quinta-feira, 18 de novembro de 2010

OPINIÃO PÚBLICA

Quando há interesse em dominar algum assunto, logo se invoca o apoio da "opinião pública" e daí se coloca como a maioria estaria de acordo com esta ou aquela posição.
Em "O Globo" de hoje a coluna de Merval Pereira/PSDB/DEM coloca como a CPMF estaria sendo rejeitada com vigor pela "sociedade", só que o grupo a que se refere é composto pela FIESP, OAB e as elites de direita radical representadas pelo PSDB/DEM, sempre deixando de fora as maiorias que integram as classes C, D e E.
A mídia representada pelas organizações Globo, Estadão, Folha de São Paulo, revista Veja, etc. tenta em todos os momentos convencer que eles são a "opinião pública", o que fez o Presidente Lula declarar "a opinião pública sou eu", em um momento de arroubo.
Não se pode excluir ninguém em questão alguma que se refira a pensamentos, ideologias, e a imprensa elitista parece que não aprendeu, com os resultados das eleições, que existem muito mais segmentos além daqueles que pensam como eles.
Criticam, criticam, falam e até chegam a conclusão de que o que afirmam é a verdade absoluta, mas quando as suas críticas, suas opiniões, são confrontadas pelo voto representado pela população como um todo, perdem como aconteceu em 31 de outubro.
Não se convence ninguém, a não ser algum ingênuo, com críticas como fizeram durante a campanha eleitoral, e foram muito pesadas, caluniosas, ofensivas. Qual o resultado que alcançaram? Nenhum a não ser a derrota.
É preciso que a oposição perceba que ataques como os que foram desferidos no Senado Federal, por senadores como Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, Mão Santa, Agripino Maia, Tasso Jereissati, Álvaro Dias não levam sempre a resultados positivos, prova esta que destes só Agripino Maia se reelegeu e Álvaro Dias deverá ser reavaliado em 2014.
O Presidente Lula foi até ameaçado de levar uma surra por Arthur Virgílio mas quem levou a surra foi ele nas eleições para senador no Amazonas.
É muito fácil a grande imprensa dizer que a opinião pública apoia isto ou aquilo mas a população já esta "vacinada", sabe que nem "tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cái".
Nós, a população brasileira, não aceitamos que simplesmente ouçam as populações que habitam a Avenida Paulista ou a Avenida Copacabana, os que moram em Ipanema, no Leblon ou na Barra da Tijuca sem ouvir também as favelas, as periferias, as regiões Norte e Nordeste, e afirmem que ouviram o Brasil, enfim todo o País deve ser ouvido e daí sim teremos uma verdadeira "OPINIÃO PÚBLICA".
A grande imprensa deve aprender a ouvir a população sem tentar enganar o povo, como fez durante toda a campanha eleitoral.

