quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DOS "ANOS DE CHUMBO" ATÉ DEMÉTRIO MAGNOLI...


Rio, 09/12/2010

Lendo matérias de Merval Pereira, Sardenberg e Demétrio Magnoli em "O Globo" de hoje, decidi fazer alguns comentários dedicados não só a estes, mas a Noblat e a grande imprensa manipuladora, indo dos "anos de chumbo" e Carlos Lacerda, passando por Leonel Brizola, General Figueiredo, Proconsult e Moreira Franco.
Entendo que os políticos de direita dos anos 1960 usaram o exército para dar o golpe de 1964, com o falso argumento de que o comunismo estaria tomando conta do Brasil, porque tinham que justificar. Como não tinham outro argumento usaram a "guerra fria" e conseguiram até o apoio dos EUA  para perpetuar o crime que atrasou o Brasil 50 anos.
Entendiam os políticos como Carlos Lacerda e Magalhães Pinto que em seis mêses os militares fariam uma eleição e, com os políticos do antigo PTB cassados, elegeriam o Presidente da República. "Quebraram a cara" porque os militares resolveram ficar no poder.
Mas nesta época já se comentava o aumento significativo das moradias nos morros cariocas, favelas, e Lacerda e o poder dominante teria comentado "deixa eles crescerem depois vamos lá e derrubamos tudo".
Não foi o que aconteceu e as favelas cresceram com famílias pobres, de gente honesta e trabalhadora, que pouco a pouco foram sendo acompanhadas de traficantes e bandidos.
Demétrio Magnoli, com a "luminosidade" de quem defende os interesses do PIG, sempre, escreve hoje "um quarto de século atrás, Leonel Brizola abandonou as favelas do Rio ao crime organizado", em uma deslavada mentira, claro que apoiada na imprensa de direita que sempre combate quem pensa de forma diferente ao que eles apregoam.
Brizola não abandonou as favelas do Rio, apenas deu orientação para a Polícia Militar não arrebentar portas de casas de favelados à pontapés, sem acusação formal, depois de ter vencido a eleição contra Moreira Franco, que era apoiado pelo General Figueiredo e pelas organizações Globo, acusados de estarem juntos com a Proconsult em uma estratégia das mais vergonhosas, de roubar a eleição de Brizola.
Mas Moreira Franco, candidato pelo PDS, partido saído da Arena, partido da ditadura, ganhou a eleição de Darcy Ribeiro, que era o candidato de Brizola, prometendo acabar com a violência em seis mêses, o que não cumpriu em seu mandato de quatro anos.
Brizola voltou ao governo, mostrando em um dos seus programas na TV, uma edição da revista Veja que na capa dizia "o Rio não aguenta mais a violência", só que esta revista era de antes do ex-governador assumir, do final dos anos 70.
Portanto Demétrio, você deveria estar fora do País quando esta história aconteceu, na realidade.
Outra bobagem senhor Demétrio Magnoli, é dizer "o fracasso da convivência pacífica entre UPPs e tráfico levou Cabral ao confronto". Muito pelo contrário, o sucesso das UPPs é que fez os traficantes radicalizarem na violência, pela perda de espaço, atendendo equivocadamente o apelo dos bandidos presidiários, que os levaram a tomar atitudes que os prejudicaram ainda mais.
O equívoco foi atenderem a presidiários que já estão numa pior, não têm mais nada a perder, contrariamente aos traficantes da Vila Cruzeiro/Complexo do Alemão que sofreram o maior prejuízo jamais sentido por eles, com mais de 35 toneladas de maconha apreendidas, além de cocaína e armas.
Nós entendemos como a maioria das autoridades mundiais que a invasão do Iraque seria um tremendo êrro, como realmente foi, com Bush invadindo atrás do petróleo que não conseguiu, causando o maior prejuízo já sofrido pelos EUA, que vão pagar por muito tempo pelos êrros do pior Presidente da República que os Estados Unidos da América já tiveram.
Mas tem uma coisa, comparar o Iraque com o Rio de Janeiro é uma heresia completa, irracional senhor Demétrio.
Quanto ao jornalista Carlos Alberto Sardenberg, é um dos que defendem o estado mínimo, e é daqueles que afirmam convictamente que "somos um País capitalista".
Mas que capitalismo é este que tem um dos salários mais baixos do mundo?
Capitalismo é o dos EUA, da Suécia, da França, da Alemanha, etc., onde os salários são elevados e as famílias não são  obrigadas a buscar na saúde pública, na educação de escolas publicas o socorro para poderem sobreviver, o que eleva os nossos tributos obrigatoriamente, o nosso "capitalismo" é selvagem e falso se comparado com países de primeiro mundo.
Quanto à questão da educação todo o Brasil sabe que é, também, uma das piores, mas faltou a grande mídia criticar nos tempos de FHC que era ridícula, se criticassem sempre, não só quando não apoiam governos, o Brasil estaria muito melhor, e a educação apesar das críticas, até que melhorou, mas uma melhora pífia, que não atende aos interesses maiores do País, que precisa "dar o salto" que só será possivel se ultrapassarmos esta barreira.
Estes comentários que fiz servem também para Noblat, que escreve nesta linha, de acordo com as orientações das organizações Globo, a que serve, e se assim não for, terá o destino de Maria Rita Kehl, demitida do Estadão por escrever uma matéria com a qual não concordaram (esta no meu blog).
Merval faz a defesa hoje do partido ao qual eu sugeri que assinasse a ficha partidária, o DEM, que só sabe defender a queda dos tributos, sem dizer de onde tirar os recursos que são utilizados para atender as populações carentes de nosso País.
Quando o PFL mudou de nome para DEM encaminhei email para o ex-prefeito Cesar Maia, dizendo que não adiantava mudar de nome, teria que mudar de atitude, defender toda a população brasileira e não só as elites. Não mudou, cai cada vez mais e continuará caindo, só existe no Rio de Janeiro por Cesar Maia, praticamente já destituiram Rodrigo Maia da presidência, não tem força maior e Kassab só não saiu ainda pelos impedimentos legais que podem fazer com que perca o mandato.

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