sábado, 13 de junho de 2015

SOCORROS INEVITÁVEIS...


Caras Amigas e Amigos!
O ex-governador Leonel Brizola trouxe-me do sul para coordenar a política de apoio às Pessoas Portadoras de Deficiência do Estado do Rio de Janeiro.
Fui nomeado e assumi minhas funções no Gabinete Civil, cedido à Coordenadoria Estadual de Desenvolvimento Social, presidida pela saudosa e querida Neusa Goulart Brizola, de cujo apoio pude sempre contar, com seu carinho peculiar.
Dentre a política que foi desenvolvida aconteceram fatos peculiares, entre os quais vou destacar dois.
Procurou-me um paraplégico com uma cadeira de rodas que mais conseguia andar, pedindo socorro. Como naquele momento não tinha cadeira de rodas disponíveis para doar, solicitei um carro do governo e encaminhei-o ao amigo Leopoldo, funcionário da ABBR para consertar a cadeira. O motorista do carro, na volta, falou-me que teve que lavar o carro, o deficiente estava "cagado". Depois de consertada a cadeira o paraplégico retornou e encaminhei-o à um hospital do Estado para curar uma "escaria".
Para minha surpresa ligou-me uma pessoa de Nova Iguaçu, baixada fluminense, dizendo que eu não deveria ajudar este paraplégico porque ele teria tido três táxis, era bem de vida e nunca ajudou a família, pôs tudo fora no consumo de drogas. Perguntei quem era que estava falando e ele disse que seria o pai do deficiente. Respondi-lhe que independente de quem tivesse sido minha obrigação era ajudá-lo, estava ali para diminuir as dificuldades que qualquer pessoa com deficiência tivesse, sem analisar seu passado, e a conversa acabou.
Outro paraplégico veio a mim com "escaria" e precisava sofrer uma cirurgia. Perguntando a ele porque estava naquela situação, me disse que era um criminoso baleado por uma rajada de metralhadora de um helicóptero da polícia que o tornou paraplégico, medicado, preso e teria fugido da prisão.
Fiquei surpreso e me perguntei "como um cara em cadeira de rodas pode fugir da prisão?". Ele então me explicou que como era deficiente, não poderia pular cerca ou muro, ficava no pátio da prisão, em Bangu. Um dia, falou-me ele, viu uma vaca no pátio e resolveu tocá-la para ver por onde teria entrado. A vaca saiu por uma falha na cerca e ele saiu atrás.
Procurou a imprensa e disse que fugiu porque estava sendo maltratado, com o apoio de jornalistas conseguiu a liberdade.
Mas, como o motivo que o teria levado ao Palácio do Governo era pedir um atendimento médico, falei com um diretor de hospital do Estado que concordou em aceitá-lo para o tratamento. Não demorou muito tempo o diretor do hospital telefonou-me dizendo que o paraplégico já tinha sido internado lá, criou tantos problemas que os funcionários se negavam a atendê-lo e não poderia ficar com ele lá, poderei com o diretor que então ele me ajudasse a colocá-lo em outro hospital, com o que concordou.
Pensava que o problema tinha sido resolvido, mas não estava. Dali três ou quatro dias me liga do hospital o "dito-cujo", reclamando que estava sendo maltratado, não era atendido e tal, eu disse que falaria com o diretor do hospital, o que fiz e fui informado de que o paciente estava recebendo o tratamento adequado, só esperava o momento para sofrer a cirurgia. Liguei para a enfermaria do hospital e falei para o deficiente que esta era a última oportunidade que ele tinha, já que teria sido expulso de outro hospital, que esperasse a hora, não estava abandonado.
Mas existem socorros que são inevitáveis e os governos têm a obrigação de tomar atitudes como o caso do "Bolsa Família" para que as pessoas tenham pelo menos o que comer até encontrar uma solução definitiva e a "desoneração da folha" que até foi comentada pelo Ministro Levy como "uma brincadeira que não deu certo", depois retratou-se, porque foi uma emergência para evitar a quebradeira de empresas e demissão de funcionários o que foi solucionado. Mas, como outras medidas consideradas "paliativas", não seria para durar para sempre.
Como a crise mundial continua o Brasil colocou o Ministro Levy que administra os "ajustes fiscais" para solucionar os problemas internamente, o que poderá acontecer mas a médio e longo prazo.
A oposição aproveitando o mau momento da economia busca usufruir de dividendos eleitorais, me parece que inadequadamente pois só teremos eleições em 2016, municipais, e provocam um distúrbio que coloca a população numa posição de intranquilidade que até 2018 pode estar tudo solucionado, como aconteceu com a Copa do Mundo.
Um abraço
Nelson

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