domingo, 7 de novembro de 2010

O ÓDIO QUE AFLOROU NA INTERNET

OPINIÃO ROXA

Por Michel Blanco . 05.11.10 - 17h33

Sala, copa e cozinha

Uma jovem estudante de Direito, desalentada com a vitória da petista Dilma Rousseff, ganhou fama ao clamar no Twitter o afogamento de nordestinos em benefício de São Paulo. O ódio da moça brotou em meio a uma campanha difamatória que irrigou expedientes eleitoreiros. Se na TV o marketing cuidou de dar boa aparência aos candidatos, na internet a coisa foi feia. Levante a mão quem não recebeu um único spam desqualificando os votos da população assistida pelo Bolsa Família. Sobre tal corrente, a psicanalista Maria Rita Kehl disse o que tinha de ser dito – e foi punida por isso. Assim estávamos na campanha…
A xenofobia da estudante paulista, no entanto, não é retrato das tensões do momento. É uma fotografia embolorada, guardada num fundo de armário, agora trazida à tona. Quem triscou fogo nos spams sabia que o ódio fermentava. Bastava uma faísca. Se tiver estômago, pode ler uma coletânea de tweets odientos — e odiosos — no Diga não à Xenofobia. A menina não está só.
A maioria dessas mensagens parte de jovens de mais ou menos 25 anos. O que leva a supor que muitos deem vazão a preconceitos ruminados à hora do jantar em família, da festinha do sobrinho ou do churrasco da faculdade. Está aí boa parte da festejada geração da internet, que confunde vida real com a vida em rede, mas se sente imune às consequências de atos online. Mostram os dentes no Twitter como se estivessem a salvo da luz do dia, como se não fosse dar nada. Mas deu, mano.
A moça que gostaria de afogar um nordestino em São Paulo acabou ela mesma por submergir. Deletou seu perfil ante a repercussão do caso, que lhe rendeu a protocolação de uma notícia-crime pela OAB de Pernambuco no Ministério Público Federal em São Paulo. O escritório de advocacia onde estagiava apressou-se em dizer que ela não despacha mais por lá. O caso foi parar até nas páginas do britânico Telegraph. Vários outros “bacanas” seguiram os passos da menina e desapareceram do Twitter. Talvez arrependidos de um ato impensado, da ausência completa de reflexão ou, mais provável, da ameaça de punição legal. Quem sabe ainda há tempo para deixar as trevas.
Ironicamente, o aguardado uso da internet nas eleições ajudou a liberar o que há de mais retrógrado entre nós (embora o poder transformador da rede esteja muito além disso). Parecemos recuar 50 anos em relação a direitos civis. Houve até o retorno de mortos-vivos, grupos pouco representativos e de triste memória. Não bastasse o proselitismo religioso, a ação das militâncias, oficiais e oficiosas, a campanha na internet descambou para baixaria geral. Conhecido o resultado da eleição presidencial, viria o pior: o insulto aos eleitores, desclassificando-os.
Enfim, é uma questão de classe; não de compostura. Uma parte dos jovens que se julgam classe A levantou-se da sala de jantar para reinstaurar a separação da copa e da cozinha, sem se dar conta de que a divisão dos cômodos já não é tão sólida. O que move tanto ódio? Passionalidade do clima eleitoral não é o suficiente.
Nunca na história deste país (tá, essa foi só para provocar) se falou tanto em classes C e D e E. Estão todos os dias na imprensa; chamam atenção pelo crescente poder de consumo. E é a isto que a noção de classes parece se resumir hoje: consumo. Talvez esteja aí a raiva dessa moçada, muito mais identificada com bens do que com valores.
Identificar-se por aquilo que se consome pressupõe um sentimento de exclusividade. “Eu tô dentro e eles, fora”. Uma concepção de vida alimentada e também confrontada pela massificação do consumo. A tensão desponta quando “eles”, os esfarrapados, começam a ter o que “eu” tenho. A exclusividade mingua, e o povão chega chegando, sentando ao seu lado no avião. É preciso descolar novos meios para diferenciar uns dos outros. A desqualificação é um deles.
Um dos legados desta eleição embalada por baixarias é uma tensão que parece escapar da acomodação sobre a imagem construída pelo mito fundador nacional. Descobrimos um pensamento ultra-conservador no Brasil, e ele pôs a cabeça para fora. Seria um exagero, no entanto, dizer que o país está dividido. Mas é igualmente um equívoco considerar que a identidade nacional sai ilesa – por definição, ela é lacunar, ao pressupor a relação com o outro. O que queremos de nós mesmos?
Mas na cabeça dessa moçada raivosa, nada disso seria necessário, e a harmonia se restabeleceria desde que todos estivessem nos lugares “certos”. Assim, estão prontos para experimentar o que consideram desenvolvimento e mal esperam a ocasião para pôr à mesa de alguma congregação do Tea Party uma iguaria nacional: uma saborosa broa de milho feita pela mãos da preta dócil que serve a casa.

sábado, 6 de novembro de 2010

O EXEMPLO DE OBAMA

DE ZUENIR VENTURA em "O Globo" de hoje.

