios ameaçam ruir e nossas certezas, mesmo em oposiçao a eles, já não nos convencem muito. Se não tivermos um inimigo poderoso e sólido diante de nós, que corresponda a todas as nossas expectativas do mal, não teremos mais a quem temer, não teremos porque construir a nossa fortaleza. E nosso mundo perderá o sentido.
Para simplificar, chamemos de direita a esse tirano que tem a pretensão de nos salvar do desastre anunciado. Essa direita que hoje cresce em todo mundo, ocupando o lugar crítico que já foi, no século passado, nazista com Hitler, fascista com  Mussolini, comunista com Stalin ou Mao, católico com Franco ou Salazar, islamita com Komeini, populista com Peron ou Vargas, cada um em seu território e dimensão particulares.
Esses foram líderes de movimentos disciplinados e disciplinadores que pretendiam organizar o mundo, purgá-lo de suas fraquezas, dar-lhe uma ordem que resistisse para sempre, de acordo com as verdades eternas de cada um deles. E as verdades eternas pouco têm a ver com a fragilidade humana, não combinam com  a crise, essa condição do homem por excelência.
Apesar de eficiente, a direita não é pragmática. Ela acredita em milagre e espera tudo resolver pelo pensamento mágico de seres superiores. Não adianta tentar convencê-la com argumentos racionais, ela não liga para isso. George W. Bush sabia que estava empurrando os Estados Unidos para o fundo do poço quando aliviou os impostos dos ricos e fez guerras pelo mundo afora, ao custo de trilhões de dólares. Ele não se importava com a dívida do Tesouro norte-americano porque Deus é maior que a economia. E Deus, ele tinha certeza, estava do seu lado.
Mais ou cedo ou mais tarde, essa tendência à direita há de chegar também aos países que não ameaçam calote financeiro, nem estão ameaçados pela imigração em massa. Com a crise mundial se alastrando em forma de espetáculo, esse espaço para a direita vai surgir também no Brasil. Por enquanto, a tradição de resistência à ditadura recente envergonha o sujeito que se declarar à direita. Mas, daqui a pouco, aqueles anos estarão esquecidos em benifício de novas circunstâncias críticas e, entre nós, a direita não terá mais vergonha de dizer seu nome.
Os Le Pen na França, o Tea Party americano, o terrorista louro da Noruega, o neo-populista chinês, as direitas que hoje crescem no mundo inteiro, estão pouco se lixando para a economia de mercado, para as contas das nações, para  a matemática dos povos. Elas são antes de tudo movimentos culturais, nascidos de crenças históricas e de mitos criados para consolar a nossa fraqueza humana, a nossa natural impotência. Lendas para dar sentido à nossa existência. 
Porque é impossível atingir o que não é matéria, a direita nada teme – o sorriso plácido do serial killer norueguês, ao reconhecer que aqueles rapazes e moças talvez não merecessem morrer, é o maior testemunho de quão gloriosamente superior era a sua missão.
O primeiro-ministro da Noruega tinha toda razão - só se responde a tal fanatismo com liberdade, com mais liberdade. Com o exercício responsável da liberdade através da razão e da solidariedade, com a responsabilidade a que o exercício da liberdade individual nos obriga.
Mas é uma ilusão achar que todo homem nasce livre. Num movimento oposto ao que o Karamazov nos indicava, o homem nasce dependente da mãe, e depois da família, da escola, da religião, do patrão, do estado e assim por diante. A liberdade é um conceito cultural semeado na Grécia e desenvolvido pela cultura ocidental, em diversos estágios de sua história. Ela precisa ser adaptada ao que vivemos hoje, a essa fatalidade brilhantemente anunciada por Edgar Morin de que somos muitos e vivemos num pequeno planeta, estamos condenados à solidariedade para sobrevivermos em paz.
A liberdade é portanto uma conquista do homem e não uma sua virtude natural. Ou se conquista ou não se tem.

carlosdiegues@uol.com.br
A ressalva que fazemos a esta interessante e inteligente matéria de Cacá Diegues é quanto à classificação de Getulio Vargas como de direita, pela sua aproximação com as classes trabalhadoras do Brasil. 



