sábado, 15 de outubro de 2011

A INCLUSÃO DAS FAMÍLIAS SEM ESTADO

Assunto: A inclusão das famílias sem Estado


A inclusão das famílias sem Estado
Coluna Econômica - 14/10/2011
O livro ainda não tem editora, faltam acertos finais, mas caminha para ser um clássico das ciências sociais brasileiras e um documento imperdível sobre a grande batalha iniciada anos atrás, que ajudou a tirar da miséria milhões de brasileiros.
Trata-se do trabalho da socióloga e professora da Unicamp Walquíria Domingues Leão Rego sobre esse momento histórico.
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O trabalho de Walquíria não possui estatísticas complexas, não recorreu a pesquisas com questionários fechados. Durante cinco anos ela foi ouvir mulheres em regiões tradicionalmente não assistidas pelo Estado – como o Vale do Jequitinhonha e o sertão alagoano, entre outras. Sua intenção foi avaliar os impactos sobre as pessoas da renda em dinheiro – tanto do Bolsa Família quanto do aumento do salário mínimo. Quis saber os efeitos sobre a vida pessoal, a cidadania, a maneira como as pessoas passaram a se ver.
Ontem, no seminário “Regionalização do Desenvolvimento” – do projeto Brasilianas – o relato de Walquíria provocou emoções fortes tanto em pesquisadores quanto em executivos.
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Em geral, os pobres são vistos como massa homogênea. Como tal, sujeitos a toda espécie de visão preconceituosa. Seriam pobres por serem preguiçosos; não poderia receber em dinheiro por não saberem fazer cálculo prudencial (calcular o dinheiro até o final do mês); gastariam em supérfluos e bebidas; as mulheres (que são as titulares do Bolsa Família) acabariam cedendo as senhas aos maridos. E assim por diante.
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Com forte formação de esquerda, Walquíria se surpreendeu ao perceber a extraordinária função social do dinheiro – especialmente para quem sai da zona da extrema pobreza.
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O primeiro mito a cair foi o dos cálculos para manuseio do dinheiro. Nos depoimentos colhidos, mulheres confessavam que na primeira vez que receberam do Bolsa Família, gastaram o dinheiro na primeira semana. Na segunda vez, já sabiam calcular para o dinheiro durar até o final do mês.
Do mesmo modo, não encontrou mulheres que tenham cedido às pressões do marido para outras destinações aos recursos. Primeiro, porque tinham contrapartidas a apresentar: pesar as crianças no posto de saúde, apresentar atestados de frequência escolar dos filhos. Depois – como disse uma delas, em um relato que espalhou emoções no seminário: “Isso tudo não é mais para mim. São para meus filhos. Meu tempo já passou”.
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Em uma das melhores entrevistas da pesquisa, com uma senhora de Demerval Lobão, interior do Piauí, foi-lhe descrito o sentimento que se apossou dela quando descobriu que tinha “crédito” no comércio. Isto é, os comerciantes acreditavam nela. “Antes eu não era nada. Ninguém me vendia nem uma caixa de fósforos”.
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A renda monetária conferiu-lhes dignificação da vida, confiabilidade. A possibilidade de escolha – entre comer feijão ou macarrão, por exemplo – mudou sua percepção sobre a vida, a cidadania, os direitos, constatou Walquíria.
Meta da inflação não está garantida para 2011, diz CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que a taxa de inflação de 2011 será 6,5%, o que deve manter a taxa de inflação no limite superior da meta, segundo o Informe Conjuntural divulgado pela entidade. Porém, qualquer ajuste pontual e não previsto pode afetar esse cumprimento. "Essa situação também não esconde o desafio estabelecido para 2012: inflação em alto patamar, com reajustes programados sobre os índices de 2011 e aumento do salário mínimo em torno de 14%”, alerta o documento.
Inflação para terceira idade cai no terceiro trimestre
O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) chegou a 0,91% durante o terceiro trimestre deste ano, abaixo do total de 1,30% visto no trimestre anterior. Com o resultado, a variação acumulada no ano chega a 4,45%, enquanto a taxa acumulada nos últimos 12 meses chega a 7,01%. Destaque para o decréscimo de grupos como saúde e cuidados pessoais (de 2,37% para 1,19%), e habitação (de 1,71% para 1,25%). O único grupo que avançou foi alimentação (de 0,15% para 0,82%).
Crise reduziu número e volume de IPOs no terceiro trimestre
A atividade global de aberturas de capital caiu acentuadamente no terceiro trimestre de 2011, segundo relatório global elaborado pela consultoria Ernst & Young. No período, um total de 284 transações movimentou US$ 28,5 bilhões, comparados com os 383 IPOs que somaram US$ 65,6 bilhões no trimestre anterior. Os números representam uma contração de 26% no número de aberturas de capital e 57% nos valores movimentados.
Indústria paulista fecha 6 mil empregos em setembro
O setor produtivo paulista fechou seis mil postos de trabalho em setembro, uma queda de 0,23% sobre agosto, segundo dados sazonalmente ajustados e divulgados pela Fiesp e Ciesp (Federação e Centro da Indústria do Estado de São Paulo). A queda na indústria de transformação foi de 0,62% na leitura mensal, com ajuste sazonal. No acumulado do ano foram geradas 100 mil vagas, o que representa um crescimento de 3,87% de janeiro a setembro.
Comércio tem menor ritmo de queda no terceiro trimestre
A Sondagem Conjuntural do Comércio elaborada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria do Banco Central (BC) indica que o Índice de Confiança do Comércio (Icom) está em nível inferior este ano em relação ao observado em 2010, mas houve ligeira melhora no trimestre de julho a setembro. Segundo o levantamento, o Icom apurado ao longo dos últimos três meses foi 1,6% inferior ao de igual período de 2010.
Fluxo cambial tem saldo de US$ 3,458 bilhões
O fluxo cambial (movimentação de dólares no país) apresentou um saldo de US$ 3,458 bilhões durante os primeiros cinco dias úteis de outubro, segundo o Banco Central.  Ao longo do período, a movimentação comercial registrou saldo de US$ 1,833 bilhão, ao passo que o fluxo financeiro foi superavitário em US$ 1,625 bilhão. Com esse resultado, o acumulado do saldo cambial no ano sobe para US$ 71,756 bilhões, bem acima dos US$ 19,584 bilhões vistos em igual período de 2010.
 

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