Ao contrário do presidente Barack Obama, que com invejável franqueza aceitou a derrota, confessou-se humilhado e assumiu a responsabilidade pela "surra", reconhecendo sua culpa, os perdedores daqui estão tendo grande dificuldade de admitir a derrota nas últimas eleições. O chororó comporta todo o tipo de alegações para desqualificar a vitória de Dilma Roussef - algumas até fazem sentido, mas outras são justificativas ridículas, desculpas esfarrapadas. O candidato José Serra chegou a transformar sua frustração em "vitória estratégica", mas pelo menos não tentou diminuir o mérito da adversária.
Em compensação, foi estranha a reação de certos dirigentes da oposição e de torcedores inconformados. Houve quem alegasse que "Dilma não se elegeu, foi eleita por Lula", como se esta simplificação explicasse tudo. E houve quem afirmasse que a candidata do PT ganhou porque os seus 55 milhões de eleitores têm desprezo pelos valores éticos ou, mais precisamente, por terem "assassinado a ética". A disputa teria sido um jogo maniqueísta entre um lado onde só houvesse o bem e outro onde só existisse o mal, com derrota do bem, claro.
Malabarismo maior fez outro observador, ao concluir que a expressiva votação de Serra, somada aos votos brancos, nulos e ao alto nível de abstenção, "deixa clara a insatisfação da maioria do povo não só com ela, mas também com o próprio Lula". Por esse raciocínio, que considera todos esses votos serristas, Serra teria sido o verdadeiro vencedor das eleições, não sua adversária. É o time daqueles que, por não gostarem de Lula, acham um absurdo 80% gostarem. Como pode ser tão popular se eu não o apoio?
A derrota as vezes não só obscurece a razão como mobiliza baixos instintos, como os dessa tal estudante de direito Mayara Petruso, de SP, que postou no seu twitter a mensagem racista contra o Nordeste: "Nordestino não é gente, faça um favor a SP, mate um nordestino afogado." Os ataques de xenofobia da futura advogada - advogada, imagine! - provocaram polêmica nas redes sociais e o repúdio da OAB. E a reação bem-humorada de um pernambucano em meio à indignação: "Eles elegem o Tiririca e veem nos chamar de atrasados!".
Em vez de tentar tapar o sol com a peneira, seria mais honesto e realista responder como fez a brasinialista Timothy Power, quando lhe pediram para explicar a vitória de Dilma: "O padrão de vida de muitos brasileiros melhorou nestes últimos oito anos de governo, e as pessoas quiseram uma continuação. "Ou então se render ao óbvio, como fez Obama, adotando um mea culpa, perdemos porque não soubemos vencer. Simples assim.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A COR DO MAPA

Deu no Correio Braziliense
De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
Enquanto proliferam explicações e opiniões a respeito da vitória de Dilma, é preciso estar atentos aos fatos. Sem eles, ficam somente as impressões e as versões.
Algumas sequer nascem da interpretação de alguém, com a qual se pode concordar ou discordar. São as mais perigosas, pois não estão claramente marcadas com um sinal de autoria. Por não tê-lo, terminam parecendo verdades naturais, como se fossem apenas “dados de realidade”.
Tome-se o modo como a mídia costuma apresentar os resultados da eleição, sempre através de mapas. Todos os veículos os usam, colorindo os estados onde Dilma ganhou de uma cor e aqueles onde Serra se saiu melhor de outra. Não por acaso, pintam os primeiros de vermelho e os outros de azul.
Vistos sem maior reflexão, esses mapas mostram um retrato enganoso da eleição. Pior, podem induzir a uma impressão equivocada e a versões incorretas sobre a eleição que acabamos de fazer.
O que vemos é um Brasil dividido quase ao meio, ao longo de uma linha que começa no Acre, passa pela divisa norte de Rondônia, Mato Grosso e Goiás, e vai até o Atlântico, na altura do Espírito Santo. Abaixo dela, tudo fica azul, salvo o Rio de Janeiro, Minas Gerais e o pequeno Distrito Federal.
O Brasil vermelho inclui o restante do Norte (interrompido pelo azul de Roraima) e o conjunto do Nordeste. Esse seria o Brasil da Dilma, enquanto o outro, o de Serra.
É fato que Serra venceu no conjunto nos estados do Sul e em quase todos do Centro-Oeste, assim como em São Paulo e no Espírito Santo. Mas isso está longe de querer dizer muito sobre o significado da eleição.
Certamente, nada tem a ver com uma tese muito cara a alguns analistas, segundo a qual Dilma deveria sua vitória ao “Brasil atrasado” e ao eleitor miserável. Como esses mapas revelariam, o Brasil azul, o mais rico e moderno, preferia Serra. Foi o pobre e arcaico, o vermelho, que impediu que ele se tornasse presidente.
Essa visualização da eleição corrobora, assim, uma visão dualista e preconceituosa, muito frequente na mídia e em parte da opinião pública. Nela, a derrota do azul pelo vermelho viria da mistura de paternalismo e demagogia promovida por Lula e sustentada pelo Bolsa Família. Os mapas coloridos seriam a evidência de que sua estratégia foi bem sucedida, apesar de imoral.
Quem considera os números da eleição vê outra realidade. Dilma não venceu “por causa” do Nordeste e do Norte. Ela venceu porque venceu nos “dois Brasis”.
O modo mais imediato de mostrar isso é comparar o voto que ela obteria se fossemos (como alguns até desejam) dois países: o Brasil sem o Nordeste e o Norte, e o Brasil por inteiro. Nessa hipótese, como seriam os resultados?
Ao contrário do que certas pessoas imaginam, Dilma teria sido igualmente eleita se o Nordeste e o Norte não votassem. Ela não “precisou” do Brasil mais pobre para vencer.
Somando os votos do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste, Dilma derrotou Serra. Ou seja: o predomínio da cor azul nessas regiões é verdadeiro, mas encobre uma realidade mais importante. Serra foi bem votado nesse conjunto de estados, mas perderia assim mesmo.
É com interpretações e versões que se conta a história de uma eleição. E é necessário evitar que prevaleça, a respeito das eleições presidenciais de 2010, uma versão que reduz seu significado e que não é verdadeira.
Dilma se elegeu com o voto de pessoas de todos os tipos, desde os eleitores mais humildes do interior e das cidades pequenas, até os setores mais educados e modernos de nossa sociedade, que vivem em metrópoles ricas e avançadas. Seu desempenho, segmento por segmento do eleitorado, não foi homogêneo (como não foi o de Serra), pois em uns ela se saiu melhor que em outros. Mas isso não invalida que sua candidatura tenha sido amplamente apoiada nos estratos de educação e renda elevados, como mostravam as pesquisas.
Mapas coloridos podem ser bonitos, mas, às vezes, mais atrapalham que ajudam.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