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

ULTRA - CAPITALISMO: DO TERRORISMO AO CALOTE

Do PLANETAOSASCO 

Ultra-capitalismo: do terrorismo ao calote

Dom, 31 de Julho de 2011 22:22
Escrito por Redação
 
Por Marcelo Salles
Por que não podemos classificar o terrorista norueguês como ultra-capitalista? Por que temos que nos conformar com o rótulo na capa da revista Veja, que o chama de ultra-nacionalista, ou com as variantes usadas no restante das corporações de mídia (atirador, terrorista, extremista e outros tantos, que confundem muito mais do que explicam)? São confiáveis esses veículos de comunicação que imediatamente após o tiroteio sopravam que se tratava de um “extremista islâmico”? A versão amplamente divulgada não resistiu a 24 horas.
Mas estaria eu sendo radical? O capitalismo não prega genocídios? O capitalismo tem um lado humano? Vejamos:
Quando digo que o marginal norueguês é ultra-capitalista não estou pensando nos postulados de Adam S mith ou naquilo que é permitido que se publique a respeito do sistema que domina o mundo. Estou me referindo ao que é escondido (o trabalho escravo ou semi-escravo e a máquina de moer essa gente que trabalha por um salário mínimo de fome) e ao que está implícito, às sutis formas de produção e reprodução de subjetividades, que interferem nas formas de sentir, pensar e agir dos cidadãos e, conseqüentemente, da própria sociedade em que estes estão inseridos.
O assassino em massa que chocou o mundo agiu influenciado por doutrinas que pregam a concorrência violenta, o ódio ao próximo. Essa teoria que joga a culpa de tudo em estrangeiros, negros, gays, ou em qualquer um que seja diferente. É reducionista, mas funciona. Em vez de reconhecer os próprios defeitos, o que demanda tempo, reflexão e análise, basta jogar a culpa em alguém com quem a pessoa não se reconhece: o outro.
Não me parece casual que o alvo do assassino tenha sido um acampamento da juventude socialista, que reuniu centenas de jovens de todos os cantos do mundo – inclusive do Brasil. O bandido criticava o multiculturalismo e chegou a dizer que esse era o grande problema do nosso país. Essa seria a razão para sermos uma sociedade “disfuncional”, de segunda classe.
É evidente que o genocida norueguês nunca viu um Neymar da vida jogando. Muito menos teve a oportunidade de apreciar uma partida como a de quarta-feira, entre Flamengo e Santos. Ali, na Vila Belmiro, quando todos os deuses do futebol (que não são nórdicos, por suposto) baixaram simultaneamente em campo, ficou provada a existência de milagres. Esses milagres que permitem uma jogada como a do terceiro gol do Santos, quando o miscigenado Neymar fez com a bola algo que desafia a compreensão até mesmo dos deuses. Esses milagres que fizeram com que o Flamengo virasse uma partida após estar perdendo por três gols de diferença, sendo que o miscigenado Ronald inho fez três e foi chamado de “gênio” pelo melhor jogador do mundo na atualidade. Foi um jogo que será lembrado daqui a cem anos. Deve ser duro para os racistas ouvirem isso, mas a verdade é que esses milagres nascem justamente com a miscigenação que as teorias nazistas repudiam. Futebol e música soam melhor quando tem mistura, é assim em qualquer lugar do mundo.
A propósito: o nazismo não era capitalista? Se não, o que era?
A dificuldade de se entender o discurso do premier da Noruega é compreensível. Todos ficaram chocados quando ele afirmou que discursos de ultra-direita são legítimos. Isso porque as corporações de mídia não conseguiram traduzir para o bom português; preferiram fingir que ele não estava se referindo à ultra-direita, ou seja, a versão mais descarada do capitalismo. Para as corporações de mídia é melhor apostar na confusão do que mostrar ao povo brasileiro que seus sócios e amigos defendem, por exemplo , o cercamento de favelas. Ou o abandono da gente pobre. A tortura de traficantes varejistas.
Os tiros disparados na Noruega também ecoam nos Estados Unidos. O extremismo do assassino nórdico tem tudo a ver com o fundamentalismo neoliberal de mercado. Ambos reivindicam para si a verdade, como se existisse apenas uma, a deles. Ambos consideram-se pertencentes a uma casta superior. E ambos agiram com planejamento, método e frieza.

