sábado, 24 de junho de 2017

"A FALTA QUE BRIZOLA NOS FAZ !!!

BRIZOLA FOI-SE HÁ 13 ANOS!
Quando Brizola se foi, em 21 de junho de 2004, o sentimento de perda por parte da nação foi imenso, em diversas manifestações. Hoje, esse sentimento é ainda maior: ah! se Brizola estivesse aí, o que diria Brizola se estivesse aí, tantos murmuram.
Tudo isso, por que?
Brizola foi um homem público honesto, cuidadoso com as coisas públicas, responsável, decente. Basta ver que, após uma longa vida pública, depois de ser Secretário de Obras Públicas no Rio Grande do Sul, Prefeito de Porto Alegre, Deputado, Governador por três mandatos – duas vezes no Rio de Janeiro, uma no Rio Grande do Sul – quando do falecimento de sua esposa, Dona Neuza Goulart Brizola, o inventário do casal acusava que o patrimônio apurado representava apenas um terço do que Dona Neuza havia herdado do pai dela. Dois terços haviam se esvaído nas atividades políticas de Brizola.
Brizola praticava política com superioridade e grandeza, colocando o interesse público acima de tudo.
Brizola tinha o sentimento da nacionalidade e de brasilidade, procurava compreender os interesses da nação, defendia com vigor e firmeza o patrimônio, as riquezas, a cultura e os valores nacionais como ninguém. Era nacionalista em profundidade, compreendia o lugar do Brasil no mundo. Não obstante, era uma personalidade mundial respeitada, Vice-Presidente da Internacional Socialista.
Brizola era coerente e intransigente na defesa dos princípios em que acreditava.
Brizola era possuidor de coragem cívica como ninguém, não titubeava em apontar os desvios de conduta e quem os praticava, muito menos em execrar os que tramavam contra os interesses nacionais, sem cogitar quem era poderoso, sem fraquejar diante do poder de quem quer que seja.
Brizola tinha sentimento de justiça social muito agudo, vinha das camadas lá de baixo da sociedade brasileira, doía-se com as injustiças e o sofrimento do povo. Possuía identidade de pele com o nosso povo.
No Rio Grande do Sul, Brizola construiu mais de seis mil escolas pequenas, em cada canto, em cada vila, em cada aglomerado humano; desapropriou as multinacionais de energia e telefonia que entravavam o desenvolvimento do Estado; procurou industrializar o Rio Grande. No Rio de Janeiro, realizou o maior projeto educacional da história do país, mais de 500 CIEPS para mil crianças cada e a Universidade do Norte Fluminense, a Universidade da tecnologia. É a maior obra social no Brasil desde a legislação trabalhista e previdenciária do Presidente Vargas. Construiu o Sambódromo, a Linha Vermelha, duplicou a capacidade de água do Guandu e a canalizou para a Baixada Fluminense. Dentre outras coisas.
Em 1961, com a renúncia de Jânio Quadros, Brizola, como Governador do Rio Grande do Sul, enfrentou os ministros militares, com o apoio do sentimento da nação de alguns setores militares e garantiu a posse do Presidente João Goulart.
Brizola tinha a visão do seu lugar na política brasileira: herdeiro e porta-voz do trabalhismo e do nacionalismo desde Getúlio Vargas e João Goulart. Com muita coragem, com decência.
Ah! se Brizola estivesse aí! Que falta Brizola nos faz!
VIVALDO BARBOSA

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