IMPRENSA - DEPENDÊNCIA

A oposição desde o início, ainda no ano passado, pensava em pautar a discussão da campanha eleitoral nas questões da corrupção, idéia abortada quando surgiu o escândalo no Distrito Federal, com o governador Arruda, do DEM, filmado recebendo dinheiro de empresas contratadas pelo governo, juntamente com inúmeros deputados distritais.
O problema maior que a disputa eleitoral trouxe para estas eleições foi a falta de programa da oposição, que apelou para as acusações, respaldada pela midia que apoiou José Serra.
O governador de São Paulo Claudio Lembo, do DEM, declarou mêses atrás "quando a mídia escolhe apoiar uma candidatura causa intranquilidade", perguntado sobre quem a mídia estaria apoiando, respondeu "Serra".
Quando Lula queixou-se da imprensa que estaria fazendo uma campanha aberta contra a candidata do governo, os jornalistas, a OAB, queixaram-se de que desejava acabar com a liberdade e que não fossem relatados atos de corrupção.
Mas "O Globo" colocava na página destinada às "Eleições", "Erenice vai depor...", "Os filhos de Erenice receberam...". O que isto tem a ver com eleições? É caso para a pagina policial.
Quando o PSDB, vejam "PSDB", acusou Paulo Preto de ter desviado 4 milhões da verba destinada a campanha de Serra/PSDB/DEM/PPS, Serra não respondeu à Dilma no debate eleitoral e no outro dia ao ser questionado por jornalistas disse que era algo falso, levantado por Dilma para que eles perguntassem sobre o assunto   "(Paulo Preto e os negócios em família
Posted: 29 Oct 2010 03:59 PM PDT
Paulo Preto e os negócios em família
Empresa de transportes criada pelo genro e pela mãe do ex-diretor do Dersa alugou guindastes às empreiteiras que construíram o rodoanel paulista

Alan Rodrigues, Claudio Dantas Sequeira e Sérgio Pardellas
À medida que são esmiuçados os passos de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, nos subterrâneos do governo tucano, vão ficando cada vez mais claras as relações comprometedoras do ex-diretor do Dersa com as empreiteiras responsáveis pelas principais obras de São Paulo. Em agosto, quando trouxe a denúncia formulada por dirigentes do PSDB do sumiço de pelo menos R$ 4 milhões dos cofres da campanha de José Serra à Presidência, ISTOÉ revelou que a maior parte da dinheirama fora arrecadada junto a grandes empreiteiras responsáveis pela construção do rodoanel. Agora é descoberto um elo ainda mais forte entre o engenheiro e as construtoras da obra, considerada uma das vitrines do governo tucano em São Paulo.)"