Agora a maior economia do mundo anuncia tranqüilamente que pode dar um calote amplo, geral e irrestrito, mas não aparece um economista para entoar os cânticos de “irresponsável”. Onde estão os fiscais dos fundamentos da economia? Onde os que diziam que Lula quebraria o Brasil? Cadê a turma que defendia o modelo estadunidense como digno de ser seguido? Estão todos quietinhos, debaixo da cama, morrendo de medo das conseqüências, imprevisíveis, de uma moratória dos Estados Unidos.
O mundo não está nessa situação porque de vez em quando aparece um lunático disposto a tudo para fazer valer sua irracionalidade. Chegamos a este ponto porque o modelo de sociedade adotado pela maior parte do mundo não presta. Quem sabe a União de Nações Sul-Americanas – Unasul – aponte uma nova direção.
Marcelo Salles, jornalista, atuou como correspondente da revista Caros Amigos no Rio de Janeiro (2004 a 2008), e em La Paz (2008 a 2009).

EDUCAÇÃO NO CHILE

Do blog de Luiz Carlos Azenha

Viomundo – O que você não vê na mídia


10 de agosto de 2011 às 9:23


Estudantes, no Chile: “Pública, de qualidade e gratuita”
Christian Palma, desde Santiago de Chile, na Carta Maior
Mais de 120 mil pessoas participaram da última marcha convocada pelo movimento estudantil – já foram sete desde que começaram as ocupações e greves em colégios e universidades – que exige uma reforma estrutural no modelo educacional vigente no Chile há mais de 30 anos. A bandeira de luta – que se mescla com as dos trabalhadores do setor de mineração do cobre, dos desempregados, dos ecologistas, dos sufocados pelo sistema creditício, entre outros milhares de anônimos cansados dos abusos – é o fim da lógica de mercado no setor, além da volta da gratuidade da educação pública para os setores de menor renda da população. Cerca de 200 mil pessoas saíram tranquilamente às ruas do país para protestar contra um governo de direita que já não os representa.
A nova mobilização demonstrou a ampliação do apoio aos estudantes e o suporte que sustenta um movimento que já dura dois meses e que se fortaleceu com o apoio de 80% da sociedade às reivindicações estudantis, segundo as pesquisas.
E os números se concretizaram nas ruas. Na manifestação desta terça-feira, participaram também alunos de colégios privados do setor mais acomodado de Santiago, diversos professores, apoderados, trabalhadores públicos e representantes de sindicatos empresariais que aumentaram sua solidariedade com os estudantes, após a feroz repressão do governo de Sebastian Piñera na semana passada. Foram detidos mais de 600 jovens, devido à estratégia das autoridades de não autorizar a marcha para aumentar a raiva e criminalizar o movimento social.
O dia ensolarado de ontem ajudou a criatividade dos estudantes. Jovens disfarçados como o ex-presidente Salvador Allende, simbolizavam o que era o Chile antes do golpe militar de 1973: uma sociedade menos opulenta no consumo de bens e serviços, mas com um sistema educacional grátis para todos. “E vai cair, a educação de Pinochet”, escutava-se em meio à fila interminável de manifestantes”. Algumas quadras além, um avô mostrava com orgulho um cartaz que dizia: “marcho para que meus netos tenham educação gratuita como eu tive”.
O eixo das reivindicações do movimento estudantil é justamente uma demanda estrutural que foi bloqueada por décadas, desde o governo militar, passando pelos governos da Concertação. Por isso, nos desfiles de cada marcha, encontram-se grandes bonecos que são réplicas dos últimos quatro presidentes desde que, em 1990, o Chile retornou à democracia, representando as reformas cosméticas feitas na educação, aprofundando a participação do setor privado em um bem social.
Esse é também um dos motivos pelos quais a paciência dos cidadãos e estudantes está se esgotando: os bancos são os grandes protagonistas na histórica do lucro na educação, porque com o papel subsidiário do Estado, imposto por Pinochet, o setor financeiro privado pode administrar os recursos fiscais aplicados em uniformes para os jovens, mas com a cobrança adicional de juros mensais superiores inclusive aos cobrados sobre créditos imobiliários. Juan, um jovem formado em Direito, afirmava com outro cartaz: “estudei 5 anos e terei que pagar 20”.
Outras jovens universitárias, carregando uma bandeira chilena, reclamavam a mesma coisa: “É a mesma coisa que se eu tivesse comprado uma casa”, dizia uma delas.
