quinta-feira, 15 de agosto de 2013

DISCUSSÃO POLÍTICA

DISCUSSÃO POLÍTICA
Acompanhamos a política desde que nos conhecemos por gente, em princípio escolhendo apoiar uma ideologia que julgávamos a mais humana, que se preocupava com as questões sociais.
Diante disto escolhemos um partido e fomos nos familiarizando com os problemas que afligem nosso País e procurando conhecer as nuances que compõem a política partidária, o que é  verdadeiro e o que não é.
Já discuti com pessoas que têm pouco conhecimento real nesta área, que “aterrisam” e falam “fulano é corrupto”,  “este partido não presta”, sem prova alguma, não percebendo que, ao fazer uma afirmação destas, estão favorecendo outros que são bem piores.
Recebi de um amigo um vídeo que julguei muito positivamente, de Maria Lucia Fattorelli, ex-funcionária do Ministério da Fazenda, a qual fala com muita propriedade dos problemas da crise mundial que nos afeta também, pela globalização, em alguns momentos até parecendo que é favorável à uma posição política, mas não entendi assim, vi mais como uma colocação para orientação que vai favorecer para uma discussão mais lúcida, que é o que se deseja.
Vejam o vídeo, uma hora e vinte e oito minutos, bem menos longo do que a importância que entendemos conter.
Para aqueles que não tiverem tempo ou paciência para verem o vídeo vamos fazer algumas considerações, naturalmente sujeitas a “chuvas e trovoadas”, que estaremos dispostos a discutir.
Fala Maria Lucia do paradoxo que significa o Brasil ser a 6ª Economia Mundial,  como pode ser a 84ª no IDH – Índice de Desenvolvimento Humano e 3ª Pior Distribuição de Renda?
A responsabilidade disto é a dívida publica externa e interna, que Brizola já dizia “A DÍVIDA PUBLICA É O PROBLEMA”.
Maria Lucia diz que no Brasil é possível discutir a crise mundial, na Bélgica não tem sido possível porque falam quatro línguas, quando uma defende posição as outras são contra, como se fossem quatro partidos políticos defendendo seus interesses.
Diz que a crise de 2008 foi  ocasionada pelos derivativos, quando os bancos pretenderam alavancar seus lucros e assumiram riscos que não deveriam e, pelo sistema idêntico ao PROER brasileiro, os governos assumiram suas dívidas.
E fazem parecer que é difícil mudar os rumos, acumpliciados com o “terrorismo da grande mídia”.
Todos os países europeus estão submissos ao FMI, como nós estivemos até que liquidássemos nossa dívida.
Muitos aposentados na Europa se suicidaram por não aceitarem se submeter a uma vergonhosa situação de pobreza, depois de contribuírem como nós brasileiros contribuímos.
Os derivativos são, salvo melhores explicações, como o comprador de soja que representa uma grande empresa, resolve ficar com o produto em estoque esperando melhor preço, só que no caso de baixar a cotação, vai a falência, como vimos muitos falirem no sul do País e até produtores nos anos 80 quando, numa oportunidade, a soja cotada a mais ou menos R$ 35,00 a saca, foi a R$ 50,00. Alguns produtores venderam o estoque para cumprir o custo da lavoura à R$ 35,00 e outros resolveram aguardar a alta. A soja baixou para R$ 25,00 e inúmeros agricultores faliram porque não conseguiram cumprir com seus compromissos de financiamento.
É como o contraventor do jogo do bicho que resolve bancar uma aposta alta, em vez de repassar para um bicheiro maior, dá o número apostado e o dono da banca fecha as portas.
O Brasil pagou a dívida ao FMI mas 55% dela o Brasil deve para bancos nacionais e estrangeiros      
A dívida interna para bancos estrangeiros precisa ser investigada.
Mas, para aqueles que ainda defendem os anos de ditadura, e por isto é que digo “das elites” e não “militar”, a qual sempre falei que atrasou o Brasil por 50 anos, segundo relato de Maria Lucia Fattorelli, foi quem iniciou o endividamento financeiro, porque sabemos que havia uma facilidade muito grande para a entrada de dólares e muitas empresas quebraram porque não suportaram os aumentos das dívidas em moeda americana, com juros que podiam ser alterados de acordo com os interesses americanos, que só foi interrompido no governo Figueiredo, final da ditadura, quando tivemos que iniciar o pagamento da dívida.
Mas a dívida sempre vem sendo aumentada, Collor aumentou, Sarney aumentou, Fernando Henrique Cardoso aumentou em 10 vezes, Lula duplicou e assim vamos.
Quando foi fixada a Selic em 9 % o Brasil ofereceu os papéis a esta taxa. Foi aumentando e só conseguiu vender à 10,78 %, elevando a dívida, agora calculem quanto Fernando Henrique Cardoso pagou quando entregou o cargo no final de 2002, quando a Taxa Selic era fixada em 25 %.
A grande mídia fala do déficit da Previdência mas não fala da CPI da Dívida.
Há uma grande suspeita, segundo Maria Lucia, que a dívida externa prescreveu em 1992.
Em 2009 Rafael Correa, presidente do Equador, por decreto reconheceu a dívida em só 30%. 95 % dos credores aceitaram.
O poder econômico esta nas mãos dos bancos e da grande mídia.
O vídeo de Maria Lucia Fattorelli contém relatos muito importantes, que nos faz conhecer algumas situações que veem se arrastando há muito tempo, os impostos sendo aumentados, e por todos, nenhum governo baixou e por isto falamos que o Brasil foi criado institucionalmente de forma errada, só uma discussão muito ampla pode mudar isto.

        

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