Se colocavam o caso Erenice na página de eleições, deveriam colocar o caso de Paulo Preto também, mas nós entendemos que nenhum dos assuntos era de eleição, era caso de ser anexado à página policial.
Em "O Globo" de ontem temos diversos exemplos da parcialidade da imprensa, já que os jornalistas das organizações Globo não demonstram independência, exemplo da psicanalista que escreveu uma matéria que não correspondia aos interesses do PIG, ao qual "O Globo faz parte, foi sumariamente demitida.
João Ubaldo Ribeiro diz "nenhum dos candidatos ofereceu uma visão de futuro, um projeto". Ora, Dilma apresentou o seu programa, com 13 itens e, principalmente, sempre disse que seria a continuidade do governo Lula, de sucesso.
Serra é que não apresentou programa porque qualquer coisa que falasse Lula já vinha fazendo, então sua campanha baseou-se na tentativa de desconstruir a imagem de Dilma, através de uma campanha caluniosa, na mídia e na internet, levantando as questões do "sigilo fiscal" e do aborto, mentiras que o povo não engoliu.
A coluna de Merval Pereira/DEM/PSDB em "O Globo" de 31/10 diz que "o presidente eleito hoje terá pela frente como uma de suas tarefas inevitáveis desarmar os espíritos radicalizados nesta eleição como há muito não se via neste país, mais precisamente desde a eleição de 1989...
No processo que se encerra hoje, quem radicalizou foi o Presidente Lula..."
Se o Presidente Lula não participasse da campanha de Dilma, se contrapondo a esta mídia de direita sem vergonha que temos em nosso Brasil, Serra ganharia facilmente a eleição, em cima de calúnias e mentiras.
Critica em sua coluna a baixa qualidade da educação, igualmente a falta de infraestrutura e saneamento, como se isto fosse só problema a que Lula deveria responder. E no governo FHC isto não foi problema?
Fala da alta carga tributária do País, uma das maiores do mundo, como se isto só acontecesse agora, não acontecia nos governos anteriores, com a diferença de que Lula destinou verbas grandiosas para a defesa da população que vivia em situação de miserabilidade.
Fala da necessidade de alternância de poder, com o que concordamos, mas quando a eleição de um candidato significa mudança para melhor, no caso atual seria a volta de uma politica que não deu certo com FHC, no que Serra seria diferente?
O editorial de "O Globo" diz "estratégia lulista do plebiscito ajudou a empobrecer o embate". Ora, o que empobreceu o embate foi o radicalismo da oposição que, na falta de propostas caluniou e mentiu.
Um dos principais defeitos desta direita raivosa é a soberba, acham que sabem mais do que todo o mundo, exemplo é o que escreve Claudio Salm, professor do Instituto de Economia da UFRJ, dizendo que Lula seria imaturo. Imaturo? Um cara que é bem avaliado por 80% da população brasileira? Nem o senhor, professor, tem 80% de avaliação positiva em sua sala de aula.
Ontem, por ocasião da apuração, estavam comentando na TV o Senador Álvaro Dias e o jornalista Demétrio Magnoli. Ambos dissertavam sua irritação com os institutos de pesquisa, que estariam errando vergonhosamente, induzindo o eleitor ao êrro, faltando cerca de 30 % dos votos a serem apurados.
Tiveram que engolir a crítica porque nos votos que faltavam Dilma aumentou a diferença e os institutos acertaram o prognóstico, praticamente iguais.
A imprensa reclama preventivamente da ameaça que estariam recebendo de fiscalização, dizendo-se independente, mas discordamos desta "independência", prova maior foi a demissão da psicanalista Rita Maria Kehl, demitida sumariamente por escrever uma matéria com a qual os donos do jornal não concordavam, o que significa, só é funcionário se escrever de acordo com o pensamento do chefe.
Isto é independência?
Esta questão precisa ser discutida, um jornal que só mantém jornalistas que escrevem de acordo com sua orientação não é imparcial, muito pelo contrário.