Atualmente, mais de 100 mil estudantes encontram-se em situação de inadimplência, com uma dívida média de 2.700.000 milhões de pesos chilenos (mais de US$ 5.000). Em um país em que mais de um milhão de pessoas recebe por mês salários mínimos de US$ 377, é perfeitamente possível entender como os mais pobres ficam fora da universidade, enquanto que as classes medidas ficam empobrecidas por décadas.
O desenvolvimento das chamadas universidades-empresa é a cereja do bolo, uma vez que funcionam por meio de direções privadas que não asseguram a adequada informação de qualidade e transparência. Nelas, a gestão da educação obedece à lógica do baixo custo em salários de professores e material acadêmico, e altas receitas das mensalidades, usufruindo dos subsídios de educação fornecidos pelo Estado.
Uma estória a parte neste processo de aperta/afrouxa entre a sociedade civil e o governo de direita é a resposta mínima do presidente Piñera às demandas estudantis. Até o momento, foram feitos tíbios anúncios de maiores recursos (US$ 4 bilhões), sem detalhar, porém, como e a forma de financiamento.
Mostrando o figurino da ortodoxia neoliberal da atual administração, os ministros do setor econômico descartaram uma eventual reforma tributária para aumentar os impostos das empresas, o que significou jogar gasolina no fogo dos estudantes.
A jornada desta terça foi marcada por outro elemento que fez lembrar os piores momentos perpetrados pela ditadura de Pinochet: os supostos “infiltrados” da polícia chilena nas mobilizações.
Segundo as lideranças estudantis, em cada marcha há policiais à paisana nas ruas para incendiar os ânimos e agitar as marchas. Essa suspeita se fortaleceu em Valparaíso, cidade-porto onde se localiza o Congresso Nacional. Durante a marcha, um grupo de manifestantes identificou, denunciou e perseguiu um possível policial infiltrado, que escapou, escondendo-se no Congresso. As autoridades do governo garantiram que investigarão este fato a fundo.
Todos esses temas de fundo cruzam cada marcha dos estudantes chilenos, temperadas agora pelos chamados “panelaços” em apoio às mudanças estruturais na educação realizados por milhões de chilenos há uma semana em todas as cidades do país, tal como se fazia nos protestos contra a ditadura de Pinochet nos anos 80. As únicas pessoas que não ouviram essas demandas trabalham no Palácio de La Moneda, onde o presidente Piñera ainda não se pronunciou.
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer
Os professores de Minas Gerais querem o piso
E os professores do Rio de Janeiro dizem viver numa ilha da Fantasia

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

"PLANTANDO PESSIMISMO..."

DO BLOG DE MEU AMIGO ZENO OTTO

 
Plantando pessimismo e ignorância,
a velha mídia espera colher o que?
Tão ruim quanto fazer oposição sistemática, raivosa, inútil, alarmante, burra e inconseqüente, seria essa a velha mídia ficar cegamente ao lado do governo. Seja ele qual for.
O que o Brasil está precisando, e faz tempo, é de uma imprensa competente, responsável, comprometida com o bem do Brasil e não apenas com seus próprios interesses empresariais ou partidários.
Hoje, você lê um dos quatro jornais considerados, ainda, grandes e não precisa ler os outros. São todos iguais, um copia a matéria do outro ou garimpam da mídia internacional as matérias mais “abobrinhas” para copiar.
Dão mais espaço a essa cantora alcoólatra, drogada, fanha, que esquece as letras e cai nos palcos, do que para os escândalos na imprensa inglesa e com o seu pivô, o senhor Murdoch. Ou com o terrorismo na Noruega, quando, de imediato, culparam os árabes...
Imagem Activa
 Lamento da grande cantora Dóris  Monteiro, 76 anos, em plena forma, ao ser aplaudida de pé num show no Centro Cultural dos Correios, no Rio, em que festejava 60 anos de carreira: 
— Foi bom, mas este é o único show que fiz nos últimos três meses. Ninguém me chama mais para trabalhar.
O fato machuca Dóris e envergonha a cultura brasileira.
Nossa talentosa cantora, acredite, pensa em torrar suas jóias no penhor da Caixa Econômica para sobreviver. A maioria dos brasileiros nunca ouviu ela, nem falar dela. Sabe por que? Para a velha mídia a Dóris tem um problema imenso: ela tem história, tem um enorme talento e, infelizmente... ela é brasileira.
 
