DISCUSSÃO
POLÍTICA
Acompanhamos
a política desde que nos conhecemos por gente, em princípio escolhendo apoiar
uma ideologia que julgávamos a mais humana, que se preocupava com as questões
sociais.
Diante
disto escolhemos um partido e fomos nos familiarizando com os problemas que
afligem nosso País e procurando conhecer as nuances que compõem a política
partidária, o que é verdadeiro e o que
não é.
Já discuti
com pessoas que têm pouco conhecimento real nesta área, que “aterrisam” e falam
“fulano é corrupto”, “este partido não
presta”, sem prova alguma, não percebendo que, ao fazer uma afirmação destas,
estão favorecendo outros que são bem piores.
Recebi de
um amigo um vídeo que julguei muito positivamente, de Maria Lucia Fattorelli,
ex-funcionária do Ministério da Fazenda, a qual fala com muita propriedade dos
problemas da crise mundial que nos afeta também, pela globalização, em alguns
momentos até parecendo que é favorável à uma posição política, mas não entendi
assim, vi mais como uma colocação para orientação que vai favorecer para uma
discussão mais lúcida, que é o que se deseja.
Vejam o
vídeo, uma hora e vinte e oito minutos, bem menos longo do que a importância
que entendemos conter.
Para
aqueles que não tiverem tempo ou paciência para verem o vídeo vamos fazer
algumas considerações, naturalmente sujeitas a “chuvas e trovoadas”, que
estaremos dispostos a discutir.
Fala Maria
Lucia do paradoxo que significa o Brasil ser a 6ª Economia Mundial, como pode ser a 84ª no IDH – Índice de
Desenvolvimento Humano e 3ª Pior Distribuição de Renda?
A
responsabilidade disto é a dívida publica externa e interna, que Brizola já
dizia “A DÍVIDA PUBLICA É O PROBLEMA”.
Maria Lucia
diz que no Brasil é possível discutir a crise mundial, na Bélgica não tem sido
possível porque falam quatro línguas, quando uma defende posição as outras são
contra, como se fossem quatro partidos políticos defendendo seus interesses.
Diz que a
crise de 2008 foi ocasionada pelos
derivativos, quando os bancos pretenderam alavancar seus lucros e assumiram
riscos que não deveriam e, pelo sistema idêntico ao PROER brasileiro, os
governos assumiram suas dívidas.
E fazem
parecer que é difícil mudar os rumos, acumpliciados com o “terrorismo da grande
mídia”.
Todos os
países europeus estão submissos ao FMI, como nós estivemos até que
liquidássemos nossa dívida.
Muitos
aposentados na Europa se suicidaram por não aceitarem se submeter a uma
vergonhosa situação de pobreza, depois de contribuírem como nós brasileiros
contribuímos.
Os
derivativos são, salvo melhores explicações, como o comprador de soja que
representa uma grande empresa, resolve ficar com o produto em estoque esperando
melhor preço, só que no caso de baixar a cotação, vai a falência, como vimos
muitos falirem no sul do País e até produtores nos anos 80 quando, numa
oportunidade, a soja cotada a mais ou menos R$ 35,00 a saca, foi a R$ 50,00.
Alguns produtores venderam o estoque para cumprir o custo da lavoura à R$ 35,00
e outros resolveram aguardar a alta. A soja baixou para R$ 25,00 e inúmeros
agricultores faliram porque não conseguiram cumprir com seus compromissos de
financiamento.
É como o
contraventor do jogo do bicho que resolve bancar uma aposta alta, em vez de
repassar para um bicheiro maior, dá o número apostado e o dono da banca fecha
as portas.
O Brasil
pagou a dívida ao FMI mas 55% dela o Brasil deve para bancos nacionais e
estrangeiros
A dívida
interna para bancos estrangeiros precisa ser investigada.
Mas, para
aqueles que ainda defendem os anos de ditadura, e por isto é que digo “das
elites” e não “militar”, a qual sempre falei que atrasou o Brasil por 50 anos,
segundo relato de Maria Lucia Fattorelli, foi quem iniciou o endividamento
financeiro, porque sabemos que havia uma facilidade muito grande para a entrada
de dólares e muitas empresas quebraram porque não suportaram os aumentos das
dívidas em moeda americana, com juros que podiam ser alterados de acordo com os
interesses americanos, que só foi interrompido no governo Figueiredo, final da
ditadura, quando tivemos que iniciar o pagamento da dívida.
Mas a
dívida sempre vem sendo aumentada, Collor aumentou, Sarney aumentou, Fernando
Henrique Cardoso aumentou em 10 vezes, Lula duplicou e assim vamos.
Quando foi
fixada a Selic em 9 % o Brasil ofereceu os papéis a esta taxa. Foi aumentando e
só conseguiu vender à 10,78 %, elevando a dívida, agora calculem quanto
Fernando Henrique Cardoso pagou quando entregou o cargo no final de 2002,
quando a Taxa Selic era fixada em 25 %.
A grande
mídia fala do déficit da Previdência mas não fala da CPI da Dívida.
Há uma
grande suspeita, segundo Maria Lucia, que a dívida externa prescreveu em 1992.
Em 2009
Rafael Correa, presidente do Equador, por decreto reconheceu a dívida em só
30%. 95 % dos credores aceitaram.
O poder
econômico esta nas mãos dos bancos e da grande mídia.
O vídeo de
Maria Lucia Fattorelli contém relatos muito importantes, que nos faz conhecer
algumas situações que veem se arrastando há muito tempo, os impostos sendo
aumentados, e por todos, nenhum governo baixou e por isto falamos que o Brasil
foi criado institucionalmente de forma errada, só uma discussão muito ampla
pode mudar isto.