Para essa mídia, no Brasil não acontece nada de bom. Não se lê, nem sem se vê na TV, reportagens sérias, com os fundamentos elementares de jornalismo, como ouvir os dois lados dos acontecimentos.
Ficaram 8 anos caindo de pau, diariamente, de manhã, na hora do almoço e a noite, no governo e no Lula. A incompetência dessa mídia é tão incontestável que o “cara” colocou o Brasil no mapa mundial, foi aplaudido de pé na ONU, ganhou condecorações importantes e saiu do governo com uma aprovação superior a 80%.
Um cidadão, humilde, quase analfabeto, deu essa humilhante surra de comunicação e competência. Dá para acreditar numa imprensa tão ignorante e soberba como essa? Que não tem dignidade nem para pedir desculpas?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"DE RACHAR A CARA"

É de "rachar a cara" o conteúdo da coluna de Ricardo Noblat em "O Globo" de hoje.
Tudo bem que se tenha saudade de GILDA, interpretada magistralmente pela beleza de Rita Hayworth, em filme de 1946, mas comparar o símbolo sexual que ela representava com Roberto "corrupto" Jefferson é de muito máu gosto.
Roberto Jefferson, hoje presidente do PTB, poderia ser comparado, quem sabe com a DASPU, me desculpem as que batalham para sobreviver dentro das dificuldades que esta vida enfrenta, até porque o PTB foi entregue para Ivette Vargas pelo General Golbery do Couto e Silva para evitar que o partido, nas mãos do ex-governador Leonel Brizola crescesse e lutasse com seu prestígio contra os desatinos no ocaso da "ditadura das elites".
Então o PTB, assim como Arena e PDS que deram origem ao PP e PFL, depois DEM e agora o que esta sendo criado PSD nasceram pelos interesses da ditadura, por aqueles que mandaram no País nos "anos de chumbo". 
Mas ao entregarem a COBAL para Ivette/PTB já surgiu o primeiro escândalo, com corrupção das mais sérias, só não tão divulgada para não desmoralizar o ato praticado pelo governo do General Figueiredo, comprovando mais uma vez que a corrupção vem passando por gerações, chegando aos dias de hoje.
Infeliz é uma coluna ainda falar em uma personalidade nefasta de nossa politica, indicando que sente saudades de Roberto "corrupto" Jefferson, e por isto é que políticos como ele e Maluf se perpetuam em todas as nossas esferas partidárias.
Mas a coluna de Ricardo Noblat não comete só esta heresia.
Diz o colunista  que "torceria para que um dos aloprados abrisse o bico para que não ficasse impune o escândalo do dossiê fabricado pelo PT para atazanar a vida de Geraldo Alkmin e de José Serra, candidatos a Presidente e governador de São Paulo em 2006".
Um papo furado que não passa por uma análise bem superficial.
A acusação da oposição não fala que foram apreendidos R$ 1.700.000,00 (hum milhão e setescentos mil reais) com os aloprados do PT para comprar o dossiê?
Porque o PT compraria um dossiê fabricado pelos próprios, já que estaria nas mãos deles?
Por bobagens como esta é que colunistas de jornais como O Globo, Estadão, Fôlha de São Paulo, Revista Veja, etc.etc. perdem a credibilidade e não conseguem mais dominar a opinião pública, a  base da pirâmide move-se pelas suas convicções, sem se deixar manipular pela grande mídia.